Obama, a bunda brasileira e a mídia sensacionalista

"A foto, que virou hit nos principias jornais do mundo nesta sexta (10), onde os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy parecem olhar para a bunda da brasileira Mayara Tavares, de 17 anos, não passa de uma cilada descontextualizada para aumentar ainda mais os lucros da imprensa sensacionalista.

Vermelho.org

Um vídeo veiculado na própria sexta, que mostra o mesmo ângulo, mas em movimento, ensina como é cada vez mais importante ter senso crítico ao olhar aquilo que é publicado, e sempre se questionar sobre a versão que tentam imputar as mais variadas situações. Pelo vídeo, não resta dúvida de que Obama olhava para os degraus e não para a bunda da brasileira.

Mayara Tavares é carioca e uma das representantes do Brasil na J8 (Cúpula Júnior 8), que reuniu 56 adolescentes, com o objetivo de dar visibilidade as suas opiniões sobre as questões discutidas pelos chefes de Estado. Se há algo positivo na exploração midiática foi o espaço que a jovem passou a ter, depois da foto manipulada, para falar sobre a participação do Brasil no J-8.

Além da imaginação

A imagem curiosa, obtida de um ângulo sugestivo, foi o suficiente para os sites internacionais não pouparam esforços para passar da descrição para a interpretação do olhar de Obama.

O tabloide alemão Bild não poupou ironia. Segundo o jornal, Obama "pode ser o homem mais poderoso do mundo, mas não está imune ao charme de um belo traseiro!" O Bild ainda brinca com o nome de Obama, o chamando de O-bum-a, um trocadilho com "bum", que significa bunda, em inglês.”
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Comentários

Anônimo disse…
Eu não comentei aqui a primeira foto porque não tinha dados para refuta-la (veja o video que “prova” que Obama estava na verdade ajudando a jovem americana a descer a escada: http://www.tmz.com/videos?autoplay=true&mediaKey=ccb316e0-009d-498d-9d84-7b2e729657d7). Mas entre amigos, já tinha dito que “uma foto não significa rigorosamente nada” É preciso conhecer o contexto geral e principalmente a intenção de quem fotografou e de quem publicou/divulgou.
O grande problema, além do machismo latente, é que a nossa sociedade ainda acredita piamente nas imagens que vê. Isso é milenar, cultural, tem sua face mais visível na idolatria, mas desde o advento da fotografia tem sido utilizado para os mais diversos fins.
Como diria o professor Boris Kossoy “É necessário que se compreenda o papel cultural da fotografia: o seu poderio de informação e desinformação, sua capacidade de emocionar e transformar, de denunciar e manipular. Instrumento ambíguo de conhecimento, ela exerce contínuo fascínio sobre os homens. Ao mesmo tempo em que tem preservado as referências e lembranças do indivíduo, documentado os feitos cotidianos do homem e das sociedades em suas múltiplas ações, fixando, enfim a memória histórica, ela também se prestou – e se presta – aos mais interesseiros e dirigidos usos ideológicos. O papel cultural das imagens é decisivo, assim como são decisivas as palavras. As imagens estão diretamente relacionadas ao universo das mentalidades e sua importância cultural e histórica reside nas intenções, usos e finalidades que permeiam sua produção e trajetória. (Kossoy, 2007: 31-32)”

Qualquer pessoa que conheça o mínimo de fotografia, sabe que TODA imagem fotográfica é manipulada. E não estou falando de photoshop. A simples escolha do ângulo, da lente e do enquadramento, separa o que se pretende mostrar do que se pretende esconder. Grandes fotos da imprensa foram feitas dessa forma (como a foto que Flávio Damm tirou em 1958 do presidente Juscelino Kubitschek esperando pelo helicóptero para inaugurar o heliporto no telhado do Palácio do Catete em que ele “parece” ter asas porque está na frente de uma águia de concreto; ou a fotografia de 1981 do fotógrafo Jair Cardoso, também publicada no Jornal do Brasil, em que o ultimo governante do regime militar aparece em uma cerimônia em trajes civis, mas espertamente o fotógrafo captou um general batendo continência em segundo plano e “botou” o quepe e a mão na cabeça de Figueiredo; ou mais recentemente, em 2008, a foto em que Lula Marques, utilizou a mesma “técnica” para colocar orelhas de Mickey Mouse no presidente venezuelano Hugo Chavez e ganhou a primeira página da Folha de São Paulo).
Algumas vezes, essas fotos trazem mais informação para o leitor, o que é uma das funções do jornalismo. Em outras, trazem um tom de leveza e humor muitas vezes bem vindo. Mas também podem ser instrumento político capcioso e desleal.

Por isso, muito mais importante do que as informações falsas na tal ficha fraudada da Dilma, é a sua imagem com a pecha de terrorista, assaltante e guerrilheira capturada pela polícia estampada na primeira página do “maior jornal do Brasil”…

Infelizmente, esse tipo de coisa não pode ser levado na brincadeira, não!

Em tempo: nem toda brasileira é bunda!!!!

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