A pressão da mídia sobre os atletas olímpicos

A judoca Rafaela Silva, que falhou e
se tornou sujeito e objeto da fúria

Mas o que é isso?

 Menalton Braff, CartaCapital

Desde que o esporte deixou de ser uma questão de saúde, qualidade de vida, para tornar-se uma questão econômica com altíssimos faturamentos, temos assistido a cenas lamentáveis, para não dizer grotescas.

A pressão que a mídia exerce sobre os atletas exigindo-lhes resultados é simplesmente monstruosa. E pior. Os órgãos da imprensa conseguem contaminar o público em geral com seu vírus. As pessoas acabam acreditando que um atleta tem o dever da vitória, numa transferência ridícula dos êxitos alheios para suprir as frustrações próprias.

Ora, um atleta tem o dever de fazer o melhor que humanamente conseguir. Sem o que muitas vezes ocorre, com a agressão e a violência ao corpo, como se esse fosse apenas uma máquina que se repõe com facilidade.

É lastimável o nível da maioria dos jornalistas postos a campo a fim de realizar o desiderato dos investidores e exploradores do esporte. São geralmente ingênuos, sem a menor noção do papel que desempenham, mas que desempenham muitas vezes burlescamente. Acredito até que alguns conheçam a modalidade que se botam a comentar. As emissoras e os jornais, altamente patrocinados, contratam alguns especialistas que deverão impressionar o respeitável público. Os demais, que se pode chamar de generalistas, esses são dignos de pena.

Conhecer a modalidade que comentam, podem conhecer. Alguns, pelo menos. Mas de ser humano, do verdadeiro sentido do esporte, não entendem um mínimo para evitar uma das cenas monstruosas a que se assistiu nestas Olimpíadas 2012. Não interessa saber a que empresa pertence nem o nome do infeliz. E isso porque não houve grande variação nas transmissões, nos comentários e nas reportagens.”
Foto: Marcio Rodrigues / Fotocom.net
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