“Mostra
Internacional de Curtas-Metragens em agosto e conta com sessões
gratuitas
Camila Moraes, Opera Mundi
O curta-metragem, sobretudo onde a
indústria do cinema ainda engatinha, é considerado um espaço de experimentação
para novos diretores, além de ser um “abre-portas” na obra de futuros grandes
cineastas. Assim acontece na América Latina: realizadores hoje destacados, como
os argentinos Lucrecia Martel e Pablo Trapero, começaram suas carreiras com
curtas bem sacados, baratos e premiados.
Descobrir como a região pensa o cinema e
identificar talentos do México à Argentina é a missão da Mostra Latina da
Mostra Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – um dos principais
festivais de curtas do mundo. O evento, tradicional no calendário cultural de
São Paulo e que exibe títulos do mundo inteiro, acontece este ano de 23 a 31 de agosto em diversas
salas de cinema e centros culturais da cidade. Seu braço latino – que atrai,
além do público, representantes de outros festivais nacionais e internacionais
em busca de bons filmes – é o destaque da sua ampla programação, ao traçar um
bom panorama do nosso cinema jovem.
Nesta 23.ª edição, 27 curtas latinos foram
distribuídos em cinco programas. A seleção retrata a produção mais recente da
região, quase sempre na mão de realizadores com menos de 40 anos. Os filmes vêm
de diferentes países: a Argentina, como de costume, tem presença expressiva,
graças à sua ampla produção; México e Cuba, com importantes escolas de cinema,
também são bem representados; e, como novidade este ano, aparecem com mais
espaço países cuja presença costuma ser mais tímida, com destaque para o Peru.
Na programação convivem títulos premiados e
lançados anteriormente (como “Loxoro”, da peruana Claudia Llosa (“Madeinusa” e
“A teta assustada”), exibido no Festival de Berlim, e “Yeguas y cotorras”, da
argentina Natalia Garagiola, exibido na Semana da Crítica de Cannes) com
histórias inusitadas (como o peruano “Going Kinski”, de Smokey Nelson, ficção
curiosa sobre rastros que a filmagem de “Fitzcarraldo” teria deixado na
Amazônia peruana) e ainda filmes inéditos e de rara qualidade estética (como o
venezuelano “La noche anuncia la aurora”, de Gerard Uzcategui).
No mais, “há documentários tradicionais, mas também muitos filmes híbridos que bebem da linguagem documental e misturam gêneros de forma criativa, como o argentino ‘Noelia’ e o chileno ‘AfAntü’. Também destacaria os oito filmes dirigidos por mulheres”, acrescenta Márcio Miranda, responsável pela Mostra Latina.”
No mais, “há documentários tradicionais, mas também muitos filmes híbridos que bebem da linguagem documental e misturam gêneros de forma criativa, como o argentino ‘Noelia’ e o chileno ‘AfAntü’. Também destacaria os oito filmes dirigidos por mulheres”, acrescenta Márcio Miranda, responsável pela Mostra Latina.”
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