Eliakim Araujo, Direto da Redação
“Estima-se que dois bilhões de pessoas em
todo o mundo viram o jamaicano Usain Bolt (foto) ganhar a medalha de ouro na
final dos 100 metros, mas nenhuma dessas pessoas estava nos EUA, porque a NBC, emissora
que tem os direitos de exclusividade, simplesmentese recusou-se a transmitir o
momento histórico. E Bolt, que já tinha sido o homem mais veloz do mundo
na última Olímpiada, repetiu o feito em Londres com seus 9,63 segundos,
derrotando seus rivais, entre eles três estadunidenses.
Mas Bolt não foi a única vítima do descaso,
ou dessa estranha política, da NBC. Por causa da diferença de fuso horário
entre Londres e a costa leste dos EUA, a rede estadunidense adotou a postura de
transmitir durante o dia competições menos atraentes, guardando para o horário
nobre, a partir das 8 da noite, a exibição gravada dos melhores eventos do
dia, apresentados pelo âncora especializado em Olimpíada – ancorou todas desde
1980 - Bob Costas.
O mesmo aconteceu com a cerimônia de
abertura de Londres 2012. A
NBC foi exaustivamente criticada por transmitir a cerimônia cinco horas
depois do seu término. A essa altura, a descrição e as fotos do evento já
estavam em todos os sites jornalísticos da internet.
O experiente Bob Costas dá uma requentada
no material, escolhe as melhores imagens do dia, quase sempre de atletas do
país, e conduz entrevistas com personalidades no estúdio. Ou seja, faz um show
de três horas com o melhor do dia. Me lembrou a época em que a Globo
gravava o desfile das três primeiras escolas de samba para transmití-lo em
compacto depois das novelas. E anunciava em seus intervalos comerciais;
“Rede Globo, programação normal e o melhor do Carnaval”.
No caso da NBC, esse tremendo desrespeito
ao público está afetando também as emissoras afiliadas, que sofrem a
pressão do público e dos anunciantes locais.”
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