Duas notas sobre leitura

Sírio Possenti, Terra Magazine

"Já falei aqui sobre leitura, direta ou indiretamente. Perguntei, por exemplo, o que fez com que "a sociedade" só considerasse duas das nove perguntas que a propaganda eleitoral de Marta Suplicy fazia sobre Gilberto Kassab. Também já disse numerosas vezes que ler é mais do que atribuir sons às letras, e critiquei - quase zombei - dos que acham que uma grafia correta (ou uma "boa" legislação sobre a escrita) permite leituras adequadas, e que a incorreta as perturba. Mas há outros casos de leitura estranha. Como o que segue.

Renato Janine Ribeiro escreveu um texto em que classificou políticos brasileiros como líderes. Mencionou dois, FHC e Lula. Logo acrescentou Aécio. O que dá dois tucanos e um petista. Depois classificou outros como gerentes (Serra e Dilma) ou chefes (Haddad). O que dá dois petistas e um tucano. Ficou claro que prefere líderes a gerentes e chefes na presidência. Então, haveria três candidatos, se aceitarmos a lista dele. E três possíveis candidatos excluídos, ainda segundo seus critérios.

Guilhon de Albuquerque leu o texto e concluiu que Janine preconiza um terceiro mandato para Lula, já que não gosta de Serra e Dilma. Ou seja, ele só leu dois nomes onde há três, e só considerou um candidato possível de uma lista de três. Ora, do texto, poderia ter concluído que Janine prefere a volta de FHC à eleição de Dilma ou de Serra. Ou que, aos dois, prefere Aécio. Ou que simplesmente prefere Aécio a Serra."
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