Eberth Vêncio, Revista Bula
“Quando
eu passava por você na minha CG, você nem olhava / Aí veio a herança do meu
véio / E resolveu os meus problemas, minha situação / Do dia pra noite fiquei
rico / Tô na grife, tô bonito, tô andando igual patrão / Agora eu fiquei doce
igual caramelo / Tô tirando onda de Camaro amarelo / Agora você quer, né? /
Agora você vem, né? / Só que agora vou escolher / Tá sobrando mulher” (Munhoz e Mariano)
Não. Claro que não. Vocês bem o sabem e de
nada adianta eu mentir. Minha história está mais para Kombi bege avariada com
motor retificado, que Camaro amarelo. Um dia ainda lhes conto a respeito de uma
odisseia, uma viagem de férias com profundas restrições orçamentárias que fiz
com meus pais e irmãos, de Goiânia a Salvador, dentro de uma Kombi velha,
percorrendo cerca de 600 quilômetros de estrada de terra entre as cidades de
Barreiras e Alvorada do Norte.
Era muita poeira, calor, farofa de frango
fria e medo do combustível acabar e se morrer de sede naquele sertão desértico.
A Kombi — eu juro — além de automóvel, foi hotel da família por uma
semana. O carro jamais parava, senão para o abastecimento. Urinava-se dentro da
lata de Leite Ninho e o conteúdo era despejado pela janela. Pura verdade. Conto
mais outro dia.
Porque o tema desta crônica não é férias,
carro, motor, horse power e pistão. Vou escrever um pouquinho sobre música, o
poder transformador da boa música. Dia 13 de julho comemora-se o Dia Mundial do
Rock. A data escolhida remonta ao mega concerto Live Aid, organizado pelo
músico irlandês Bob Geldof em 1985. O evento reuniu vários ícones da cena
pop-roqueira daquela época, como Paul McCartney, Phil Collins, Fred Mercury e
Eric Clapton. O principal objetivo do encontrão de bambambãs era angariar
fundos para os famintos da Etiópia.
Andei pesquisando e, ao que consta, o rock
and roll surgiu em meados dos anos 40, nos Estados Unidos, mas o primeiro
roqueiro a verdadeiramente abalar as estruturas sociais da época foi mesmo
Elvis Presley, o cantor branco com um atrevido rebolado de negro, por volta de
1954. Pouco antes do Rei do Rock arrebentar a boca do balão, Budd Holly e Jerry
Lee Lewis já agitavam a moçada, embora sem o mesmo carisma de Elvis.
Portanto, se considerarmos 1954 como o
marco zero do rock, estaremos soprando 58 velinhas em tributo ao mesmo. No
último dia 12, a
banda formalizada The Rolling Stones completou 50 anos de doideira na estrada. Mick
Jagger e seus parceiros comemoraram a data com o lançamento de uma exposição de
fotos da banda em Londres. A
compilação das fotos dará origem a um livro luxuoso a ser lançado ainda este
ano.”
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