Mair Pena Neto, Direto da Redação
“O projeto das Unidades de Polícia
Pacificadoras (UPPs) no Rio de Janeiro foi posto em xeque pelas nove mortes na
Rocinha, inclusive a de um policial, o que revela que o tráfico não está
disposto a ceder fácil uma das áreas mais rentáveis do seu negócio. À exceção
da Cidade de Deus, as UPPs tinham se instalado, inicialmente, em comunidades
menores, mais fáceis de controlar. Algumas, como a do Santa Marta, em Botafogo,
parecem caminhar cada vez mais para se tornarem bairros da cidade, mas quando a
ocupação chega a territórios maiores, o desafio aumenta.
A reação do tráfico de drogas na Rocinha
acendeu um sinal de alerta ao projeto. O sucesso das primeiras intervenções
passou à sociedade a impressão de que estava tudo dominado, quando a realidade
não é simples assim. As UPPs prejudicam um negócio altamente rentável, com
conexões poderosas, que vai muito além dos morros da cidade. O tráfico nas
favelas é o varejo das drogas, que envolvem uma rede complexa, com gente graúda
envolvida.
As UPPs não estão acabando com o tráfico,
mas tentando recuperar espaços que estavam perdidos para o crime. Testemunhos
de quem vive em comunidades já com as unidades pacificadoras dão conta de que
muitos dos traficantes continuam lá, exercendo sua atividade criminosa, só de
que de forma menos ostensiva, e, principalmente, sem as armas que intimidavam a
população.”
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