Transformação de vida entre moradores de rua


Fábio de Castro, Agência FAPESP

“Durante cinco anos, a psicóloga Aparecida Magali de Souza Alvarez acompanhou de perto um grupo de moradores de rua da cidade de São Paulo e as pessoas que os auxiliavam. O estudo, realizado com uma abordagem multidisciplinar, tinha o objetivo de compreender os processos de interação que permitem a transformação humana em um cenário social marcado por preconceito, violência e desprezo.

A pesquisa – que foi a base da tese de doutorado de Alvarez, realizada com Bolsa da FAPESP e defendida em 2003 na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), – teve agora seus resultados descritos no livro Transformações humanas: Encontros, Amor Ágape e Resiliência.

O processo investigativo utilizado na pesquisa contou com técnicas que incluíam observação, entrevistas, fotos, gravações e, principalmente, interação. De acordo com Alvarez, o trabalho não foi realizado nos moldes da ciência tradicional, em que o pesquisador não se envolve com o objeto de estudo.

“Para entender as relações de transformação que ocorriam ali, não podia me ater apenas a questionários, era preciso entrar em um processo mais profundo de interação. Apesar de ter trabalhado com os índices e estatísticas amplamente utilizados no âmbito da saúde pública, o estudo se concentrou nas histórias de vida reais. O livro reflete minha própria vivência na interação intensa com os moradores de rua”, disse Alvarez à Agência FAPESP.

As histórias de vida e a relação construída pela pesquisadora com os moradores de rua foram analisadas a partir de conceitos desenvolvidos por diversos autores. Alguns desses conceitos, como o de “resiliência”, foram centrais para a definição do referencial teórico, segundo ela. “A resiliência é a capacidade de fazer frente às adversidades da vida, superá-las e sair fortalecidos ou transformados delas”, explicou.”
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