Quatro horas e meia de Che Guevara

“Não é fácil encontrar um filme mais controverso entre a recente produção americana que o filme Che, de Steven Soderbergh. Esta obra levantou polêmicas, irritação e euforia, e é considerada pelos setores conservadores americanos como uma espécie de símbolo dos preconceitos e idealismo cego da "esquerda elitista intelectual de Hollywood".

O filme é uma obra ambiciosa, romântica e provocativa de quatro horas e meia de duração, dividida em duas partes. A primeira é dedicada à luta épica em Sierra Maestra e ao triunfo da revolução cubana, e a segunda, à frustrada tentativa, em 1967, de levantar o povo boliviano em armas contra o seu governo, quando Ernesto Guevara perdeu a vida. Embora fique claro o olhar de admiração e respeito pelo Che, também é posto em evidência o seu jeito obstinado até a morte. Não é por acaso que alguém disse: "O Che preferia enfrentar uma bala a enfrentar a realidade".

O filme de Soderbergh foi acusado de distorcer a verdade por omissão, de ignorar partes centrais da "história escura" do Che (o seu período no governo de Castro), de enfatizar o seu caráter heróico como ícone revolucionário e, principalmente, como mártir. Para alguns, o diretor de Sexo, mentiras e vídeotape e de Onze Homens e Um Segredo passa da ingenuidade à propaganda, passando pelo sentimentalismo. No entanto, a atuação de Benicio del Toro no papel do guerrilheiro asmático argentino é fabulosa, da mesma forma como o enredo envolve pela minuciosa atenção aos detalhes históricos, a estratégia militar e a coerência narrativa.”
Naief Yehya, Terra Magazine / Foto (Divulgação) : Benicio Del Toro “Che”
Matéria (Entrevista) Completa, ::Aqui::

Comentários

Recomendado para Você..