tag:blogger.com,1999:blog-58248537834182248922024-02-20T17:16:08.148-03:00Magazine BrasilNogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.comBlogger2989125tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-89751382080509303442023-04-17T15:15:00.004-03:002023-04-17T15:15:35.358-03:00URGENTE! CARLOS BRIGA COM JAIR BOLSONARO E FLÁVIO PODE ACABAR COM TUDO!<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/2H68zerZzwk" frameborder="0"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-20144486018125033362023-04-08T09:19:00.003-03:002023-04-08T09:19:58.294-03:0008/04! BOLSONARO "CONFESSA" TUDO SOBRE JÓIAS E CULPA BENTO ALBUQUERQUE!<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/QVDOucIjpy0" frameborder="0"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-70384413773822727952023-04-06T07:49:00.003-03:002023-04-06T07:49:31.585-03:00DIA TRISTE NO BRASIL! APÓS DEPOIMENTO DE BOLSONARO, DINO SOLTA BOMBA!<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/3hwKfpgZzo8" frameborder="0"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-64914577751576563652023-03-27T11:06:00.002-03:002023-03-27T11:06:37.272-03:00BOMBA! REINALDO FAZ DESCOBERTA, LEVANTA NOVA SUSPEITA E MORO SE COMPLICA!<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/fy_2zcZsvik" frameborder="0"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-88083369932033197422023-03-25T09:51:00.000-03:002023-03-25T09:51:01.883-03:00Pedro Cardoso implode debate na CNN, acaba com Moro e Bolsonaro e critic...<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/MB8ilXEUvRs" frameborder="0"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-54820334785074509282018-12-11T19:32:00.001-02:002018-12-11T19:32:34.519-02:00“Mito” diplomado mostra que vai governar como fez campanha: por fake news<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgSjUcIMdL9-kVHZZmNs-meRHJYn2j6ms34W6eE-5LvRjjjr45blNpjWdZV3qWI8AG6m5doX5lmTrqRT3n0vQ5h8Q0eYk0l9n-o8_DNGktpjalwhlcZLftd8YJofRoVXcO54V0S_bTGTo/s1600/brasil-eleicoes-jair-bolsonaro-live-facebook.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgSjUcIMdL9-kVHZZmNs-meRHJYn2j6ms34W6eE-5LvRjjjr45blNpjWdZV3qWI8AG6m5doX5lmTrqRT3n0vQ5h8Q0eYk0l9n-o8_DNGktpjalwhlcZLftd8YJofRoVXcO54V0S_bTGTo/s640/brasil-eleicoes-jair-bolsonaro-live-facebook.jpg" width="640" /></a></b></div>
<br />
<br />
<br />
<b>por Ricardo Kotscho, <a href="https://www.balaiodokotscho.com.br/" target="_blank">Balaio do Kotscho</a> -</b><br />
<br />
Ao ser diplomado presidente da República no TSE, nesta segunda-feira,
Jair Bolsonaro foi recebido aos gritos de “Mito” pela seleta platéia de
seguidores.<br />
<br />
De fato, a sua eleição está mais ligada à mitologia nativa que cria
tipos como João de Deus do que à escolha racional de um país civilizado
do século 21.<br />
<br />
Num texto mais adequado ao Facebook do que à pomposa cerimonia da
diplomação de um presidente, a única coisa útil do seu discurso
mambembe, lido com dificuldade, foi revelar que pretende governar
exatamente como fez campanha, quer dizer, sem intermediários, sem
debates, sem dar muita satisfação aos insatisfeitos.<br />
<br />
Disse o eleito: “O pode popular não precisa mais de intermediação. As
novas tecnologias permitiram nova ligação direta entre o eleitor e seus
representantes”.<br />
<br />
Esta “ligação direta” é feita por meio de fake news fartamente
disseminadas nas redes sociais, sem nenhum compromisso com a realidade,
destinadas unicamente a fazer propaganda enganosa do eleito, não a
informar a população.<br />
<br />
Em democracias normais, a intermediação é feita pela imprensa e pelo
Congresso, mas Bolsonaro nutre por essas duas instituições o mais
absoluto desprezo, como já demonstrou fartamente na montagem do seu
governo.<br />
<br />
Na realidade virtual em que vive, o presidente eleito trata notícia
como fake news, como as denúncias do Coaf sobre “movimentações
financeiras atípicas” no gabinete do seu filho Eduardo.<br />
<br />
Seus milicianos na internet fazem o mesmo. Só eles são os donos da
verdade, da luz e da salvação, o resto é coisa de “vermelhos”.<br />
<br />
No trecho mais reproduzido do seu breve discurso na imprensa, em que
nada falou sobre criação de empregos e combate à pobreza cada vez mais
alarmante, os grandes dramas da tragédia brasileira, Bolsonaro produziu
mais uma grande fake news, ao dizer que pretende governar para todos.<br />
<br />
“Serei presidente dos 210 milhões de brasileiros (na verdade, somos
208 milhões, segundo o último censo do IBGE), governarei em benefício de
todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou
religião”.<br />
<br />
Pouco antes, em reunião reservada com ministros do TSE, fez todo
mundo orar com o pastor evangélico de um templo frequentado por sua
mulher, no Rio, para mostrar que seu governo poderá ser tudo, menos
laico. Só faltou dizer: ajoelhou, tem que rezar.<br />
<br />
<div class="google-auto-placed ap_container" style="clear: none; height: auto; text-align: center; width: 100%;">
<ins class="adsbygoogle adsbygoogle-noablate" data-ad-client="ca-pub-4977585377778369" data-ad-format="auto" data-adsbygoogle-status="done" style="background-color: transparent; display: block; margin: auto;"><ins id="aswift_5_expand" style="background-color: transparent; border: medium none; display: inline-table; height: 0px; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; visibility: visible; width: 606px;"><ins id="aswift_5_anchor" style="background-color: transparent; border: medium none; display: block; height: 0px; margin: 0px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: relative; visibility: visible; width: 606px;"></ins></ins></ins></div>
Se cumprir mesmo o que prometeu no discurso, fará o exatamente o
oposto do que pregou durante seus 27 anos de deputado, em que combateu
com furor todas as minorias identitárias e tratou a defesa dos direitos
humanos como coisa de viado, comunista ou petista.<br />
<br />
Por ironia do destino, Bolsonaro foi diplomado no mesmo dia em que se
celebravam no mundo todo os 70 anos da Declaração Universal dos
Direitos Humanos da ONU, o guia das nações civilizadas.<br />
<br />
A data foi lembrada pela presidente do TSE, Rosa Weber, que por isso
foi criticada pela deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP), expoente
da direta radical festiva:<br />
<br />
“Achei que ficou um pouco chato, e até deselegante, desnecessário”.<br />
Hasselmann falar em elegância é como Bolsonaro tratar de energia
nuclear de terceira geração, mas esse era o clima na cerimônia de
entronização da nova ordem.<br />
<br />
Palavras e conceitos perdem o sentido quando eles falam como enviados
especiais de Deus, marchando feito um exército de ocupação.<br />
<br />
É o que nos espera, a 18 dias da posse.<br />
<br />
Vida que segue.<br />
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-42903587047080094442018-11-29T21:28:00.001-02:002018-11-29T21:28:52.575-02:00Tolstói, o autor que escancarou a injustiça dos tribunais e a hipocrisia da igreja<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLqJqcdP50_P4OB-G-2hd8nCxCTKAGDLkqnrL_9Ot64QJ5Hi6rM1ozAUYCvHNYGqW6vi_H9hXDt_Gf1gy2cfEKA3kK5xmVwX6iXCirGcyve0Kloc4VXSQXWvvTgKXxNycq5qyZw51S5Z0/s1600/Screenshot_2018-11-29+Tolst%25C3%25B3i%252C+o+autor+que+escancarou+a+injusti%25C3%25A7a+dos+tribunais+e+a+hipocrisia+da+igreja+Revista+Bula.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="343" data-original-width="599" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLqJqcdP50_P4OB-G-2hd8nCxCTKAGDLkqnrL_9Ot64QJ5Hi6rM1ozAUYCvHNYGqW6vi_H9hXDt_Gf1gy2cfEKA3kK5xmVwX6iXCirGcyve0Kloc4VXSQXWvvTgKXxNycq5qyZw51S5Z0/s640/Screenshot_2018-11-29+Tolst%25C3%25B3i%252C+o+autor+que+escancarou+a+injusti%25C3%25A7a+dos+tribunais+e+a+hipocrisia+da+igreja+Revista+Bula.png" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<b><span>Por</span> J.C. Guimarães, <a href="https://www.revistabula.com/" target="_blank">Revista Bula</a> -</b><br />
<br />
Imagine a seguinte situação: você é convocado a fazer parte de um
júri. Lá chegando, descobre que o réu fora vítima sua, no passado. O
sentimento de culpa pelo mal que lhe fez aflora. Além disto, você
acredita na inocência desta pessoa, que conhece tão bem. No entanto,
graças a um descuido elementar durante o julgamento (escolheram-no para
presidir do júri), o inocente é condenado. A partir deste momento você
fará de tudo para rever a sentença e livrar o infeliz da pena imposta.
Eis a situação do príncipe Dmitri Nekhludov em face de Catarina Maslova,
em “Ressurreição” (1899), de Lev Tolstói.<br />
<br />
Mas que mal Nekhludov causou a Maslova (também chamada de Katucha),
na juventude? O príncipe aproveitou-se do fato dela haver se apaixonado
para violentá-la. Chegou a pagar-lhe alguns rublos, como forma de
compensação. Só e desiludida, a moça descobriu-se grávida, perdeu o
filho e virou prostituta. Na sequência misturou-se com as pessoas
erradas, que por sua vez a envolveram num latrocínio. Daí porque fora
parar no banco dos réus, acusada de assassinato.<br />
<br />
Transcorre dez anos e, ironicamente, o homem que a desgraçou terá de
julgá-la, agora. Assim, perante as contradições em que se descobre, tem
início a transformação de Nekhludov numa pessoa melhor. A condenada
iniciará o cumprimento da pena, e duas questões entram no severo
escrutínio tolstoiano: a dificuldade — senão a impossibilidade! — humana
de praticar a justiça (tema para o qual Maslova serve de pretexto) e a
difícil afirmação do “eu” perante as crenças sociais.<br />
<br />
A primeira questão anuncia-se nas três epígrafes evangélicas que
Tolstói utiliza para abrir as duas partes que compõem o livro: duas de
S. Mateus e uma de S. João, sobre culpa, julgamento e perdão.<br />
<br />
Na fase de julgamento, o narrador percebe que os elementos do júri
decidem influenciados, sobremaneira, pela vaidade e por simpatias,
resvalando para a negligência. Embora sejam instruídos pelos doutos
(falhos por si mesmos), a palavra final é dada pela chamada “consciência
social”, quando então a justiça escapa ao controle estrito da técnica
para dar lugar a um misto de impressões subjetivas, dos mais diferentes
matizes. Na prática, ela deriva de muitas conjecturas improváveis e é
tirada na sorte (conforme a irônica citação que Tolstói faz de
Rabelais). O júri, enfim, avalia o caso conforme seus preconceitos e
limitações, açodado não raro pelo cansaço e a pressa!<br />
<br />
Condenada, Maslova é enviada à prisão e Nekhludov se dedica à
impetração de recursos. Valendo-se do título de “príncipe”, que lhe abre
todas as portas, pretende reverter a situação de Maslova utilizando-se
de sua influência pessoal entre os poderosos. A partir daí Tolstói
desnuda toda a hipocrisia daquelas pessoas que poderiam ajudá-lo,
vivendo em palácios e operando o sistema de justiça. Desde o negligente
presidente do tribunal, por ocasião do julgamento, até as autoridades
revisoras, em São Petersburgo, o que Nekhudov descobre é falsidade e
aparência, que terminam por confirmar a injustiça cometida; antes que,
no fim do livro, consiga a comutação da pena (graças ao perdão de Sua
Majestade Imperial).<br />
<br />
Enquanto isso acumulam-se novos sofrimentos e o narrador nos introduz
no sistema prisional russo de finais daquele século dezenove, sob o
provável reinado de Alexandre III. Uma pletora de pequenos retratos é
criada para representar o inferno carcerário. Em nome de vários desses
personagens vívidos Nekhludov converte-se, aos poucos, num intercessor.
Pessoas, geralmente pobres, eram presas pelos motivos mais banais. E
mesmo quando os motivos são sórdidos Tolstói (cujas convicções o
príncipe defende, evidentemente) os atribui aos erros da sociedade com
os indivíduos. Sem amparo, os mais carentes são levados ao vício, ao
desespero e finalmente ao crime — para, depois, essa mesma sociedade
condená-los hipocritamente às penas mais degradantes. Será isto justiça?<br />
<br />
A essência do que Hannah Arendt escreveu sobre o nazismo (sobre a
inumanidade de pessoas perfeitamente normais) está em “Ressurreição”.
Aqui os homens, enredados por um sistema invisível que a todos submete
de maneira implacável, agem em conformidade com as normas e os
“regulamentos” como se fossem (e efetivamente são!) autômatos
preocupados apenas em cumprir o seu dever (ainda que monstruoso). E é em
nome de tais deveres — que isentam os burocratas de qualquer culpa —
que impõem sofrimentos aos semelhantes. Enquanto isso poderiam ser
perfeitamente flagrados tomando uísque (as autoridades tolstoianas
bebericam conhaque e fumam charutos) em total alheamento dos sofrimentos
infligidos.<br />
<br />
<b>Matéria Completa, <a href="https://www.revistabula.com/14667-tolstoi-o-autor-que-escancarou-a-injustica-dos-tribunais-e-a-hipocrisia-da-igreja/" target="_blank">::AQUI:: </a></b><br />
<br />
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-76928833179933578032018-11-28T23:15:00.000-02:002018-11-28T23:15:12.425-02:00Orgulhosamente burros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivj4TSJdiu7uL3Z7yjZL7sDlrbepkBeCKIZEJZDNYS1u7Dph-jDLVkAm3ntloi2HC2SNklgi_C4byjiGBVjIQzldu1RkbkE47un02i5tRnofQfzUnL8lTFpG8dc2S9SYbOYA2Cntqm8RM/s1600/cubismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="293" data-original-width="600" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivj4TSJdiu7uL3Z7yjZL7sDlrbepkBeCKIZEJZDNYS1u7Dph-jDLVkAm3ntloi2HC2SNklgi_C4byjiGBVjIQzldu1RkbkE47un02i5tRnofQfzUnL8lTFpG8dc2S9SYbOYA2Cntqm8RM/s640/cubismo.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Fernando Brito,<a href="http://www.tijolaco.net/" target="_blank"> Tijolaço</a> -</b><br />
<br />
Embora tragicamente óbvio, é para pensar o texto do alemão Philipp
Lichterbeck, que viveu até recentemente no Brasil e escreve na agência
estatal de notícias da Alemanha, a Deutsche Welle. Em que estamos nos
tornando, sob os “hospícios” da mídia, da elite dirigente, e de
interesses políticos e de uma casta jurídica – bacharéis idiotas,
intelectuais de concurso – que, para derrubar uma sequência de governos
progressistas, nos fazem viver o paradoxo de termos um estadista na
cadeia e um imbecil no poder.<br />
A inteligência tornou-se um crime nestas terras, enquanto durar o tempo do orgulho de ser burro.<br />
<h2 style="padding-left: 60px;">
<a href="https://www.dw.com/pt-br/brasil-um-pa%C3%ADs-do-passado/a-46477566" rel="noopener" target="_blank"><em>Brasil, um país do passado</em></a></h2>
<div style="text-align: right;">
<strong><em>Philipp Lichterbeck, na</em> DW Brasil</strong></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>É sabido que viajar educa o
indivíduo, fazendo com que alguém contemple algo de perspectivas
diferentes. Quem deixa o Brasil nos dias de hoje deve se preocupar. O
país está caminhando rumo ao passado.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>No Brasil, pode ser que isso seja
algo menos perceptível, porque as pessoas estão expostas ao moinho
cotidiano de informações. Mas, de fora, estas formam um mosaico
assustador. Atualmente, estou em viagem pelo Caribe – e o Brasil que se
vê a partir daqui é de dar medo.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Na história, já houve momentos
frequentes de regresso. Jared Diamond os descreve bem em seu livro
Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Motivos
que contribuem para o fracasso são, entre outros, destruição do meio
ambiente, negação de fatos, fanatismo religioso. Assim como nos tempos
da Inquisição, quando o conhecimento em si já era suficiente para tornar
alguém suspeito de blasfêmia.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>No Brasil atual, não se grita
“herege!”, mas “comunismo!”. É a acusação com a qual se demoniza a
ciência e o progresso social. A emancipação de minorias e grupos menos
favorecidos: comunismo! A liberdade artística: comunismo! Direitos
humanos: comunismo! Justiça social: comunismo! Educação sexual:
comunismo! O pensamento crítico em si: comunismo!</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Tudo isso são conquistas que não são questionadas em sociedades progressistas. O Brasil de hoje não as quer mais.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Porém, a própria acusação de
comunismo é um anacronismo. Como se hoje houvesse um forte movimento
comunista no Brasil. Mas não se trata disso. O novo brasileiro não deve
mais questionar, ele precisa obedecer: “Brasil acima de tudo, Deus acima
de todos”.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Está na moda um anti-intelectualismo
horrendo, “alimentado pela falsa noção de que a democracia significa que
a minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento”, segundo dizia o
escritor Isaac Asimov. Ouvi uma anedota de um pai brasileiro que tirou o
filho da escola porque não queria que ele aprendesse sobre o cubismo. O
pai alegou que o filho não precisa saber nada sobre Cuba, que isso era
doutrinação marxista. Não sei se a historia é verdade. O pior é que bem
que poderia ser.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>A essência da ciência é o
discernimento. Mas os novos inquisidores amam vídeos com títulos como
“Feliciano destrói argumentos e bancada LGBT”. Destruir, acabar,
detonar, desmoralizar – são seus conceitos fundamentais. E, para que
ninguém se engane, o ataque vale para o próprio esclarecimento.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Os inquisidores não querem mais
Immanuel Kant, querem Silas Malafaia. Não querem mais Paulo Freire,
querem Alexandre Frota. Não querem mais Jean-Jacques Rousseau, querem
Olavo de Carvalho. Não querem Chico Mendes, querem a “musa do veneno”
(imagino que seja para ingerir ainda mais agrotóxicos).</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Dá para imaginar para onde vai uma
sociedade que tem esse tipo de fanático como exemplo: para o nada. Os
sinais de alerta estão acesos em toda parte.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>O desmatamento da Floresta Amazônica
teve neste ano o seu maior aumento em uma década: 8 mil quilômetros
quadrados foram destruídos entre 2017 e 2018. Mas consórcios de
mineradoras e o agronegócio pressionam por uma maior abertura da
floresta.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Jair Bolsonaro quer realizar seus
desejos. O próximo presidente não acredita que a seca crescente no
Sudeste do Brasil poderia ter algo a ver com a ausência de formação de
nuvens sobre as áreas desmatadas. E ele não acredita nas mudanças
climáticas. Para ele, ambientalistas são subversivos.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Existe um consenso entre os
cientistas conhecedores do assunto no mundo inteiro: dizem que a Terra
está se aquecendo drasticamente por causa das emissões de dióxido de
carbono do ser humano e que isso terá consequências catastróficas. Mas
Bolsonaro, igual a Trump, prefere não ouvi-los. Prefere ignorar o
problema.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Para o próximo ministro brasileiro do
Exterior, Ernesto Araújo, o aquecimento global é até um complô marxista
internacional. Ele age como se tivesse alguma noção de pesquisas sobre o
clima. É exatamente esse o problema: a ignorância no Brasil de hoje
conta mais do que o conhecimento. O Brasil prefere acreditar num
diplomata de terceira categoria do que no Instituto Potsdam de Pesquisa
sobre o Impacto Climático, que estuda seriamente o tema há trinta anos.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Araújo, aliás, também diz que o sexo
entre heterossexuais ou comer carne vermelha são comportamentos que
estão sendo “criminalizados”. Ele fala sério. Ao mesmo tempo, o Tinder
bomba no Brasil. E, segundo o IBGE, há 220 milhões de cabeças de gado
nos pastos do país. Mas não importa. O extremista Araújo não se
interessa por fatos, mas pela disseminação de crenças. Para Jared
Diamond, isso é um comportamento caraterístico de sociedades que
fracassam.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Obviamente, está claríssimo que a
restrição do pensamento começa na escola. Por isso, os novos
inquisidores se concentram especialmente nela. A “Escola Sem Partido”
tenta fazer exatamente isso. Leandro Karnal, uma das cabeças mais
inteligentes do Brasil, com razão descreve a ideia como “asneira sem
tamanho”.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>A Escola Sem Partido foi idealizada
por pessoas sem noção de pedagogia, formação e educação. Eles querem
reprimir o conhecimento e a discussão.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Karl Marx é ensinado em qualquer
faculdade de economia séria do mundo, porque ele foi um dos primeiros a
descrever o funcionamento do capitalismo. E o fez de uma forma genial.
Mas os novos inquisidores do Brasil não querem Marx. Acham que o contato
com a obra dele transformaria qualquer estudante em marxista convicto.
Acreditam que o próprio saber é nocivo – igual aos inquisidores. E, como
bons inquisidores, exortam à denúncia de mestres e professores. A obra
1984, de George Orwell, está se tornando realidade no Brasil em 2018.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>É possível estender longamente a
lista com exemplos do regresso do país: a influência cada vez maior das
igrejas evangélicas, que fazem negócios com a credulidade e a esperança
de pessoas pobres. A demonização das artes (exposições nunca abrem por
medo dos extremistas, e artistas como Wagner Schwartz são ameaçados de
morte por uma performance que foi um sucesso na Europa). Há uma negação
paranoica de modelos alternativos de família. Existe a tentativa de
reescrever a história e transformar torturadores em heróis. Há a
tentativa de introduzir o criacionismo. Tomás de Torquemada em vez de
Charles Darwin.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>E, como se fosse uma sátira, no
Brasil de 2018 há a homenagem a um pseudocientista na Assembleia
Legislativa de Mato Grosso do Sul, que defende a teoria de que a Terra
seria plana, ou “convexa”, e não redonda. A moção de congratulação
concedida ao pesquisador foi proposta pelo presidente da AL e aprovada
por unanimidade pelos parlamentares.</em></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<br /></div>
<div style="padding-left: 60px;">
<em>Brasil, um país do passado.</em></div>
<br />
<br />
<br />Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-85157777398762880012018-11-20T06:41:00.000-02:002018-11-20T06:41:37.693-02:00Eduardo Bolsonaro compara Folha de S. Paulo a papel higiênico <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbPxAnsxDKpWaqio268E-n4grQPx_ijDO_2UWnScFMXvSmuBa48StLqSJ7dmUrMPgA5p4Ng-QQmIYa3OZ6CRb-wbfLr2zabxCxy4mPZtw7BIovc-ybF5ejhZUgcOeJoQshg7kaGK2baxg/s1600/images+cms-image-000607234.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1001" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbPxAnsxDKpWaqio268E-n4grQPx_ijDO_2UWnScFMXvSmuBa48StLqSJ7dmUrMPgA5p4Ng-QQmIYa3OZ6CRb-wbfLr2zabxCxy4mPZtw7BIovc-ybF5ejhZUgcOeJoQshg7kaGK2baxg/s640/images+cms-image-000607234.jpg" width="640" /></a></div>
A crise na comunicação do futuro governo Bolsonaro se mostrou ser, de
fato, o ponto fraco dos filhos de Jair Bolsonaro; o furo da repórter
Monica Bergamo - de que o jornalista Alexandre Garcia estava sendo
cogitado para assumir a comunicação do governo - levou Eduardo Bolsonaro
a se manifestar no Twitter e mostrar toda a sua fragilidade defensiva;
ele comparou o jornal Folha de S. Paulo a papel higiênico<br />
<br />
<b>Do <a href="https://www.brasil247.com/" target="_blank">Brasil 247</a> - </b><br />
<br />
<span style="font-size: small;">A crise na comunicação do futuro
governo Bolsonaro se mostrou ser, de fato, o ponto fraco dos filhos de
Jair Bolsonaro. O furo da repórter Monica Bergamo - de que o jornalista
Alexandre Garcia estava sendo cogitado para assumir a comunicação do
governo - levou Eduardo Bolsonaro a se manifestar no Twitter e mostrar
toda a sua fragilidade defensiva. Na guerra interna pelo poder na área
de comunicação, os filhos do ex-capitão começaram perdendo. </span><br />
<br /><b><span style="font-size: small;">Veja o Twitter de Eduardo Bolsonaro: </span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfv9hBKPufbmVqiqXaft7HPV9IFuP-behJBJqkbvR6AfHIwpjTJwHyarEvwjPY4m7ZdmuiJIrqe1YtDSwzbiCHKkwKAZqGZmAVoy8vmEyuQQhe8Cbo39rVu2yEbe9__BwY4ZHoFSTF6bs/s1600/Screenshot_2018-11-20+Eduardo+Bolsonaro+compara+Folha+de+S+Paulo+a+papel+higi%25C3%25AAnico.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="500" height="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfv9hBKPufbmVqiqXaft7HPV9IFuP-behJBJqkbvR6AfHIwpjTJwHyarEvwjPY4m7ZdmuiJIrqe1YtDSwzbiCHKkwKAZqGZmAVoy8vmEyuQQhe8Cbo39rVu2yEbe9__BwY4ZHoFSTF6bs/s640/Screenshot_2018-11-20+Eduardo+Bolsonaro+compara+Folha+de+S+Paulo+a+papel+higi%25C3%25AAnico.png" width="640" /></a></div>
<b><span style="font-size: small;"> </span></b><b><span style="font-size: small;"><br /></span></b><br />
<b><span style="font-size: small;"><br /></span></b>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-56268878975842514702018-11-17T22:57:00.000-02:002018-11-17T22:57:18.638-02:00“Bolsonaro inicia guerra nas escolas”, diz Le Monde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TErpo6hCav2iodU6AwMvz4Cse6kbzFmf71jW9Hf4F3rqf3afwgskfa4-_9KJ6Lo3_vabXSs9EqHvIG15uoNh7vrkotyyg0pw4IrwZUPazhcVt5wGU-I3MWeJRuXJevBvkVzo_ucN-NU/s1600/images+cms-image-000612179.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1000" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TErpo6hCav2iodU6AwMvz4Cse6kbzFmf71jW9Hf4F3rqf3afwgskfa4-_9KJ6Lo3_vabXSs9EqHvIG15uoNh7vrkotyyg0pw4IrwZUPazhcVt5wGU-I3MWeJRuXJevBvkVzo_ucN-NU/s640/images+cms-image-000612179.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<strong>Da <a href="http://br.rfi.fr/brasil/20181117-bolsonaro-lancou-cruzada-contra-escola-diz-materia-de-capa-do-le-monde" target="_blank">RFI</a> -</strong><br />
<br />
O jornal Le Monde publica em sua edição de domingo (18) uma extensa
reportagem na página 2 a respeito da "cruzada" da extrema direita
brasileira contra o sistema educacional, encorajada pelo presidente
eleito, Jair Bolsonaro. Entre outras intenções, o diário diz que o
objetivo de Bolsonaro é atenuar as críticas à ditadura.<br />
<br />
Logo na capa, o diário francês adverte: "a extrema direita
brasileira, convencida de que a escola é assombrada pelo comunismo e
pela apologia de comportamentos desenfreados, está apoiando um projeto
de lei que visa obrigar os professores à neutralidade e ao respeito às
convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis", explica Le Monde.
Assim, os professores estariam impedidos de contradizer as famílias a
respeito de temas como educação moral, sexual e religiosa. "E Bolsonaro
ainda quer que os alunos possam filmar seus professores para
denunciá-los", acrescenta.<br />
<br />
Le Monde descreve uma cena que já se tornou comum entre os apoiadores
de Bolsonaro. Em pleno Congresso, o deputado e ex-policial Eder Mauro
fez sinal que iria metralhar deputados da oposição que pediam respeito
aos professores no plenário da Casa. O tumulto aconteceu durante a
apresentação do projeto "escola sem partido", no dia 13 de novembro.
Fomentada pela extrema direita e o lobby evangélico, o texto, rebatizado
de "lei da mordaça" pela oposição, é baseado na ideia de que haveria
hoje escolas dominadas pelo comunismo, ensinando valores depravados e
divulgando a "teoria de gênero".<br />
<br />
<strong>Socialismo escolar</strong><br />
<br />
O jornal destaca que para "lutar contra o socialismo escolar", o
texto pretende tirar toda a legitimidade dos professores e das escolas
em contradizer as famílias no tema da educação moral, sexual e
religiosa. Le Monde destaca que o texto é vago e abre o caminho para
todos os excessos.<br />
<br />
O general Aléssio Ribeiro Souto, que está por trás do programa de
educação de Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista ao jornal Estado de
São Paulo no último mês de outubro, não ter a intenção de contrariar o
ensino do criacionismo caso essa fosse a convicção dos pais. O militar
também disse que pretende "eliminar os livros de história que não
veiculem a verdade sobre [o golpe de Estado] de 1964".<br />
<br />
"O Brasil está sendo atacado por uma histeria coletiva. Como você
quer ensinar ciências sociais sem falar de Marx? Ninguém questiona o
fato de falar de Adam Smith ao falar de economia, por exemplo", ressalta
Rafael Mafei Rabelo, professor de direito na USP. Le Monde lembra que
no país, onde um estupro acontece, em média, a cada 10 minutos e onde há
milhares de menores gravidas, a maioria dos professores estão
convencidos da importância da educação sexual para os adolescentes.<br />
<br />
<strong>Doutrinação via Facebook</strong><br />
<br />
Henrique Cunha, professor de sociologia em uma escola pública de São
Paulo, contou ao Le Monde que foi convocado pelo diretor do
estabelecimento onde trabalha, pouco tempo após a vitória de Bolsonaro.
Um pai havia reclamado que seu filho estava sendo "doutrinado". O
professor foi criticado por comentar um post no Facebook do aluno.
"Sempre comento. Não julgo, mas tento argumentar, iniciar um debate com
os alunos", justifica Cunha.<br />
<br />
Vários professores de todas as disciplinas, afirmam que há algumas
semanas vêm sofrendo retaliações de pais e também de suas hierarquias.
"Todos os dias, preciso verificar acusações. Há uma verdadeira
desconfiança. Esse texto dá voz ao obscurantismo, não vivemos mais no
mesmo país! ", lamenta Raquel Dias Araújo, do Sindicato Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).<br />
<br />
<strong>Lavagem cerebral</strong><br />
<br />
"A ideia de que escolas estivessem fazendo uma lavagem cerebral com
tendências marxistas não vem somente de alguns fanáticos de Bolsonaro",
afirma Le Monde. O jornal conversou com Eduardo Wolf, formado em
filosofia pela USP e jornalista do caderno cultural do Estado de São
Paulo, que em 2016 escreveu: "existem pessoas nos comitês burocráticos
ministeriais que querem excluir do ensino temas relacionados à Grécia
antiga ou à Renascença italiana para dar mais destaque ao chavismo
venezuelano como um episódio da luta dos pobres contra os ricos no mundo
capitalista". Agora, ele voltou a afirmar ao Le Monde que ainda "existe
no Brasil um grande problema relacionado aos livros de história que
trazem uma visão idealizada do regime de Fidel Castro ou de Hugo
Chávez".<br />
<br />
No entanto, o jornal francês destaca que as críticas de Eduardo Wolf
não fazem dele um defensor do texto da "escola sem partido". "Deveríamos
repensar nossa forma de ensinar. Em vez disso, temos um debate sobre um
texto obscurantista.<br />
<br />
É muito grave", ressalta Wolf, lembrando os
resultados medíocres do sistema educacional brasileiro no ranking do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).<br />
<br />
"A escola, ou o que resta dela, deve ensinar a pensar, e não a como
pensar. Sim, é preciso melhorar nossos métodos de ensino, mas esse texto
é inconcebível", afirmou João Batista Araujo e Oliveira, presidente do
instituto Alfa e beto, que prona por um maior debate sobre a educação no
Brasil.Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-10888668495489886262018-11-16T21:01:00.000-02:002018-11-16T21:01:05.115-02:00Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina em 2017 <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ogIb_pcTtlnycBWojoZtO-cXeil2ATuxQngLaobzpOWDbuJG4OZm7B-Z_BqpxL4OqhvpDLzUpYl0DNpL3C147JX_8QQpFOXJ87Oo9mef62a-GnRZlBOFLoYUOUVf9vrEoOJ05scK63M/s1600/images+cms-image-000612142.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1002" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ogIb_pcTtlnycBWojoZtO-cXeil2ATuxQngLaobzpOWDbuJG4OZm7B-Z_BqpxL4OqhvpDLzUpYl0DNpL3C147JX_8QQpFOXJ87Oo9mef62a-GnRZlBOFLoYUOUVf9vrEoOJ05scK63M/s640/images+cms-image-000612142.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<strong>Agência Brasil -</strong><br />
<br />
A cada dez feminicídios
cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro
ocorreram no Brasil. Segundo informações da Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações
Unidas (ONU), ao menos 2.795 mulheres foram assassinadas na região, no
ano passado, em razão de sua identidade de gênero. Desse total, 1.133
foram registrados no Brasil.<br />
<br />
O levantamento também ranqueia os países a partir de um cálculo de
proporção. Nessa perspectiva, quem lidera a lista é El Salvador, que
apresenta uma taxa de 10,2 ocorrências a cada 100 mil mulheres,
destacada pela Cepal como "sem paralelo" na comparação com o índice dos
demais países da região.<br />
<br />
Em seguida aparecem Honduras (5,8), Guatemala (2,6) e República
Dominicana (2,2) e, nas últimas posições, exibindo as melhores taxas,
Panamá (0,9), Venezuela (0,8) - também com uma base de 2016, e Peru
(0,7). Colômbia (0,6) e Chile (0,5) também apresentam índices baixos,
mas têm uma peculiaridade, que é o fato de contabilizarem somente os
casos de feminicídio perpetrado por parceiros ou ex-parceiros das
vítimas, chamado de feminicídio íntimo.<br />
<br />
Totalizando um índice de 1,1 feminicídios a cada 100 mil mulheres, o
Brasil encontra-se empatado com a Argentina e a Costa Rica.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAhpXUAl5_KUhmvyrzKncH-sNF05OxiViIhTtXhMSE9WgxuVqUjuSXHcmfNMRcRpgy3CH8PIrSjx_O5Fi_owV0_zAqw8XOq2OK_OCcYLj4r2mGOUDUwojNgD3ER1d4_0EQWlGWrg9rCY/s1600/grafico_feminicidios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="439" data-original-width="754" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAhpXUAl5_KUhmvyrzKncH-sNF05OxiViIhTtXhMSE9WgxuVqUjuSXHcmfNMRcRpgy3CH8PIrSjx_O5Fi_owV0_zAqw8XOq2OK_OCcYLj4r2mGOUDUwojNgD3ER1d4_0EQWlGWrg9rCY/s640/grafico_feminicidios.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="dnd-caption-wrapper">
<strong>Gráfico feminicídios ONU - Cepal/ONU</strong><br />
</div>
<strong>Adequação das leis </strong><br />
<br />
Ao divulgar relatório ontem (15), a Cepal ressaltou que a gravidade
do feminicídio já fez com que 18 países latino-americanos tenham
modificado suas leis para que o crime seja assim tipificado, o que
implica no agravamento da pena.<br />
<br />
Os países que já promoveram essa alteração em sua legislação foram os
seguintes: Costa Rica (2007), Guatemala (2008), Chile (2010), El
Salvador (2010), Argentina, México (2012), Nicarágua (2012), Bolívia
(2013), Honduras (2013), Panamá (2013), Peru (2013), Equador (2014),
República Dominicana (2014), Venezuela (2014), Paraguay (2016) e Uruguai
(2017). No Brasil, a caracterização desse tipo de crime foi detalhada
em 2015, com a lei 13.104, que classificou o feminicídio como crime
hediondo.<br /><br />Veiculado a poucos dias do Dia Internacional pela
Eliminação da Violência contra a Mulher, o comunicado da Cepal também
assinala como um dos principais desafios para se abordar corretamente o
tema a compreensão de que todas as formas de violência que afetam as
mulheres estão determinadas, para além de sua condição sexual e de
gênero, por diferenças econômicas, etárias, raciais, culturais, de
religião e de outros tipos.<br />
<br />
Na avaliação da comissão, esse discernimento permitiria que as
políticas públicas considerassem a diversidade das mulheres e as
diversas formas de violência direcionada a essa parcela da população.<br />
<br />
Segundo o Instituto Patrícia Galvão, as diretrizes que norteiam as
classificações aplicadas na América Latina para se tratar de feminicídio
abarcam a diversidade de contextos dessas mortes. Embora distintas, as
13 linhas revelam que o desprezo ou a discriminação da vítima devido à
sua "condição de mulher" são componentes constantes em todas
ocorrências.<br />
<br />
São relacionados, por exemplo, além do feminicídio íntimo, o
feminicídio sexual sistêmico, em que a vítima também é sequestrada e
estuprada, e o feminicídio lesbofóbico ou bifóbico, configurado quando a
vítima é bissexual ou lésbica e é assassinada porque o agressor entende
que deve puni-la por sua orientação sexual. Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-12012969694854464092018-11-13T22:54:00.003-02:002018-11-13T22:54:46.207-02:00Villas Bôas e Bolsonaro: o motim se alastra e chega ao Planalto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRxiB6LmZkg7M4Q5k1n2P1n9meHO9bBzU-_zlumOz16IpJgEqBqrCdcdFIGxABpyDg_kEaH_VcFbABNRhJiUo8Mg6BYkh8iCEU8z51gv6pQog1I71JkpKeJZWXJj524nYsVEe3szpvqWs/s1600/f946d648-4e5a-4a09-a68a-e8edf290fea0.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="768" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRxiB6LmZkg7M4Q5k1n2P1n9meHO9bBzU-_zlumOz16IpJgEqBqrCdcdFIGxABpyDg_kEaH_VcFbABNRhJiUo8Mg6BYkh8iCEU8z51gv6pQog1I71JkpKeJZWXJj524nYsVEe3szpvqWs/s640/f946d648-4e5a-4a09-a68a-e8edf290fea0.jpeg" width="640" /></a></div>
<br />
<b>Via <a href="https://www.conversaafiada.com.br/" target="_blank">Conversa Afiada</a> -</b><br />
<br />
Mario Vitor: eles já podem tudo!<br />
<br />
<div id="content-core">
<div class="" id="parent-fieldname-text">
<div>
<b>Do jornalista <a href="http://www.patrialatina.com.br/villas-boas-e-bolsonaro-o-motim-se-alastra-e-chega-ao-planalto/">Mario Vitor Santos</a>:</b><br />
<br />
<div class="texto-externo">
A reveladora entrevista à Folha do general
Eduardo Villas Bôas traz conclusões de que muitos já adivinhavam mas que
são surpreendentes quando afinal vêm à tona em toda a sua realidade.
Surpreende a falta de continência (com trocadilho) com que o
representante maior das Forças Armadas assume sem pudores o gesto de
intervenção militar nas decisões da Justiça.<br /><br /> Da voz do próprio
comandante vem a público agora, meses depois, o péssimo exemplo dado aos
seus iguais e subordinados. Ao pressionar explicitamente o Supremo
Tribunal Federal em abril deste ano via twitter para não libertar Lula e
assumir que calculou intervir, Villas Bôas descumpriu o decreto 4.346,
de 2002, que proíbe aos militares brasileiros envolver-se em assuntos
políticos. De quebra, o general descumpriu também o próprio Regulamento
Disciplinar do Exército que classifica manifestação política como
transgressão disciplinar. <br /><br /> Se não é para cumprir as regras que o
próprio Exercito cria internamente e nem também as que o país determina
democraticamente, o que então faz um comandante de Exército? Será que
já vivemos um regime de exceção, estamos de volta ao pesadelo da
ditadura de 1964? Os militares já controlam de novo os poderes da
República? Como era de se esperar, o STF, em tese responsável pela
defesa da legalidade, calou-se, submisso. Um general ameaça o poder
democrático e nenhum poder o reprime. <br /><br /> O país está diante de uma
situação de aberta ilegalidade, incompatível com a democracia. Há uma
força militar que já não presta mais contas a ninguém. Criou-se um poder
que pode tudo, sem rédeas, sem respaldo na Constituição. Os militares
precisam se dar mais respeito. Suas aventuras por trilhas no passado que
se julgava hoje superado custaram sérios prejuízos ao país, metido
então em problemas de toda ordem que a historiografia registra. Agora o
comandante do Exército lança enorme interrogação sobre a pureza das
decisões do STF, que votou sob pressão e decidiu afastar a possibilidade
do candidato mais bem colocado nas pesquisas, o ex-presidente Lula,
disputar a eleições. A eleição vista assim assume aspectos de fraude. <br /><br />
Tão preocupante quanto a prensa militar sobre as instituições da
República são as circunstâncias que a cercam. Seu exame revela toda uma
cadeia tensa de situações e eventos nas disputas de poder e de espaços
internos às Forças Armadas, em particular ao Exército, e que a
politização extrema criada pela eleição de Jair Bolsonaro agravou ao
ponto do descontrole. Deste quadro, em muito submerso, aparecem apenas
alguns sinais que se podem associar em busca de certos contornos. <br /><br />
Emerge que, nas declarações à Folha, o general Villas Bôas quis
transmitir uma força e um controle de que já não dispõe. Expressou a
opinião de uma corporação vergada pela ameaça da presença de Bolsonaro e
de seus adeptos internos. Fez questão de delimitar espaços. Quis fazer
crer que Bolsonaro há muito tempo não pertence mais e continua não
fazendo parte dessa coletividade, o Exército. Será verdade? Por que fez
questão de demarcar essa distância? <br /><br /> Agora, o general Villas
Bôas diz ter se valido do famigerado twitter para impedir um golpe
maior: a explosão de insatisfação dos militares que seria deflagrada com
a libertação de Lula. Revela o que tenta esconder: o Exército
encontra-se ao sabor de infiltrações – ou seriam agora unanimidades –
bolsonarianas na tropa. <br /><br /> Há elementos vários em jogo, com
implicações em diversos planos e vazamentos de influências para outras
áreas das forças militares. Na louca escalada que acabou o conduzindo ao
Planalto, Bolsonaro valeu-se de todos os métodos, inclusive a rebelião,
instrumentos que acompanharam sua trajetória desde os tempos de caserna
e que estiveram na origem de seu desligamento do Exército. <br /><br /> O
que era uma inclinação inflamatória, indisciplinada e violenta do
capitão Bolsonaro em seus tempos de caserna permaneceu após sua expulsão
na forma da agitação “sindical”, sempre insuflando a insatisfação com
as condições de trabalho e soldo para o baixo escalão não apenas das
forças armadas, mas também das forças policiais, especialmente das
polícias militares. <br /><br /> Como diz Villas Bôas na entrevista, depois
de ser forçado a sair do Exército, Bolsonaro “passou a gravitar em torno
dos quartéis, explorando questões que diziam ao dia a dia dos
militares”. O que o comandante não diz é que quebras da hierarquia foram
sempre incentivadas por Bolsonaro em episódios de intranquilidade que
estão potencialmente presentes também agora e terão que precisam ser
contidos, ou absorvidos no contexto de sua nova hegemonia, agora como
chefe supremo das Forças Armadas. <br /><br /> Não há “risco” de politização
dos quartéis, como diz Villas Bôas. Não há risco porque eles já estão
inteiramente politizados. É ele mesmo quem diz. <br /><br /> Villas Bôas
declara o seguinte sobre o episódio da pressão sobre o STF na decisão
sobre o habeas corpus que poria Lula na disputa eleitoral (com enormes
chances de vitória, sendo o preferido disparado do eleitor): “Sentimos
que a coisa poderia fugir ao nosso controle” porque “militares da
reserva e civis identificados conosco estavam se pronunciando de forma
enfática”. O quê? O general quer que o país acredite que ele estava
preocupado com “militares da reserva e civis identificados conosco”? <br /><br />
O general já tinha então era perdido o controle não dos militares da
reserva, mas dos da ativa e corria atrás de retomá-lo. Foi por essa
razão que, sem mais, desencadeou-se o novo golpe de abril. A história se
repete: o golpe agora via twitter, o twitter da rede, da rede não mais
da legalidade, mas da rede da ilegalidade. Como disse o cientista
político Wanderley Guilherme dos Santos, para evitar um golpe Villas
Bôas deu um golpe. <br /><br /> A chegada de Bolsonaro ao Planalto com ajuda
desses métodos coroa toda uma carreira de ataques à ordem legal, e de
desrespeito à hierarquia em especial. A politização dos quartéis
acompanhou toda a trajetória do capitão reformado, com foco as polícias
militares. Sem se revelar, Bolsonaro esteve por trás do motim que
paralisou as corporações policiais do Espírito Sаnto e do Rio Grande do
Norte. A rebelião capixaba durou 21 dias em fevereiro do ano passado com
um rastro de violência que deixou 215 mortes, uma onda de roubos sem
controle e prejuízos incalculáveis. <br /><br /> Movimentos semelhantes e
conectados chegaram a contagiar dois quartéis do Rio, provocando alarme
antes de serem contidos. O estímulo de Bolsonaro foi detectado nas
formas de desencadeamento e sustentação de todos esses movimentos. <br /><br />
Um olhar atento percebe que a intervenção e a militarização da
segurança pública do Rio, de resultados ainda duvidosos para a segurança
“externa”, ou seja, a do cidadão, dirigiu-se também para restabelecer o
comando da tropa, depois que todas as autoridades estaduais
reconheceram alarmadas ter perdido o controle da situação e entregaram o
problema ao governo federal. <br /><br /> Um aspecto não suficientemente
destacado, porém, é que essa intervenção tinha dois lados e que o mais
importante e oculto deles se volta para dentro das próprias forças
policiais, na tentativa de garantir a cadeia de comando e restabelecer o
respeito à hierarquia, terceirizada para um general do Exército. O
processo foi agora atropelado pelo inesperado fator da eleição de
Bolsonaro. O motim foi para o poder. <br /><br /> Ainda como consequência
das rebeliões do Espirito Sаnto e Rio Grande do Norte, para tentar
controlar o espalhamento de eventuais levantes parecidos que ameaçavam
explodir em outros Estados, criaram-se grupos, inicialmente informais,
para troca regular de informações entre áreas de inteligência das forças
de segurança de diversos estados. A partir daí, a pedido dos próprios
estados, surgiu uma coordenação nacional, agora em torno da Abin e do
Gabinete de Segurança Institucional, a cargo do sombrio general Sergio
Etchegoyen, e também ao ministério “Extraordinário” da Segurança
Pública. Nada disso, porém, é capaz de anular o estímulo representado
pelas anistias frequentemente concedidas pelo Congresso a policiais que
se amotinam, dando aval político e tornando letra morta o Código Penal
Militar. <br /><br /> Uma estrutura que antes incluía uma duvidosa e secreta
tentativa de conter o espraiamento dos motins passa agora ao controle
do chefe deles. Dessa posição ele terá condições ideais para garantir e
até ampliar o regime especial de aposentadorias para militares e
policiais, além dos chamados “excludentes de ilicitudes” e suas outras
variações e ainda mais degeneradas da licença geral para matar os pobres
que assume o Planalto em 1º de janeiro.<br /><br /><span class="discreet"><b><i>Mario
Vitor Santos é jornalista. Foi ombudsman da Folha e do portal iG,
secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasília da Folha.</i></b></span></div>
<div class="texto-externo">
<span class="discreet"><b><i> </i></b></span></div>
<b>Em tempo</b>: dos sete líderes da greve da PM do Espírito Sаnto, <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/protagonistas-da-greve-da-pm-capixaba-de-2017-disputam-eleicao.shtml">quatro se candidataram nas eleições deste ano</a> - a maior parte pelo PSL dos Bolsonaros.</div>
</div>
</div>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-36042663671128018792018-11-08T22:27:00.001-02:002018-11-08T22:27:46.227-02:00Turistas desistem de vir ao Brasil após eleição de Bolsonaro <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzeyfbeDRlX3yDCWqVV41PA72_2uVoAyYpm1SgsAgHB5-V3vaKclhcEPOrqVyfPUyRS6WETIa6uQb7vAZZC86iiq69P0iNr9PnV3GX0mb3zYCcFzzIAjMd-O-1TOAlbTWe-d0eCI1UxcU/s1600/images+cms-image-000611397.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1000" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzeyfbeDRlX3yDCWqVV41PA72_2uVoAyYpm1SgsAgHB5-V3vaKclhcEPOrqVyfPUyRS6WETIa6uQb7vAZZC86iiq69P0iNr9PnV3GX0mb3zYCcFzzIAjMd-O-1TOAlbTWe-d0eCI1UxcU/s640/images+cms-image-000611397.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="intro">
<br />
<strong>Marcos Lúcio Fernandes, da <a href="http://br.rfi.fr/franca/20181108-nao-coloco-pes-enquanto-estiver-poder-turistas-desistem-brasil-apos-bolsonaro" target="_blank">RFI</a> -</strong><br />
<br />
No dia seguinte à eleição de Jair Bolsonaro, vários franceses fizeram
uso da mesma plataforma que levou o candidato do PSL à presidência do
Brasil: eles invadiram o WhatsApp, só que de mensagens de preocupação e
de tristeza a seus amigos brasileiros. Muitos deles não entendiam como o
povo do "país do carnaval e da festa" foi guiado por um discurso
machista, homofóbico e racista – um discurso de ódio. A RFI entrevistou
estrangeiros que já conhecem ou que tinham interesse de visitar o Brasil
pela primeira vez mas que, diante do atual cenário, desistiram de fazer
uma viagem ao país.<br />
<br />
De acordo com dados do Banco Central e publicados pelo ministério do
Turismo, os estrangeiros que foram ao Brasil em agosto de 2018 gastaram
US$ 482 milhões, 6% acima do valor do ano anterior, que foi de US$ 455
milhões. O ganho nos primeiros oito meses, por sua vez, girou em torno
de US$ 4,13 bilhões, um crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período
de 2017. Mas se depender de turistas como a francesa Corinne Moutout, os
lucros nessa área, a partir de agora, só vão diminuir.<br />
<br />
"Jurei para mim mesma que não colocaria os pés enquanto esse cara
estiver no poder", disse categoricamente Corinne Moutout, que afirma ter
uma forte ligação com o país. "Visitei o Brasil quando dei a volta ao
mundo e fiquei apaixonada. Tanto que, quando voltei à Paris, decidi
aprender o português e tinha vontade de me mudar para lá. Desde então,
devo ter voltado pelo menos uma vez por ano, cinco vezes no total",
conta.<br />
<br />
"Minha opinião é parcial, porque tenho uma relação de paixão com o
Brasil. É mais do que alguém que planeja suas férias e muda de ideia por
causa de Bolsonaro. O que tenho a dizer é que estou decepcionada que
uma maioria tenha votado por um fascista", declara Corinne. "Eu sei, por
ter vivido anos na África, que existem países demais vivendo sob uma
ditadura que não escolheram e agora temos uma maioria de brasileiros que
escolhe para si uma ditadura. É insuportável", diz.<br />
<br />
Corinne explica que o sentimento é de que, após todas suas visitas,
há uma face do Brasil que ela ignorou. "Para mim, no país que eu conheço
e que eu amo, era inimaginável que os brasileiros pudessem fazer uma
escolha dessas. Por essa razão, não posso mais planejar uma viagem ao
Brasil. Da mesma forma que não posso colocar os pés nos Estados Unidos
de [Donald] Trump. Para mim, não é possível".<br />
<br />
<strong>"Não darei dinheiro a governo autoritário"</strong><br />
<br />
A atitude de Corinne Moutout, que faz oposição a governos que vão
contra seus ideais democráticos, é a mesma de Marc Luc, parisiense que
não conhece o Brasil, mas que tinha planos de visitá-lo no futuro. "Sou
alguém bastante engajado, temos todos nossos próprios valores e o novo
governo brasileiro não tem nada daquilo em que eu acredito. A forma como
ocorreu a campanha eleitoral, como Lula não pôde se apresentar... Tudo
isso mostra que o novo governo não compartilha de meus ideais. Nem na
questão do autoritarismo, nem na repressão de minorias, numa política
que não é nem aberta, nem progressista. Não tenho vontade de fazer
turismo e dar dinheiro a um Estado que vai aplicar esses valores", diz.<br />
<br />
"Eu tinha uma imagem festiva do Brasil, que deve ser bastante parcial
e que não representa a realidade do país, que é grande e complexo. Mas
eu pensava que era um país receptivo e onde a vida era agradável e a
eleição de Bolsonaro simboliza mais um fechamento dentro de si mesmo do
que uma abertura para o exterior. E isso não dá vontade de visitar",
explica Marc Luc.<br />
<br />
O francês afirma que o discurso agressivo de Bolsonaro não vai
influenciar na escolha de todos os turistas, que querem apenas ver as
praias e a vasta natureza do país, mas que isso deveria ser levado em
conta na escolha de uma destinação. "Para mim isso é muito importante.
Tudo isso dá a impressão de um país onde o contexto social não é calmo. E
se eu tiver que enfrentar a polícia, ou a justiça, porque houve uma
agressão, eu não seria muito bem ouvido ou levado em consideração [pelas
forças de ordem]".<br />
<br />
O brasileiro Tiago*, que mora na França há vários anos, planejava ir
festejar o carnaval em Recife em 2019 e matar a saudade, mas mudou de
ideia após a eleição presidencial. "Estou muito desgostoso com o
resultado, com uma parte de minha família. É uma mistura de raiva,
angústia, medo e frustração que tomou conta. Não estou com vontade de ir
ao Brasil", lamenta.<br />
<br />
<strong>Africanos se dizem decepcionados com o país "modelo"</strong><br />
<br />
Joel Oliveira, cabo-verdiano que mora em Lisboa, planejava ir ao
Brasil em janeiro de 2019, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, até
Belém, terra natal de um amigo brasileiro. "Mas o pai dele disse para a
gente não ir, disse que não está bom lá...", declara. "Desisti porque,
em primeiro lugar, temia que a violência aumentasse. Desde que ele foi
eleito, já foram efetuados vários ataques em seu nome, e isso não vai
mudar do dia para a noite, após todo o discurso de ódio".<br />
<br />
Ele afirma que apenas o fato da violência, uma realidade que perdura
há anos no Brasil, não seria motivo o suficiente para desencorajá-lo de
visitar o país. Mas o clima após as eleições e, sobretudo, a vitória de
um candidato cujas ideias não agradam a Joel, fizeram com que ele
deixasse de lado a viagem planejada. "Não entrava em minha cabeça como
as pessoas podiam votar em Bolsonaro. Não sei como alguém como ele
chegou ao poder num país como o Brasil. Entendo que as pessoas estejam
cansadas, querem novas medidas, mas não é assim que se faz", diz. "Ainda
bem que não comprei as passagens".<br />
<br />
Carla Pereira, que também é de Cabo Verde, mas mora em Lille, no
norte da França, já visitou o Brasil em 2013 e passou três semanas
viajando por diversos estados. Ela disse que ficou espantada com a
eleição de Bolsonaro. "No meu país, o PT não é mal visto, com todas as
bolsas criadas e com a evolução das classes mais baixas. Então não
esperava nem que Bolsonaro fosse passar para o segundo turno", explica.<br />
<br />
A situação do Brasil, no entanto, não é diferente de diversos países,
como os Estados Unidos, a Polônia ou a Hungria, de acordo com
Alexandra. "As pessoas precisam ter uma certa segurança e, infelizmente,
criam esse sentimento nacionalista, que faz com que elas cometam erros.
Não sei ainda o quão dramático será a eleição de Bolsonaro. Será como
Trump? Ou será algo bom? Não sei, mas fiquei triste, e não me dá vontade
de retornar ao Brasil. Se o país antes já não era muito seguro, com os
últimos eventos, não dá vontade de voltar e me dá muita pena porque,
para mim, o Brasil é um país muito bonito".<br />
<br />
<strong>Resistência turística</strong><br />
<br />
No entanto, alguns estrangeiros contactados pela RFI afirmaram que a
eleição de Bolsonaro não deve ser vista de forma tão radical. "Não acho
que seria uma boa ideia boicotar um país quando ele está 'na merda',
então acho que se tivesse a oportunidade, iria assim mesmo. Mesmo que
seja só para ver meus amigos que vivem lá e que estão desesperados",
declara o francês Karl Testevuide, que mora em Paris.<br />
<br />
A italiana Elena Menegaldo, que também vive na capital francesa, tem a
mesma opinião. "Ficaria um pouco apreensiva, mas isso não me impediria
de visitar o país". Já a marroquina Yousra diz que vai "esperar para
ver". "Quero ir ao Brasil e no momento ainda não me senti desencorajada.
Mas se ele de fato fizer tudo o que disse durante a campanha, sobretudo
as medidas sociais, claro que não vou querer ir", afirma.<br />
<br />
Três agências de turismo especializadas no Brasil foram contactadas
pela RFI.<br />
<br />
Uma delas afirmou que não tinha dados e duas não deram
retorno.<br />
<br />
*O nome foi modificado a pedido do entrevistado.<br />
</div>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-7423097447976713442018-11-07T23:03:00.000-02:002018-11-07T23:03:10.397-02:00“Muita coisa vai ser mantida”: bolsonaristas vão vendo que o “mito” é continuidade de Temer e não ruptura.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgYTZngvHAPbblmWW2hvgD65n5XY0t8QcWIoI5UdRUZ_AbsFdBF44YoEk8shzVnQR39j0v_eZTGzTrqbmovUoYkh5BJD0VXSqRHleLGm6p4QZvJl41my0Twlg26S9AYHQU0FowmzyUr7A/s1600/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-41-19-600x367.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="600" height="390" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgYTZngvHAPbblmWW2hvgD65n5XY0t8QcWIoI5UdRUZ_AbsFdBF44YoEk8shzVnQR39j0v_eZTGzTrqbmovUoYkh5BJD0VXSqRHleLGm6p4QZvJl41my0Twlg26S9AYHQU0FowmzyUr7A/s640/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-41-19-600x367.png" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Kiko Nogueira, <a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/" target="_blank">DCM </a>-</b><br />
<br />
<div class="p1">
<span class="s1">De maneira mais célere que se
esperava, bolsonaristas que deram sangue e chafurdaram na latrina por
seu mito estão percebendo que escolheram mais do mesmo, apesar de toda a
discurseira sobre o mundo novo que Deus traria com seu meninão
esquisito.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">O encontro entre Michel Temer e Jair Bolsonaro no Planalto na tarde desta quarta, dia 7, foi harmonioso, bonito e revelador.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Bolsonaro disse ao cidadão que manejou
aquela Câmara onde ele ficou três décadas mamando que não dispensará sua
experiência no ano que vem e que pedir-lhe-á conselhos.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Procurará o ancião outras vezes até o fim de 2018.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">“O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência”, mandou.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Segundo JB, <strong>“muita coisa” da presente gestão vai ser mantida.</strong></span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">“Se preciso for voltaremos a pedir que ele nos atenda”, falou.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgBnYbabYlsBXGNmwwbY9WbCPZrMjP0r9OATyzX0MnsbVMHYPuPpxIEV2F6e8egjbxi1VdBzP7WDfvbbK1kO0NF3oYnTjt3IsIYal4wotB5cINZnLUbQOxzXoCWW0I_H2ZoLZoyZiOLoE/s1600/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-12-55-600x324.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="600" height="344" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgBnYbabYlsBXGNmwwbY9WbCPZrMjP0r9OATyzX0MnsbVMHYPuPpxIEV2F6e8egjbxi1VdBzP7WDfvbbK1kO0NF3oYnTjt3IsIYal4wotB5cINZnLUbQOxzXoCWW0I_H2ZoLZoyZiOLoE/s640/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-12-55-600x324.png" width="640" /></a></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<br />
<div class="p1">
<span class="s1">Na mesma linha de atuação, Sergio Moro declarou que espera contar com o ministro da Segurança, </span><span class="s2">Raul Jungmann</span><span class="s1">, como um “conselheiro informal” .</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Saindo de uma reunião, frisou que mantém
com Jungmann uma relação “muito cordial”, o que, em sua opinião,
facilitará a transição.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Este devolveu a cortesia: estará à disposição “agora e depois”.</span></div>
As pautas são as mesmas, as “reformas”, ou tentativas delas, também. Não apenas a Previdência.<br />
<br />
<span class="s1">Foi-se o tempo em que Bolsonaro falava o que os otários queriam ouvir.</span><br />
<br />
<div class="p1">
<span class="s1">“Temer já roubou muita coisa aqui, mas o
meu discurso ele não vai roubar, não”, disse, referindo-se à intervenção
militar no Rio de Janeiro.</span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Vemos agora, entre caneladas do team Bolso, a união do “vamos mudar isso daí, talkei?” com o “Tem que manter isso, viu?”. </span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1">No final, Temer deu a senha: “Vamos todos juntos”. </span></div>
<div class="p1">
<br /></div>
Vamos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhicK7TD6Fx9KjJhnzap_z1enca0NYaM44wf5Bwgua3H5l6CBXjq3uQHdLHbxo9tC91yeEY3tKmFrlO9vm8fdeTYMM-ECTzKmE-2yZexwNzgiBFy0vsRqX8fm2ISDBBUMGcgECEomPCxEI/s1600/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-12-08-600x482.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="482" data-original-width="600" height="514" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhicK7TD6Fx9KjJhnzap_z1enca0NYaM44wf5Bwgua3H5l6CBXjq3uQHdLHbxo9tC91yeEY3tKmFrlO9vm8fdeTYMM-ECTzKmE-2yZexwNzgiBFy0vsRqX8fm2ISDBBUMGcgECEomPCxEI/s640/captura-de-tela-2018-11-07-as-19-12-08-600x482.png" width="640" /></a></div>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-2518864415058153462018-11-05T23:00:00.000-02:002018-11-05T23:00:11.342-02:00Mídia corporativa tem a paternidade e a maternidade de Bolsonaro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVpVuYVfyaMvlo0XDN38Cw2c71jV27VI_P_OyWB3OeYVj2vK6HUWIIDSvx53Eon2o9-jn7rKy28uDutevQhiNchsDfasuHlm8pvWOFIoSm1_pr7FNkdOc4PpVmuttHOhQBLciDrPTIQBI/s1600/images+cms-image-000610915.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="490" height="364" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVpVuYVfyaMvlo0XDN38Cw2c71jV27VI_P_OyWB3OeYVj2vK6HUWIIDSvx53Eon2o9-jn7rKy28uDutevQhiNchsDfasuHlm8pvWOFIoSm1_pr7FNkdOc4PpVmuttHOhQBLciDrPTIQBI/s640/images+cms-image-000610915.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Mario Vitor Santos, <a href="https://www.brasil247.com/" target="_blank">Brasil 247</a> -</b><br />
<br />
<div dir="ltr">
O inacreditável aconteceu e o país elegeu um presidente de
extrema-direita, defensor da ditadura militar de 1964 e de seu regime de
torturas. Se não se dissipar antes de primeiro de janeiro, o twister
bolsonariano deve atingir o continente trazendo para o país a
intensidade de um dos regimes que se anuncia dos mais infames.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Se essa realidade insiste em surpreender, é óbvio que um
evento como esse não é obra do acaso. Colaboraram um conjunto de ações e
conjunturas. Há, porém, uma singularidade, um ponto de partida
institucional frequentemente omitido em sua relevância. A vitória da
extrema-direita deve-se, acima de qualquer outra influência, a um
trabalho sistemático, cotidiano, um rebento do ventre da mídia
corporativa brasileira.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Foi ela a iniciadora, a solitária da primeira hora, a única
grande instituição republicana a desde o começo trabalhar com convicção
e disciplina, a despeito dos imensos riscos e adversidades, na criação e
promoção direta ou indireta dos valores, fatos, factoides e disposições
mentais agora vitoriosos com Bolsonaro.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Foi ela que, paulatina e pacientemente, com avanços
desiguais e recuos estratégicos, ocupou os espaços mentais e sociais,
confiou na intuição de seu ofício e desafiou a descrença. Seu
desprendimento abalou a inércia dos outros atores, quebrando as
resistências dos que duvidavam, encorajando um agente, reanimando outro.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
O empacotamento publicitário de instâncias investigativas e
punitivas em “mensalão” e “Lava Jato”, dentre inúmeras outras
“operações”, favoreceu a montante da campanha geral. Nesse contexto,
Bolsonaro surge, portanto, não como um franco atirador mas como o que é:
a resultante lógica do trabalho subjetivo realizado pela mídia
corporativa brasileira.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
A opção por uma candidatura de extrema-direita, a repulsa
ao sistema de direitos republicanos e o derrame de mensagens falsas
(fake news) financiadas ilegalmente via caixa dois no Whatsapp não são o
produto de falta da informação correta mediada pelos veículos
corporativos que adviria do domínio das redes sociais e ferramentas
correlatas. São, inversamente, a consequência e o resultado lógico de
anos de difusão sistemática de conteúdo tóxico para semear o descrédito
num partido, depois nos partidos e na própria democracia.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Na verdade, as redes sociais e os grupos de Whatsapp se
alimentam e reproduzem conteúdo inflamatório em harmonia com a corrosão
diuturna realizada pela mídia corporativa no mundo todo contra líderes
de centro-esquerda moderados, como Lula e Dilma.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Em sua campanha contra as gestões petistas coube à mídia
enfrentar custos políticos e comerciais, num ambiente de perda de
audiência. Pioneiros da jornada, membros antes orgulhosos abandonaram o
barco na fase agora mais radical. Outros começaram a vacilar.
Iniciadores autênticos da ciranda conservadora foram ficando pelo
caminho, em dúvida sobre a conveniência do discurso que lhes deu razão
de viver. Céleres, agora empenham-se em maquiar as biografias, eles
antes tão metódicos em deformar a de outrem.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
A avalanche finalmente desencadeada arrastou consigo
expoentes eleitorais e partidos inteiros, deixando um rastro inútil de
mensagens e formas de agir mais palatáveis ao teatro político
civilizado.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Os danos colaterais voltam-se agora explicitamente contra
os próprios veículos e o círculo se fecha. A tarefa foi tão bem-sucedida
que só se completará num êxtase punitivo e purificador, num sacrifício
ritual que deve incinerar o próprio regime da Nova República.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Nesse momento de transe para a turba será sempre necessário
dar a Cesar o que é de Cesar: lembrar que antes dos juristas, dos
empresários, dos economistas, dos banqueiros, dos políticos, dos
partidos e até mesmo dos militares aderirem ao processo de normalização
do inconcebível, um setor da elite investia solitário, disciplinado,
militante, confiante na construção das peças da narrativa que trouxe o
país a este desfecho.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Os meios de comunicação repetiram-se e revezaram-se com
denodo na atribuição contínua ao PT e seus governos de incompetência,
corrupção, aparelhamento, traição ao país, desregramento moral e até, ou
antes, de eliminação de correligionários e adversários. Essa ciranda
envolveu a ação de todos grandes veículos sem exceção e os jornalistas
por meio deles coligados. </div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Refiro-me em especial àqueles profissionais
que em círculos comunicantes com diversos graus de articulação entre si,
determinam rumos político-editoriais no comando desses veículos.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Os responsáveis por vigiar a correção, o equilíbrio, o
pluralismo e o tom das informações transmitidas ao público
transformaram-se nos agentes do envenenamento da opinião. São eles,
muitas vezes, integrantes de estruturas corporativas informais
nebulosas, de hierarquias e agendas paralelas e a serviço de propósitos
políticos. São os mesmos que na reta decisiva do pleito apressaram-se em
proibir o uso da expressão “extrema-direita” para qualificar o
candidato Jair Bolsonaro sob argumentos de natureza técnica - um gesto
de cunho eleitoral equivalente ao repetido em escala maior pelo juiz
Sérgio Moro, que, enquanto conversava sobre sua nomeação ao ministério
da Justiça do governo Bolsonaro, liberava, na véspera do segundo turno,
delação para prejudicar o candidato do PT.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Não é à toa que vem do mesmo ninho normalizador orwelliano a
denominação de ditabranda para nomear o regime militar de 1964. Se
dublês de magistrados e agentes políticos como Moro saíram agora ao sol,
estes operadores do jornalismo prosseguem relativamente ocultos. A
situação é muito confusa e instável, comportando diversos
desdobramentos, mas o que restar da mídia fará tudo menos examinar a sua
atuação no período, ao menos não sob a mesma lente crítica a que
submeterá o concurso das outras instituições por ela, afinal,
congregadas.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Em vez disso, resta-lhes atribuir ao advento do Whatsapp a
degeneração dos valores democráticos. Culpar, como disse o jornalista
Jonathan Cook em seu blog, as redes sociais e seus correlatos por dar
poder a hordas de cidadãos imbecilizados e ocultar anos de envenenamento
e paciente moldagem social do pensamento para criar um ambiente tóxico e
inflamado de criminalização de instituições, em essência, republicanas,
destruindo a democracia com elas.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-11126022750077718442018-11-03T18:40:00.002-03:002018-11-03T18:40:39.505-03:00Dois meses para a posse: a eleição acabou, agora é hora de tocar a vida. De que jeito?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAgPeMcqv826Zg1_XdjBDgixTsOXxtjayikjG_no4NSG7PmwmciGNWoU7iDbvjyEIh3vkMfN8SvujZ-UvWl1lDmr_wTJgtHcXSHwegyvcqJZ-Bk9Ifa5s8IbO7tXEGXFnpFPABvTJfGk4/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="310" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAgPeMcqv826Zg1_XdjBDgixTsOXxtjayikjG_no4NSG7PmwmciGNWoU7iDbvjyEIh3vkMfN8SvujZ-UvWl1lDmr_wTJgtHcXSHwegyvcqJZ-Bk9Ifa5s8IbO7tXEGXFnpFPABvTJfGk4/s640/images.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Ricardo Kotscho, <a href="https://www.balaiodokotscho.com.br/" target="_blank">Balaio do Kotscho</a> -</b><br />
<br />
<em>“Quando, no futuro, escreverem a história destes tempos
estranhos, um capítulo inteiro _ ou, vá lá, uma nota de pé de página _
terá que ser sobre os omissos. (…) No fim, o ódio ao PT foi maior que o
amor pela democracia” </em>(Luiz Fernando Veríssimo, em O Globo, 1/11/2018).<br />
<br />
***<br />
<br />
2018 acabou. Com um governo moribundo em Brasília, fingindo que
governa, e outro sendo parido na Barra da Tijuca, e já governando de
fato, vamos agora ter que encarar dois longos meses até a posse em 1º
janeiro.<br />
<br />
Até lá, vai ser difícil comprar ou vender qualquer coisa, arrumar um emprego e planejar o próximo ano.<br />
<br />
Mal refeitos dos sustos e da ressaca da campanha mais esquizofrênica
da história, agora é hora de tocar a vida como dá, e esperar para ver o
que acontece.<br />
<br />
A eleição acabou, os votos foram contabilizados, e não podemos
continuar nesta guerra permanente entre vencedores e derrotados, mas
está difícil.<br />
<br />
Na seção de leitores nos jornais, no Facebook e nas áreas de comentários na internet, a eleição ainda não acabou.<br />
<br />
Nos discursos e entrevistas do presidente eleito e do que sobrou da oposição, a eleição também não acabou ainda.<br />
<br />
Estão todos disputando um terceiro turno virtual, enquanto o país afunda cada vez mais na crise econômica.<br />
<br />
Em levantamento publicado pela Folha neste sábado, sobre os temas
mais comentados por Jair Bolsonaro, 15% é de críticas ao PT e à
esquerda, com ameaças variadas. Só 8% foram dedicados a reformas
ministeriais e econômicas.<br />
<br />
Com a esquerda mais dividida do que nunca, fala-se muito em
“resistência democrática”, sem que ninguém consiga me explicar do que se
trata, enquanto um fica xingando o outro e o culpando pela derrota.<br />
<br />
O tema do desemprego de mais de 12,5 milhões de brasileiros, com
quatro em cada dez trabalhadores na informalidade (sem registro, sem
carteira e sem direitos), ainda não entrou na pauta de ninguém.<br />
<br />
Estamos no breu, no mato sem cachorro, sem ter a quem recorrer para saber o que será feito das nossas vidas.<br />
<br />
Depois de prestar relevantes serviços à campanha vitoriosa, o juiz
Moro foi promovido a grande xerife para acabar com a corrupção e a
violência.<br />
<br />
É o que temos de mais importante até agora, enquanto fundem e
desfundem ministérios, como se a administração pública fosse uma grande
feira livre que a cada dia muda de lugar.<br />
<br />
Outro juiz, o celerado Wilson Witzel, eleito Governador do Rio, já
providenciou a abertura de cinco mil valas num cemitério para abrigar os
traficantes que prometeu “abater” com a convocação de atiradores de
elite..<br />
<br />
Em São Paulo, João Doria deve ter gostado da ideia porque durante
toda a campanha só falou segurança pública e combate à violência a
qualquer preço, como se não tivéssemos nenhum outro problema.<br />
<br />
Acabar com a bandidagem parece ser o único grande objetivo dos
eleitos da nova ordem, que ainda continuam com seus discursos
beligerantes da campanha eleitoral, e até agora não apresentaram um
único programa concreto de combate ao desemprego.<br />
<br />
Vá ver que para eles a matança generalizada pode diminuir o número de
desempregados e aumentar a renda per capita, com menos gente para
dividir o bolo.<br />
<br />
A única voz lúcida e serena que encontrei no noticiário bélico de
hoje foi a do teólogo, filósofo, escritor e meu amigo Leonardo Boff, na
Folha:<br />
<br />
“A situação é tão dramática que precisamos de uma Arca de Noé onde
todos nós possamos nos abrigar (…) para não sermos tragados pelo dilúvio
da irracionalidade”.<br />
<br />
Resta saber quem se encarregará de montar esta Arca de Noé e como será feita a seleção de passageiros.<br />
<br />
Veríssimo poderá embarcar os omissos já arrependidos que foram cuidar das suas hortas enquanto o país decidia seu destino.<br />
<br />
Mas é bom ir logo ou essa arca correrá o risco de afundar devido à superlotação.<br />
<br />
Vida que segue.Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-21247054577471207652018-11-02T21:02:00.001-03:002018-11-02T21:02:26.884-03:00Finados e crônicas ainda?, por Rui Daher<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGD78yf9Hw4h5-8IMEfP8WWA8B7gW8a88xSeZgb30iA7bZw3piOyyQucXh3EcpstT5iNWv-Jx-gM6M4wQbV9RIovYhqK-mfiHq7OuDsV1Sjz75GvP0XtqbcAFXHhUiwujghLxqYpLw9SQ/s1600/mandela.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="690" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGD78yf9Hw4h5-8IMEfP8WWA8B7gW8a88xSeZgb30iA7bZw3piOyyQucXh3EcpstT5iNWv-Jx-gM6M4wQbV9RIovYhqK-mfiHq7OuDsV1Sjz75GvP0XtqbcAFXHhUiwujghLxqYpLw9SQ/s640/mandela.png" width="640" /></a></div>
<br />
<b> por Rui Daher, <a href="https://jornalggn.com.br/" target="_blank">GGN</a> -</b><br />
<br />
Sim, já deveria estar raleando minhas escritas aqui para tratar do
prometido livro, como se faz com as uvas-bebês do Vale do São Francisco
(Ariano Suassuna me convenceu a parar com essa bobagem de usar o termo
postagem; perguntou-me onde se lambe e cola o selo?).<br />
<br />
Darcy Ribeiro aduziu: “porra, tinha coisa melhor do que ir ao correio
e ser atendido pela mulata Jussara, que lambia os selos por mim, com
olhar maroto? Que tipo de envelope estaria ela imaginando?”<br />
<br />
Interveio, porém, uma galhofa de um grupo de amigos de esquerda em que participo. Segue:<br />
<br />
“<em>Este final de semana temos o ENEM e o horário de verão. Para
quem votou 13 precisa adiantar o relógio em uma hora, e pra quem votou
17 precisa atrasar o relógio em 473.040 horas, aproximadamente, para
chegar em 1964</em>”.<br />
E não é isso mesmo?<br />
<br />
Nem tanto para nós, os meritocráticos de araque, por origem, que me
envergonham. Odeio quem insulta o Brasil com seus umbigos inchados e
disformes, mesmo tendo a oportunidade de estudar. Descrevo-os:<br />
<ol>
<li>Acham o PT responsável pela atual situação econômica do Brasil;</li>
<li>Usaram Congresso, Judiciário (Moro) para impedir a volta de Lula;</li>
<li>Mataram Marisa Letícia, uma militante das causas do ABCD paulista e cuidadora de seus filhos e netos;</li>
<li>Condenaram a família Lula da Silva para estarem à vontade para o golpe;</li>
<li>Estigmatizaram o PT como fundadores da corrupção, em uma mão só, sabendo-a secular;</li>
<li>Escolheram, de forma absurda e populista, um capitão e um juiz de
piso, despreparados, ignorantes, e sem a menor qualidade para serem
estadistas, em um mundo em transformação;</li>
<li>Um ministro da Ciência e Tecnologia especialista no segmento em que
temos liderança mundial, a astronáutica. Mas, discutem, vender a
EMBRAER, aí sim mais avançados;</li>
<li>Enfim, é o que vivo desde o comício de 13 de março de 1964, por João
Goulart, na Central do Brasil, Rio de Janeiro, cidade mais linda e
rebelde do Brasil, que pensei iria entender os riscos do País de Jair.</li>
<li>Nem mesmo sei pronunciar as escolhas cariocas, de tão antagônicas a
Leonel e Darcy. Witzel, Wetzel, João Eltze, o velho árbitro, else, os
demais em inglês, como qualquer um?</li>
<li>Confesso, no entanto, uma covardia inaudita. Tenho tido muito medo.
Me assustam os carrões, faróis brilhantes de ignorância, colados em
minha traseira. Querem ultrapassar-me ou me comer? Cedo os dois atos.
Apenas não me dirijam palavras ou esfreguem suas bandeiras verde,
amarelas e azuis em meu rosto.</li>
<li>Eu, o onze, o ponta-esquerda, as verei na forma de suástica.</li>
</ol>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-81299135972835990352018-10-31T22:44:00.002-03:002018-10-31T22:44:47.361-03:00Xadrez da tolerância zero com o estado de exceção, por Luis Nassif<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5jnsipoKTUGmFuom7jd7Tpe91GL5n3QW6xOHY3VQ0ggqrzkhfZFgizByLnAm6F3JgRn-wP-4q3YfP6EERwKv6fmpG0oDoaRs4kMZ4DtXxbFmuefm1ZgUW1Epe3GTXPuf6wU0MeYEWVos/s1600/morobolsa.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="592" data-original-width="795" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5jnsipoKTUGmFuom7jd7Tpe91GL5n3QW6xOHY3VQ0ggqrzkhfZFgizByLnAm6F3JgRn-wP-4q3YfP6EERwKv6fmpG0oDoaRs4kMZ4DtXxbFmuefm1ZgUW1Epe3GTXPuf6wU0MeYEWVos/s640/morobolsa.png" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Luis Nassif, <a href="https://jornalggn.com.br/" target="_blank">GGN</a> -</b><br />
<h2>
Movimento 1 – as hipóteses de trabalho</h2>
Para tornar mais objetiva a análise vamos definir um conjunto de evidências prévias:<br />
<br />
<strong>Evidência 1</strong> – Jair Bolsonaro é um defensor do estado
de exceção. Ponto. Havendo condições, implantará o Estado de Exceção em
um país em que já se quebrou a mística da democracia estável que
existia desde a Constituição de 1988.<br />
<br />
<strong>Evidência 2</strong> – Bolsonaro já apontou os movimentos
populares como alvo de repressão. As mudanças em andamento na
legislação, tentam enquadrar toda manifestação social na categoria de
terrorismo.<br />
<br />
<strong>Evidência 3</strong> – antes mesmo de assumirem, os
governadores eleitos de São Paulo e Rio de Janeiro já acenaram com um
liberou geral para a violência policial em alta escala – com autorização
para matar. Há perspectiva de massacres continuados e legalizados nas
duas maiores cidades brasileiras.<br />
<br />
<strong>Evidência 4</strong> – o estado de exceção já está
disseminado pela sociedade brasileira, na atuação concatenada de juízes e
procuradores, na explosão de violência nas ruas e nas redes sociais, no
avanço das milícias nas periferias das grandes cidades e favelas, nos
abusos da Lava Jato. Ou seja, está fincada em uma base ampla da opinião
pública.<br />
<h2>
Movimento 2 – a defesa inicial da democracia</h2>
Nos primeiros dias após as eleições, eclodiram abusos, mas, por outro
lado, manifestações amplas em defesa da democracia. Advogados
criminalistas organizaram comitês em defesa das futuras vítimas, a
Procuradoria Geral da República tomou medidas contra as invasões de
universidades, procuradores atuaram em vários estados contra tentativas
de intimidação de professores, houve protestos generalizados contra as
ameaças de Bolsonaro à Folha de São Paulo. E até o Ministro Luís Roberto
Barroso anunciou que o STF estará coeso em defesa das minorias.<br />
Democracia salva? Nem tanto.<br />
<h2>
Movimento 3 – como agem os ditadores</h2>
Sobre as estratégias de destruição das democracias<br />
<div style="margin-left: 35.4pt;">
<em>A erosão da democracia acontece de
maneira gradativa, muitas vezes em pequeníssimos passos. Tomado
individualmente, cada passo parece insignificante – nenhum deles
aparenta de fato ameaçar a democracia. </em></div>
<div style="margin-left: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-left: 35.4pt;">
<em>Com efeito, as iniciativas
governamentais para subverter a democracia costumam ter um verniz de
legalidade. Elas são aprovadas pelo Parlamento ou julgadas
constitucionais por supremas cortes. Muitas são adotadas sob o pretexto
de diligenciar algum objetivo público legítimo – e mesmo elogiável –,
como combater a corrupção, “limpar” as eleições, aperfeiçoar a qualidade
da democracia.</em></div>
<div style="margin-left: 35.4pt;">
<br /></div>
O livro lista uma série de medidas possíveis de serem tomadas, de acordo com as regras democráticas.<br />
<h3>
A democracia tutelada</h3>
Segundo os autores, na maioria das autocracias contemporâneas, não se
eliminam todos os traços de dissensão. A estratégia consiste em
marginalizar jogadores importantes, como políticos de oposição, lideres
empresariais simpáticos à oposição, meios de comunicação, figuras
culturais que desfrutem de status moral público. Ou se impede sua
participação ou se recorre a subornos, oferecendo cargos públicos
favores e outras prerrogativas.<br />
<h3>
A compra dos “árbitros”</h3>
Para tanto, é relevante o que os autores chamam de “a compra dos
árbitros”, no caso instituições jurídicas e policiais. Autoridades
fazendárias podem ser acionadas para atacar políticos, empresas e meios
de comunicações críticos. A polícia poderá reprimir violentamente
manifestações de oposição ao governo, ao mesmo tempo em que tolerará
violências perpetradas por assassinos pró-governo, dizem os autores.<br />
<br />
<div style="margin-left: 35.4pt;">
<em>(...) Enquanto ditadores da velha
guarda costumavam prender, exilar ou até matar seus rivais, os
autocratas contemporâneos tendem a esconder sua repressão debaixo de um
verniz de legalidade. É por isso que capturar os árbitros é tão
importante.</em></div>
<h3>
O suborno e da chantagem</h3>
Um dos casos relatados foi o do Peru, no período Alberto Fujimori, o
presidente eleito em 1990 que, depois, se converteu em ditador.<br />
<br />
Seu braço direito, Vladimiro Montesinos, do Serviço Nacional de
Inteligência, se valeu de todos os expedientes para enquadrar
recalcitrantes. Gravou vídeos de políticos, juízes, congressistas,
empresários, jornalistas, pagando ou recebendo subornos. Antes da
implantação da ditadura, filmou autoridades em bordéis e outras
atividades ilegais. Em sua folha de pagamento mantinha três magistrados
da Suprema Corte, dois membros do tribunal Constitucional e um número
“inacreditável” de juízes e promotores públicos. No final dos anos 90,
toda rede de televisão relevante, jornais diários e tabloides populares
estavam na folha de pagamento do governo. Na superfície, o Peru parecia
viver uma democracia.<br />
<br />
No Brasil pré-impeachment, já havia suspeitas de tentativas de chantagem contra três Ministros do STF.<br />
<h3>
A perseguição aos adversários</h3>
Um resultado direto da “compra de árbitros” é o poder de condenar
oposicionistas. A condenação e prisão de Lula não é um episódio isolado.
No final dos anos 90, na Malásia, o primeiro-ministro Mahatir Moahamad
usou força policial para prender e condenar o oposicionista mais
relevante, Anawar Ibrahim, sob acusação de sodomia.<br />
Na Venezuela, Leopoldo López, líder da oposição, foi preso e acusado
de “incitação à violência” durante a onda de protestos contra o governo
em 2014. Sem comprovação maior, alegou-se que a incitação havia sido
“subliminar”.<br />
<h3>
As mudanças constitucionais</h3>
Outra maneira de implantar o estado de exceção é através de mudanças
constitucionais, no sistema eleitoral ou nas cortes superiores.<br />
<br />
Em 2002, na Malásia, para impedir a vitória da oposição, as
autoridades redesenharam os distritos eleitorais, contrariando as
tendências demográficas, reduzindo o número de cadeiras em regiões
dominadas pela oposição.<br />
<br />
Em 1999, o governo Hugo Chávez convocou eleições para uma
Constituinte, concedendo a ela mesmo o direito de dissolver todas as
demais instituições do Estado, incluindo a Suprema Corte. Ministros
temerosos decretaram tentaram contemporizar a decretaram a iniciativa
como constitucional. Dois meses depois, a Suprema Corte foi dissolvida e
substituída por um novo Tribunal Supremo de Justiça.<br />
<h3>
A ação contra os carteis midiáticos</h3>
A parte mais vulnerável dos cartéis midiáticos são as ações fiscais.
Gozando de plenos poderes no período que antecede as ditaduras, acabam
se enrolando em manobras fiscais que, mais tarde, voltam-se contra eles
próprios. É o caso das vulnerabilidades fiscais e penais (caso FIFA) das
Organizações Globo.<br />
<br />
Na Turquia, o conglomerado Doğan Yayin controlava 50% do mercado de
mídia, o jornal mais lido do país, o Hurriyat, e vários canais de
televisão. Em 2009, o governo o multou em quase 2,5 bilhões de dólares –
mais do que o patrimônio líquido da empresa – por evasão fiscal. O
grupo foi obrigado a vender grande parte de seus veículos, comprados por
empresários favoráveis ao governo.<br />
Na Rússia, Putin mandou prender Vladimir Gusinsky, dono de uma rede
de TV independente, por “apropriação financeira indébita”. Foi-lhe
oferecido a liberdade, em troca de abrir mão de sua rede, a NTV.<br />
<br />
O mesmo ocorreu com o bilionário Boris Berezovsky, acionista
controlador da emissora de televisão ORT. Quando passou a incomodar
Purin, foi desenterrado um caso antigo de fraude e Berezovski foi preso,
exilado, deixando o grupo nas mãos de um sócio minoritário, que
“gentilmente os pôs à disposição de Putin”.<br />
Na Venezuela, Chávez investigou as irregularidades financeiras
cometidas por Guilhermo Zuloaga, dono da Globovisión. Precisou fugir do
país para não ser preso e acabou vendendo a emissora a um empresário
simpático ao governo.<br />
Na Turquia de Erdoğan, as autoridades financeiras confiscaram o
império industrial de Cem Uzan, o maior do país, por suas pretensões de
lançar o Partido Jovem (PJ) e concorrer às eleições. Uzan fugiu para a
França e seus grupo entrou em colpaso.<br />
<h3>
A segurança nacional</h3>
Há vários gatilhos que podem ser acionados para legitimar momentos de
exceção. Em 1969, depois de reeleito presidente das Filipinas,
Ferdinand Marcos passou a estudar situações que seriam propícias para
prorrogar seu mandato. Em julho de 1972, Manila foi sacudida por uma
série de atentados a bomba sem autoria definida.<br />
<br />
Em seguida, houve uma aparente tentativa de assassinar o Secretário
de Defesa, sendo responsabilizados “terroristas comunistas”. Implantou a
lei marcial com palavras vãs: “Meus compatriotas … [isto] não é uma
tomada militar do poder.” Garantiu 14 anos de ditadura.<br />
<br />
Depois do 11 de setembro, dos atentados às torres Gêmeas, 93,55% dos
norte-americanos aceitavam abrir mão de algumas liberdades civis para
conter o terrorismo. Da mesma maneira que, na Segunda Guerra, o ataque
contra Peral Harbor levou a opinião pública a apoiar o confinamento de
nipo-americanos em campos de concentração internos.<br />
<br />
Depois que seu partido, o AKP, perdeu maioria parlamentar em junho de
2015, uma série de ataques terroristas do Estado islâmico permitiu a
Erdoğan antecipar as eleições e retomar o controle do Parlamento,
expurgando 100 mil juízes e funcionários públicos, fechando vários
jornais e ordenando mais de 50 mil prisões.<br />
<h2>
Movimento 4 – as ameaças imediatas</h2>
Como se viu, um Presidente antidemocrático tem inúmeras
possibilidades de atacar a democracia. E a estratégia usual é o desgaste
diário, a soma de pequenas medidas, aparentemente irrelevantes, que
acabam levando a desfechos autoritários.<br />
Há alguns movimentos nítidos em direção ao arbítrio.<br />
<h3>
<a href="https://jornalggn.com.br/noticia/temer-prepara-o-ai-1-do-novo-regime-por-luis-nassif">A Força-Tarefa de Inteligência</a></h3>
O Decreto nº 9.527, de 15 de outubro de 2018, assinado por Michel
Temer, foi o passo mais ousado em direção à criminalização dos
oposicionistas. Ele passa a tratar o crime organizado como uma questão
de segurança nacional. E constitui uma força presididida pelo general
Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institiucional, constituída
pelos serviços de inteligência da Marinha, do Exército, da Aeronáutica,
com o apoio da COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras do
Ministério da Fazenda), Receita, Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Segurança
Pública; Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da
Segurança Pública.<br />
<br />
Entre causas relevantes, como os crimes cibernéticos e o terrorismo, <a href="http://www.abin.gov.br/conteudo/uploads/2015/05/ENINT.pdf">o PNI relaciona as seguintes ameaças à segurança nacional</a>:<br />
<ul>
<li>Interferência externa, que é a atuação deliberada de governos,
grupos de interesse, pessoas físicas ou jurídicas que possam influenciar
os rumos políticos do País com o objetivo de favorecer interesses
estrangeiros em detrimento dos nacionais;</li>
<li>Ações contrárias à soberania nacional, que atentam contra a
autodeterminação, a não-ingerência nos assuntos internos e o respeito
incondicional à Constituição e às leis.</li>
</ul>
Utilizar essas definições para enfrentar ameaças externas reais ou
criminalizar movimentos populares, ou manifestações de críticos,
dependerá apenas dos limites que forem impostos pelo STF.<br />
<br />
Esta semana, o senador Magno Malta (não reeleito) apresentou proposta
para ampliar a Lei Antiterrorismo, incluindo na definição de crimes
“coagir governo” a “fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por motivação
política, ideológica ou social”.<br />
<h3>
O superministério de Sérgio Moro</h3>
O juiz Sérgio Moro é um ativista político que já demonstrou várias
vezes pretender ultrapassar os limites da legalidade – como ocorreu com o
vazamento das conversas de Dilma Rousseff e Lula, a detenção de
jornalista crítico e liberando depoimentos de Antônio Palocci nas
vésperas das eleições. E, agora, aceitando o convite para ser Ministro
do candidato beneficiado por suas ações.<br />
Indicado Ministro, terá sob sua supervisão a Segurança Pública (e a
Polícia Federal), a Secretaria de Transparência e Combate à Corrupção, a
Controladoria-Geral da União (CGU) e Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras).<br />
<br />
Se, de fato, acredita poder mudar o mundo com o direito penal, em pouco tempo terá embates grandiosos com Bolsonaro.<br />
<br />
Se, ao contrário, embarcou no projeto de poder de Bolsonaro, se verá
investido de um formidável poder intimidatório, valendo-se do poder do
Executivo para disseminar denúncias contra críticos, ações contra
Universidades (escudados nos pareces da CGU), investidas contra
movimentos sociais.<br />
<h2>
Movimento 5 – a tolerância zero contra o arbítrio</h2>
Nas últimas semanas, três instituições acordaram para os riscos da
escalada do arbítrio: a Procuradoria Geral da República e o Ministério
Público Federal, o Supremo Tribunal Federal e a mídia <em>mainstream</em>.
Há sinais de que o Alto Comando das Forças Armadas tem preocupação em
relação aos riscos para a disciplina militar desse liberou geral de
Bolsonaro, que tem muita ressonância nos escalões de baixo.<br />
<br />
STF e PGR poderão agir apenas nos temas coletivos. Na base, haverá
uma escalada de violência, em denúncias judiciais ou, pior, em violência
explícita contra movimentos populares e contra pobres e negros de
periferia.<br />
Mais que nunca, a informação passa a ter uma função civilizatória,
alertando não apenas a opinião pública informada, mas os organismos
internacionais, a imprensa internacional, os tribunais superiores.<br />
<br />
É hora de ver se o jornalismo e os tribunais se mostram, finalmente, à altura de suas responsabilidades.Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-85569362897153594082018-10-30T19:36:00.002-03:002018-10-30T19:36:57.383-03:00Marina: nem bem começou o governo Bolsonaro e o retrocesso anunciado é incalculável <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPZMwm5hPrYPQrjQC0Woq6gMLCmkkvpA2IGBptXJSaob3d_66rXHMBNO6a8MiSaEC6RIOcaDMXEUfrPqxzMh6kDVGmDKRJDhLhK4bJJ81nYVS9Pe7LmFw-0fJ37PX2qFMCY8sQz3ByS7o/s1600/images+cms-image-000597747.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="1000" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPZMwm5hPrYPQrjQC0Woq6gMLCmkkvpA2IGBptXJSaob3d_66rXHMBNO6a8MiSaEC6RIOcaDMXEUfrPqxzMh6kDVGmDKRJDhLhK4bJJ81nYVS9Pe7LmFw-0fJ37PX2qFMCY8sQz3ByS7o/s640/images+cms-image-000597747.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
Candidata à presidência pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva
classificou nesta terça-feira (30) como "um triplo desastre" a decisão
do futuro governo Jair Bolsonaro (PSL) de fundir o Ministério do Meio
Ambiente ao da Agricultura: "estamos inaugurando o tempo trágico da
proteção ambiental igual a nada; nem bem começou o governo Bolsonaro e o
retrocesso anunciado é incalculável<br />
<br />
<b>Do <a href="https://www.brasil247.com/" target="_blank">Brasil 247</a> -</b><br />
<br />
<b> </b>Candidata à presidência pela Rede Sustentabilidade, Marina
Silva classificou nesta terça-feira (30) como "um triplo desastre" a
decisão do futuro governo Jair Bolsonaro (PSL) de fundir o Ministério do
Meio Ambiente ao da Agricultura: "estamos inaugurando o tempo trágico
da proteção ambiental igual a nada. Nem bem começou o governo Bolsonaro e
o retrocesso anunciado é incalculável.<br />
<br />
A ex-ministra pontuou os três desastres:<br />
<br />
1) trará prejuízo a governança ambiental e a proteção do meio ambiente;<br />2)
passará aos consumidores no exterior a ideia de que todo o agronegócio
brasileiro, em que pese ter aumentado sua produção por ganho de
produtividade, sobrevive graças a destruição das florestas, sobretudo na
Amazônia, atraindo a sanha das barreiras não tarifárias em prejuízo de
todos;<br />3) empurrará o movimento ambientalista, a ter que voltar aos
velhos tempos da pressão de fora para dentro, algo que há décadas vinha
sendo superado, graças aos sucessivos avanços que se foi galgando em
diferentes governos, uns mais outros menos.<br />
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-58246041190511437742018-10-29T07:20:00.000-03:002018-10-29T07:20:07.367-03:00Não ignore as mudanças do Brasil de Bolsonaro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp6sJ1P12Y9n5whjcwF51QRW53C7R30piLN2qxHVzp-xWdOR9ESC9gN_EV8xN6s2dLUeqfNi8JInwxHSFpO27MyCNsg_n1w_iUwWNLgqpZQxB-w6zjkgbFVk1MizgVYoZddTIDxNizZeM/s1600/28-10-2018-bolsonaro-eleito-2-1540770329.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp6sJ1P12Y9n5whjcwF51QRW53C7R30piLN2qxHVzp-xWdOR9ESC9gN_EV8xN6s2dLUeqfNi8JInwxHSFpO27MyCNsg_n1w_iUwWNLgqpZQxB-w6zjkgbFVk1MizgVYoZddTIDxNizZeM/s640/28-10-2018-bolsonaro-eleito-2-1540770329.gif" width="640" /></a></div>
<br />
<b><span itemprop="name">por Leandro Demori</span>, <a href="https://theintercept.com/" target="_blank">The Intercept Brasil</a> -</b><br />
<br />
<b> </b><br />
<div>
<u>O brasileiro votou</u> em Jânio Quadros porque estava cansado
da corrupção, votou em Fernando Collor porque estava cansado da
corrupção, votou em Jair Bolsonaro porque estava cansado da corrupção. A
corrupção que nos acompanha desde sempre é o maior cabo eleitoral de
candidatos que se apresentam como antissistema e antipolítica, mesmo que
sejam, eles mesmos, parte da mesma geléia moral que dizem combater.
Jair Bolsonaro, apoiado por <a href="https://theintercept.com/2018/10/13/bastidores-universal-edir-macedo-apoio-portal-r7-bolsonaro/">grandes meios de comunicação</a>, por <a href="https://theintercept.com/2018/10/02/havan-voto-cabresto/">empresários milionários</a> e por <a href="https://theintercept.com/2018/10/26/pastores-intimidacao-malafaia-bolsonaro/">pastores poderosos</a> é um candidato do sistema. Uma ponta diferente do sistema que costuma eleger políticos no Brasil. Mas, ainda assim, do sistema.<br />
<br />
A campanha de Jânio, em 1960, talvez tenha sido a mais parecida com a
de Bolsonaro: Jânio cobrava a moralização da administração pública e
queria varrer os corruptos – sua música de campanha falava em uma
“vassourinha” que faria o serviço. O “Brasil moralizado” que Jânio
tentou implantar regulou o tamanho do maiô das candidatas à miss, a
exibição em anúncios na TV de maiôs e peças íntimas de uso feminino e
até o uso dos biquínis nas praias. Moralismo sobre a sexualidade. Alguma
semelhança com Bolsonaro? Jânio admitia que o Brasil tinha crescido nos
anos anteriores, mas falava – enfatizava – que a crise e a corrupção
estavam destruindo a nação. Sim, muitas semelhanças com a campanha de
Bolsonaro.<br />
<br />
Bolsonaro passou anos viajando o país e ouvindo seus lamentos em meio à crise. Como nunca teve problemas em <a href="https://theintercept.com/2018/10/20/quem-e-jair-bolsonaro-17/">dizer barbaridades</a>,
foi inteligente em colher as barbaridades alheias e se tornar um
megafone estridente de impropérios. Sim, há gente no Brasil que prefere
um filho morto do que gay – e, para cada uma das frases que saem de sua
boca, estejamos certos, há gente para aplaudir ou, no mínimo, relevar –
entre os exatos 55% do eleitorado que o elegeu no dia de hoje. Bolsonaro
é um de nós sem os freios do superego.<br />
<br />
Mas a onda anticorrupção surfada pelo candidato não seria tão alta sem
alguns fatores. O primeiro deles é óbvio: a corrupção existiu nos
governos petistas e segue existindo no governo Temer. Desde 17 de março
de 2014, primeira fase da operação Lava Jato, o país acompanha o
desenrolar dos casos como uma novela com horário para começar, todas as
noites, nos telejornais. E aqui não importa a avaliação interna que o
Partido dos Trabalhadores tem sobre si – “são casos isolados, não somos o
único partido corrupto” etc. O que importa é a percepção das pessoas
sobre o PT. E a maioria delas <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/datafolha-aponta-que-53-querem-lula-preso-e-43-dizem-que-ex-presidente-nao-vai-disputar-eleicao.ghtml" target="_blank">queria Lula preso em janeiro</a> e quer que ele <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/maioria-quer-lula-condenado-e-preso-aponta-datafolha.shtml" target="_blank">siga preso hoje</a>.
As pessoas associam o PT à corrupção. O PT ignorou a voz do povo e
imaginou que uma população amedrontada pela insegurança e que deseja
redução da maioria penal, aumento de penas, endurecimento das condições
do cárcere e fim de “privilégios”, como a progressão de pena, fosse
votar em um… preso.<br />
<br />
<br />
Fernando Haddad, em campanha, falou sobre os erros do PT, mas já era
tarde. A pauta anticorrupção caiu no colo da direita enquanto o PT
insistia em não sentar frente a frente com seus antigos eleitores, gente
que confiou no partido e que queria apenas um sinal de que aquilo tudo
não se repetiria. A maioria das pessoas que elegeu Bolsonaro não é
fascista, e são as mesmas que votaram no PT nas últimas quatro eleições.
Ninguém ganha nas urnas sem a classe média.<br />
Mas o partido preferiu gastar mais energia na defesa de Lula do que
na reconciliação possível com a população. A defesa judicial do
ex-presidente – que é legítima e deve ser levada às últimas instâncias,
como faria qualquer condenado que se julga inocente – foi misturada com a
campanha de modo catastrófico. A presidente do partido, Gleisi Hoffman,
atuou mais como advogada de Lula do que como cabo eleitoral de Haddad,
muitas vezes atravessando o samba de quem pensava em votar no PT, mas
não achava certo usar o mandato para dar um indulto ao ex-presidente. Em
determinado momento, o partido pediu nas redes sociais que as pessoas
votassem por Lula (<a href="https://twitter.com/ptbrasil/status/1048767368044769281" target="_blank">#VotePorLulaVote13</a>).
Alguém sem emprego, alguém com subemprego, alguém que teve que deixar
os estudos por falta de dinheiro… você consegue imaginar que essas
pessoas votariam “por Lula”?<br />
No meio do caminho, o PT <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/eleicoes/noticia/2018/08/pt-fecha-acordo-com-psb-e-isola-ciro-gomes-na-eleicao-para-presidente-cjkbh620r007u01tfgc2hr2b7.html">queimou aliados</a> porque não aceitava deixar o protagonismo. Zé Dirceu <a href="https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-09-28/dirceu-eleicao-pt.html">falou em “tomar o poder”</a>. Lula soltou carta na última semana de campanha <a href="https://veja.abril.com.br/politica/em-carta-lula-pede-uniao-para-sobrevivencia-da-democracia/">detonando a imprensa</a>.
Todas pareceram apenas energia desperdiçada que poderia ser usada na
desconstrução de Bolsonaro e no fortalecimento de Fernando Haddad, um
bom nome que pode apontar para o futuro do partido, mas que foi jogado
na cova dos leões.<br />
<h3>
<b>O fim da internet</b></h3>
A mudança que sentimos na internet brasileira durante essa eleição
pode ser comparada àquela vivida pelo blogueiro iraniano Hossein
Derakhshan. Em 2015, depois de seis anos na prisão, ele tentou reativar
seu blog de sucesso e notou que <a href="https://medium.youpix.com.br/a-web-que-temos-que-salvar-987bc70ecd9d" target="_blank">as redes sociais haviam destruído tudo</a>. Escreveu ele:<br />
<br />
“As pessoas costumavam ler meus posts cuidadosamente e deixar vários
comentários relevantes, e até mesmo aqueles que discordavam de mim
voltavam sempre para me ler. Não tinha Instagram, Snapchat, Viber ou
WhatsApp. Em vez disso, existia só a web e, na web, havia blogs: o
melhor lugar pra encontrar pensamentos alternativos, notícias e
análises.”<br />
<br />
A destruição da internet foi terminada este ano durante o período
eleitoral. Candidatos usaram uma máquina organizada de distribuição de
“notícias” em massa, a maior parte delas, enlatados com histórias pela
metade, ou apenas mentiras em estado bruto. As fake news, que vinham
mostrando força na web <a href="https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160417_noticias_falsas_redes_brasil_fd" target="_blank">desde o impeachment</a>,
completaram o serviço em 2018. Pode-se dizer que ajudaram a eleger Jair
Bolsonaro em alguma medida, mesmo que isso não explique a derrota do
PT.<br />
Estamos perdidos em bolhas de algoritmos cada vez mais decisivos. Ficamos <a href="http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2017/07/mais-de-100-milhoes-de-brasileiros-estao-conectados-nas-redes-sociais.html" target="_blank">dez horas por dia plugados na rede</a>.
A vida digital de muitos de nós já é maior do que a que vivemos lá
fora, e nossos afetos estão quase todos no zap. Planos limitados de
dados <a href="https://theintercept.com/2018/08/10/whatsapp-facebook-gratis-fake-news/" target="_blank">fazem com que a gente se informe sem clicar em links</a>, sem ler nada além das manchetes. Viramos um arquipélago de ilhas surdas.<br />
Em 2006, quando vivíamos o auge dos blogs e da utopia de que a
internet seria o celeiro do jornalismo independente, eu não acreditaria
que em 2018 a estética e o lema seriam usados por um dos maiores
espalhadores de lixo digital do país, como o site <i>Folha Política</i>,
que foi banido do Facebook. Hoje, esse e outros sites não são apenas
uma realidade: eles influenciam milhões de pessoas e deverão ser
premiados pelo presidente eleito com verbas estatais. Descontente com a
imprensa que o investiga justamente, Bolsonaro vai criar sua própria
imprensa.<br />
Todo o caos fértil que a rede nos pareceu em meados dos anos 90 e
depois, toda aquela libertação dos meios tradicionais nos anos 2000, se
transformou em um engenho de algoritmos no qual nós somos os animais a
empurrar a roda. Animais que votam com a cabeça entupida de
desinformação.<br />
<h3>
<b>A direita venceu a guerra cultural</b></h3>
Você provavelmente desdenha do filósofo Olavo de Carvalho, mas ele
venceu. A ideologia olavista de que a esquerda brasileira dominava a
narrativa cultural para se impor politicamente encontrou eco em uma nova
geração de jovens votantes que, por natureza, são antiestablishment. E
quem foi o establishment brasileiro na última década e meia? O PT. Some
isso à corrupção e à crise e temos uma geração de alunos dos cursos de
Olavo de Carvalho que passam o dia repetindo suas platitudes pela
internet, muitas delas em consonância total com as ideias de Bolsonaro.<br />
<br />
A estratégia da direita para vencer a guerra cultural passou por
algumas etapas. A principal delas foi forjar ou importar escândalos
pré-fabricados e falsas polêmicas. Uma delas: “A esquerda defende a
pedofilia”. Militantes de direita fizeram a mesma “acusação” absurda
contra progressistas nos Estados Unidos. No Brasil, até mesmo a nadadora
Joanna Maranhão, uma vítima de pedofilia, foi <a href="https://www.revistaforum.com.br/joanna-maranhao-e-atacada-nas-redes-apos-carlos-bolsonaro-distorcer-frase-sobre-pedofilia/" target="_blank">acusada de defender pedófilos</a>.<br />
<br />
<br />
Outra polêmica fabricada que conquistou parte do eleitorado é a
crítica à lei Rouanet. Eu fiz um cálculo pra mostrar o quão pequena é
essa pauta em termos de orçamento público: o custo anual da Rouanet
equivale a uns <a href="https://twitter.com/demori/status/1044007740228734976" target="_blank">5 anos de cafezinho nos órgãos federais</a>. Bolsonaro conseguiu usar um espantalho como cavalo de batalha, e todo mundo caiu.<br />
<br />
Há uma coisa que deve ser aprendida com o olavismo: a exclusão das
pessoas “menos letradas” do debate público por parte da esquerda
ilustrada afastou o eleitorado. A marcha bolsonarista que venceu as
eleições começou no oeste do Brasil, nos rincões povoados de gente que
não tinha “nível” para saber o que era uma pessoa transgênero ou que não
entendia por que ciclovias deveriam ser priorizadas em vez de políticas
de emprego. Elas encontraram abrigo no YouTube da direita.<br />
<h3>
<b>A imprensa perdeu</b></h3>
É preciso também falar sobre a insistência da imprensa em conversar
só com a elite intelectual. Sobre o linguajar complicado, a profusão de
jargões, as matérias escritas para serem elogiadas pelos colegas
jornalistas, para terem lugar cativo nas newsletter de iniciados, e para
serem ignoradas pela população em geral. Esse sistema perdeu, foi
humilhado por memes e notícias falsas. A separação antiga entre
“jornalismo e opinião” – como se não pudesse haver “jornalismo”
mentiroso e “opinião” informativa e embasada – perdeu o sentido. Porque
não importa o que nós, jornalistas, achamos sobre esses velhos cânones, o
que importa é a percepção das pessoas.<br />
<br />
Estabelecer uma ligação com elas, daqui para frente, requer outro
tipo de abordagem. De que adianta tentar se mostrar isento praticando
jornalismo declaratório que, no fim, é totalmente parcial? O jornalismo
que só faz repetir o que alguém disse será ainda mais usado como
instrumento de propaganda daqui para frente. Não é mais possível
construir uma manchete em que Bolsonaro acusa o PT de fraude nas urnas
sem dizer que ele não tem provas.<br />
<a href="https://www.revistaforum.com.br/datafolha-89-dos-jovens-confiam-um-pouco-ou-nao-confiam-na-imprensa/" target="_blank">Só 10% dos jovens confiam na imprensa</a>.
As pessoas não diferenciam artigo de reportagem e isso passou a ser
irrelevante em um mundo de guerra cultural onde a regra é a mentira.
Isenção e honestidade não são sinônimos, é perfeitamente possível se
mostrar isento sendo desonesto, assim como é possível assumir a defesa
de um princípio com a espinha ereta. O que o jornalismo precisa é de
posicionamento claro, de transparência com o público e de um discurso
honesto capaz de ser simples e convincente. O jornalismo precisa parar
de fingir que não é parte do jogo e que existe só para “reportar os
fatos”. Isso pode até parecer isento, mas é desonesto. A julgar pelas
declarações de Bolsonaro – se ele não mentiu para seus eleitores –
teremos anos pesados pela frente. É preciso tomar pé disso.<br />
<br />
</div>
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-64745743657536290542018-10-28T23:01:00.000-03:002018-10-28T23:01:06.131-03:00Sobre as perspectivas da razão em tempos irracionais: A lição de Brecht <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYrTdaoSZcSP9d3L7VpJvIT4Xx5d8Aox05GiDOq1CCUGn8nkE7LeHQWDkDBwRZonhOtipWUWsuCidMTgVyWE1ZyyNsSsTzUqRlvBDwXdBDUX2AvPNBWv2qpDpcwe7TfpkasmFJxbbsAMg/s1600/bertolt-brecht_fb.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="362" data-original-width="690" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYrTdaoSZcSP9d3L7VpJvIT4Xx5d8Aox05GiDOq1CCUGn8nkE7LeHQWDkDBwRZonhOtipWUWsuCidMTgVyWE1ZyyNsSsTzUqRlvBDwXdBDUX2AvPNBWv2qpDpcwe7TfpkasmFJxbbsAMg/s640/bertolt-brecht_fb.png" width="640" /></a></div>
<br />
<strong><span style="font-size: 16px;">por Carlos Ferreira de Araújo, <a href="https://jornalggn.com.br/" target="_blank">GGN</a> -</span></strong><br />
<strong><span style="font-size: 16px;"><br /></span></strong>
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: right;">
<em><span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">para Luiz Inácio Lula da Silva, </span></em></div>
<div class="publicidade">
<div data-google-query-id="CLOWuaXGqt4CFdTD4QodSwgHbA" id="div-gpt-ad-1520540872967-7">
</div>
</div>
<div dir="ltr" style="text-align: right;">
<em><span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">pelo seu 73º aniversário </span></em></div>
<div dir="ltr" style="text-align: right;">
<em><span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">em 27 de outubro de 2018</span></em></div>
<div dir="ltr" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div dir="ltr">
<span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">Bertolt
Brecht (1898-1956) não foi apenas um grande escritor e poeta, mas um
dos maiores pensadores políticos do séc. XX. Muitas das suas reflexões
sobre o fascismo e como resistir a ele continuam atuais, quando não
adquirem uma atualidade inesperada.</span></div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
<span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">Traduzimos
aqui um breve texto escrito em novembro de 1937 no exílio dinamarquês.
Esse discurso provavelmente nunca foi proferido. Foi publicado
postumamente. Seu tema foi tratado por Brecht também na sua peça “A vida
de Galileu” e em “Terror e miséria do Terceiro Reich”.</span></div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
***<br />
<br />
<div dir="ltr">
<strong><span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">DISCURSO SOBRE A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA DA RAZÃO</span></strong></div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
Bertolt Brecht<br />
<br />
Diante das medidas extremamente rigorosas tomadas contra a razão nos
Estados fascistas da atualidade, diante dessas medidas tão metódicas
quão violentas, é lícito perguntar se a razão humana poderá resistir
genericamente a esse formidável ataque. Naturalmente asseverações
otimistas, vazadas em termos tão genéricos, como “no fim a razão sempre
vence” ou “o espírito nunca se desenvolve com maior liberdade do que nos
momentos nos quais sofre violência”, não levam a nada. Tais
asseverações são, elas mesmas, pouco racionais.’<br />
<br />
Com efeito, a faculdade humana de raciocinar pode sofrer danos
espantosos. Isso vale tanto para a racionalidade dos indivíduos quanto
para a de classes e até mesmo de povos inteiros. A história da faculdade
humana de raciocínio apresenta grandes períodos de esterilidade parcial
ou total, exemplos de involuções e atrofias assustadoras. Com meios
adequados, a estupidez pode ser organizada em larga escala. Dependendo
das circunstâncias, o ser humano poderá aprender igualmente bem que dois
vezes dois são cinco ou quatro. Já no século. XVII, o filósofo inglês
Hobbes afirmava: “Se o teorema que estabelece que a soma dos ângulos de
um triângulo é igual a dois ângulos retos estivesse em contradição com
os interesses dos comerciantes, estes mandariam de pronto queimar todos
os manuais de geometria.”<br />
<br />
Temos de supor que os povos individuais nunca produzem mais
racionalidade do que aquela que podem aproveitar (se alguma vez se
produzisse mais, ela não seria assimilada), mas amiúde menos. Assim, se
não pudermos indicar um uso bem determinado da razão - uma necessidade
momentânea bem determinada para a manutenção do estado vigente -, não
teremos condição de afirmar que a razão atravessará incólume o período
atual de pesada perseguição.<br />
<br />
Se digo aqui que a racionalidade deve ser necessária para a
manutenção do estado vigente, para que se lhe possa dar algumas
oportunidades, digo isso depois de refletir bem. Por bons motivos não
digo que a racionalidade deveria ser necessária para a reconfiguração do
estado vigente, pois, na minha opinião não podemos esperar que ela seja
mobilizada apenas por ser necessária para melhorar esse péssimo estado
vigente. Um estado vigente ruim pode perdurar por períodos incrivelmente
longos. É mais plausível dizer que quanto pior o estado vigente, tanto
menor será a racionalidade, do que quanto pior o estado vigente, mais se
produz racionalidade.<br />
<br />
No entanto, creio, como já disse, que se produz tanta racionalidade
quanto necessário para a manutenção do estado vigente. Surge assim a
pergunta sobre a quantidade de racionalidade, pois, uma vez mais: se
perguntarmos quanta racionalidade será produzida nos próximos tempos,
deveremos indagar qual quantidade de racionalidade será necessária para
manter o estado vigente.<br />
<br />
É praticamente inquestionável que a situação nos países fascistas é
péssima.<br />
<br />
Neles, o padrão de vida está caindo, e todos carecem de guerras
para que se possam manter. Não podemos, porém, supor que a manutenção
de uma situação tão péssima exija uma quantidade especialmente reduzida
de racionalidade. A racionalidade, que deve ser aplicada aqui, que deve
ser produzida constantemente e que não pode ser estrangulada por muito
tempo, não é reduzida, embora tenha uma natureza específica.<br />
<br />
Poderíamos expressar isso nos seguintes termos: a racionalidade deve
ser aleijada. Deve ser uma razão regulável, que possa ser aumentada ou
diminuída de modo mais ou menos mecânico. Ela deve poder correr longas
distâncias e com rapidez, mas deve poder ser chamada de volta com um
apito. Deve ser capaz de chamar-se de volta com um apito, de enfrentar a
si mesma, de destruir-se.<br />
<br />
<span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">Examinemos
o tipo de racionalidade aqui necessária. O físico deve estar em
condições de construir aparelhos óticos para a guerra, que possibilitem
uma visão a grande distância; mas ao mesmo tempo deve estar em condições
de </span>não ver acontecimentos no seu entorno imediato, digamos, na
sua universidade, que lhe são extremamente perigosos. Precisa construir
dispositivos de proteção contra os ataques de nações estrangeiras, mas
não deve pensar sobre o que deve ser feito contra os ataques que lhe são
movidos pelos órgãos públicos do seu próprio país. Na sua clínica, o
médico procura um remédio contra o câncer que ameaça o seu paciente, mas
não pode ir atrás do remédio contra o gás mostarda e as bombas lançadas
de aviões, que ameaçam a sua própria pessoa na sua clínica, pois o
único meio contra um ataque de gás mostarda seria um meio que impedisse a
guerra. Os trabalhadores intelectuais precisam desenvolver
constantemente suas habilidades lógicas, para que possam trabalhar nas
suas áreas de especialização, mas devem ser capazes de não aproximar
demais essas habilidades das áreas de central importância. Precisam
tomar providências para que a guerra seja terrível, mas precisam deixar a
decisão sobre guerra ou paz aos cuidados de pessoas de inteligência
claramente pequena. Nessas áreas de central importância eles percebem em
ação os métodos e teorias, que, aplicadas às suas áreas de
especialização, como a Medicina ou a Física, lhes pareceriam medievais.<br />
<br />
A quantidade de racionalidade, de que as camadas dominantes carecem
para tocar os negócios correntes, não depende da sua livre decisão; num
Estado moderno ela é considerável, e ela torna-se mais considerável
quando tais negócios precisam ser continuados com outros meios, a saber,
com a guerra. A guerra moderna devora quantidades enormes de
racionalidade.<br />
<br />
A introdução da escola fundamental moderna não se deu porque as
camadas então dominantes queriam prestar um serviço à razão, movidas por
razões idealistas, mas porque foi necessário elevar a inteligência das
camadas mais amplas da população, para que a indústria moderna pudesse
ser servida. Se a inteligência dos trabalhadores tivesse sido reduzida
em excesso nesse momento, a indústria não poderia ser mantida. Por
conseguinte, a inteligência dos trabalhadores não pode ser reduzida
demais, não importa quão desejável isso possa parecer às classes
dominantes por determinadas razões. Não se pode conduzir uma guerra com
analfabetos.<br />
<br />
Se, portanto, a quantidade da racionalidade necessária não depende da
decisão das camadas dominantes, tal quantidade exigida e com isso pelo
menos assegurada, também não pode ser produzida sem mais nem menos na
qualidade que seria agradável às classes dominantes.<br />
<br />
<span id="docs-internal-guid-6ea2bab3-7fff-d09b-ce0c-8d6d322d3005">Já
a formidável difusão da racionalidade por meio de sua introdução nas
escolas fundamentais trouxe também, além do crescimento da indústria, um
aumento extraordinário das exigências das camadas mais amplas da
população, cuja pretensão à dominação ganhou assim um sólido fundamento.
Podemos aqui formular um teorema: para os fins da opressão e exploração
das grandes massas: as classes dominantes carecem de quantidades tão
grandes de racionalidade em qualidade tão elevada nessas massas, que a
opressão e exploração se veem ameaçadas com isso. Reflexões frias desse
tipo podem levar-nos à conclusão de que os ataques à razão, conduzidos
pelos governos fascistas, um dia ainda provarão ser aventuras
quixotescas. Os governos fascistas são </span>forçados a permitir a
subsistência de, e até a criar, eles próprios, grandes quantidades de
racionalidade. Podem insultar a razão o quanto quiserem. Podem
representá-la como uma doença, podem denunciar o intelecto como algo de
bestial, mas mesmo para tais discursos eles necessitam de aparelhos de
rádio, que devem sua existência apenas à razão. Junto às massas, os
governos fascistas necessitam para a manutenção da sua dominação da
mesma quantidade de racionalidade, que seria necessária para a
eliminação dessa mesma dominação.<br />
<strong><span style="font-size: 16px;"></span></strong>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-9072552872235679782018-10-27T19:54:00.000-03:002018-10-27T19:54:06.016-03:00O surrealismo fascista do Brasil: Roger Waters pode ser preso esta noite se não mutilar sua arte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1CX3tx8HI0n-WmaRra2JE2npSv-u58R-tnwfwjAF2meEWE3y-ccSRDmi_Vw4_KZK-wjGKze2XoiYqZ38JN72962s9OGqpXHC1mz97wT1z0yiPE7yiA7Td4BdZiJQ5ioQ3jGfZai42mIY/s1600/captura-de-tela-2018-10-27-as-13-33-48-600x349.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="600" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1CX3tx8HI0n-WmaRra2JE2npSv-u58R-tnwfwjAF2meEWE3y-ccSRDmi_Vw4_KZK-wjGKze2XoiYqZ38JN72962s9OGqpXHC1mz97wT1z0yiPE7yiA7Td4BdZiJQ5ioQ3jGfZai42mIY/s640/captura-de-tela-2018-10-27-as-13-33-48-600x349.png" width="640" /></a></div>
<br />
<b>por Kiko Nogueira, <a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/" target="_blank">DCM</a> -</b><br />
<br />
No <a href="https://blogs.oglobo.globo.com/marina-caruso/post/roger-waters-esta-avisado-se-fizer-campanha-esta-noite-pode-ser-preso.html?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo">Globo,</a> o retrato de um Brasil que você imaginava absurdo demais até para os nossos padrões de realismo mágico e trágico.<br />
<br />
<em>A cidade de Curitiba, onde Roger Waters se apresenta na noite
deste sábado, pode até ser sugestiva, por abrigar o ex-presidente Lula,
preso. Mas as inserções políticas que recentemente chamaram atenção nos
seus shows de São Paulo e Rio estão em risco. </em><br />
<br />
<em>O cantor inglês, crítico ferrenho do candidato Jair Bolsonaro
(PSL), recebeu pessoalmente a orientação para não fazer manifestações
eleitorais desta vez, sob pena de tornar-se mais um prisioneiro famoso
da capital. </em><br />
<br />
<em>A recomendação que chegou a seus ouvidos por meio da produtora
T4f tem a ver com a Lei 9.504, na qual o TSE se baseia: as manifestações
públicas com amplificador de som devem se encerrar às 22h deste sábado,
véspera das eleições. O show está programado para começar às 21h30, no
Couto Pereira. </em><br />
<br />
<em>(…)</em><br />
<br />
O ex-líder do Pink Floyd tem sido mais atuante na luta contra Jair Bolsonaro e o fascismo do que Ciro Gomes.<br />
<br />
Ciro, por uma mesquinharia que vai lhe custar a carreira,
não declarou voto em Haddad desde que voltou de sua temporada flanando
em Paris na noite de sexta, dia 26.<br />
<br />
A crítica à extrema direita é a essência do show de Roger.<br />
<br />
Seus shows encontraram no país a concretização do que ele canta.<br />
<br />
Não é que Roger faça protestos extemporâneos. O espetáculo é montado em cima desse tema.<br />
<br />
Chegamos a um ponto em que um artista é “aconselhado” a mutilar sua arte em nome do medo.<br />
<br />
Isso é censura.<br />
<br />
E você imaginou que a psicose tivesse atingido o grau máximo quando a
campanha de Bolsonaro pediu ao TSE a cassação de registro de Haddad por
causa da turnê do britânico.<br />
<br />
Roger Waters é corajoso, coerente, rico e tem bons advogados.<br />
<br />
Vai ceder e oferecer à plateia curitibana uma versão fake de si mesmo para o gostinho dos fãs de Sergio Moro?<br />
<br />
Particularmente, eu duvido que o faça.<br />
<br />
Se for em cana, é nossa consagração mundial como piada suja e o
trailer do que seremos sob a tirania vagabunda de Jair Bolsonaro e os
seus.<br />
Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-16501226061112825142018-10-26T22:47:00.001-03:002018-10-26T22:47:22.309-03:00VÍDEO – Monica Iozzi diz que se arrepende de ter entrevistado Bolsonaro no CQC<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhltq_YihfciwDGajprKY0N_Y970HlHq2biV-pOMVmCtjwsT2PbwgNiddq_i4FTQNSCR49xv-dnhVhTgVRFbMaxZYYWpPdiSQ3ByEkiT5E4xLXVFKAh3TYQbE8_l2bckznyK0hF58ehV5I/s1600/Screenshot_2018-10-26+V%25C3%258DDEO+-+Monica+Iozzi+diz+que+se+arrepende+de+ter+entrevistado+Bolsonaro+no+CQC.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="688" data-original-width="433" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhltq_YihfciwDGajprKY0N_Y970HlHq2biV-pOMVmCtjwsT2PbwgNiddq_i4FTQNSCR49xv-dnhVhTgVRFbMaxZYYWpPdiSQ3ByEkiT5E4xLXVFKAh3TYQbE8_l2bckznyK0hF58ehV5I/s640/Screenshot_2018-10-26+V%25C3%258DDEO+-+Monica+Iozzi+diz+que+se+arrepende+de+ter+entrevistado+Bolsonaro+no+CQC.png" width="402" /></a></div>
<b>Vídeo: </b><br />
<br />
<br />
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="766" src="https://www.youtube.com/embed/tvIBMYD-N9k" width="980"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-42717764425251456332018-10-25T00:04:00.000-03:002018-10-25T00:04:36.499-03:00Revista afirma que família Bolsonaro contratou agência para criar grupos no WhatsApp<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfBMN8egsNZ1gCNancb_0PgC0P2IcRex2AfSXMBbJaCruge9NcgCZgmbDcYnK9JWaIreQWpH55JbFZKb3E_K1ZowZvAwjFuw0CdeJ6r_kFNXUVrzsdbNae_cqtQub3iEVJsedi7UnlGRE/s1600/15400453685bcb3a3849472_1540045368_3x2_md.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="768" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfBMN8egsNZ1gCNancb_0PgC0P2IcRex2AfSXMBbJaCruge9NcgCZgmbDcYnK9JWaIreQWpH55JbFZKb3E_K1ZowZvAwjFuw0CdeJ6r_kFNXUVrzsdbNae_cqtQub3iEVJsedi7UnlGRE/s640/15400453685bcb3a3849472_1540045368_3x2_md.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<strong>Jornal <a href="https://jornalggn.com.br/" target="_blank">GGN</a> - </strong><br />
<br />
A revista Época publicou uma entrevista
nesta quarta (24) que revela que a família Bolsonaro criou
artificialmente inúmeros grupos no WhatsApp, há mais de 2 anos, para
disparar em massa mensagens "politicamente incorretas", trabalhar o
repúdio da população à corrupção e aos projetos do PT, e influenciar o
eleitorado a compactuar com as ideias de Jair Bolsonaro.<br />
<br />
A reportagem conversou com um funcionário da agência que começou
produzindo imagens para serem utilizadas na redes sociais. Depois,
passou a receber pedidos para criar, dividir em nichos e administrar
grupos de WhatsApp.<br />
<br />
Quando a célula, com mais de 100 pessoas, estava consolidada, a
administração era transferida para algum voluntário pró-bolsonaro mais
ativo. Ou seja: a estrutura montada profissionalmente era fundida com a
militância orgânica, graças aos novos apoiadores de Bolsonaro,
caracterizando o que especialistas têm chamado de guerra híbrida.<br />
<br />
O caráter da estrutura de comunicação montada por Bolsonaro no
WhatsApp está sendo estudado por pesquisadores da Universidade Federal
Fluminense, que acrescentaram ainda que os membros mais ativos dessas
células têm números internacionais. A fonte anônima da agência revelou
que recebia chips da Argentina, Portugal e outros países para fazer suas
operações. Esses chips eram fornecidos em reuniões fechadas. O mesmo
ocorreu com a entrega das listas de contatos do deputado.<br />
<br />
O então funcionário, que pediu para não ter seu nome e nem o da
agência revelados, relatou que o serviço foi rompido somente no início
deste ano, quando a empresa percebeu que Bolsonaro teria chances de
disputar e ganhar a eleição presidencial. Ele acrescentou ainda que a
agência estava incomodada com a distribuição de muitas fake news.<br />
<br />
Na semana passada, a Folha de S. Paulo revelou que empresas anti-PT
estão comprando pacotes de disparos em massa no WhatsApp às véspera do
segundo turno. Bolsonaro afirmou que não controla seus "apoiadores
voluntários."<br />
<br />
Leia a matéria completa <u><em><strong><a href="https://epoca.globo.com/como-funciona-maquina-de-whatsapp-que-pode-eleger-bolsonaro-23180627">aqui</a></strong></em></u>.Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5824853783418224892.post-20562533211032151882018-10-22T23:42:00.001-03:002018-10-22T23:42:19.536-03:00Eles não são cristãos: Jesus de Bolsonaro, Malafaia e companhia não existe nos evangelhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiHQ9PUV1tZCMK0uuU6jNNMBq2wer__fo5-8c-jWem6zsxtP857jHLjwT-PYWejbMkhGv5cND4tPHrEynSIsB0K0-H-maS4Q79Z0ZDDgYPDuYS5XJ7COWe4kdnBNVNhrQOdG6BLRPhHs/s1600/cristobolsie.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="1200" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiHQ9PUV1tZCMK0uuU6jNNMBq2wer__fo5-8c-jWem6zsxtP857jHLjwT-PYWejbMkhGv5cND4tPHrEynSIsB0K0-H-maS4Q79Z0ZDDgYPDuYS5XJ7COWe4kdnBNVNhrQOdG6BLRPhHs/s640/cristobolsie.png" width="640" /></a></div>
<br />
Os fundamentalistas religiosos ao redor do candidato de extrema-direita seguem preceitos do Velho Testamento, não do Novo<br />
<br />
<b> por Cynara Menezes, <a href="http://www.socialistamorena.com.br/" target="_blank">Socialista Morena</a> -</b><br />
<br />
Bolsonaro, Malafaia e sua turma de fundamentalistas religiosos
saudosos da ditadura dizem falar “em nome de Jesus” contra a esquerda.
Por um destes caprichos do destino, o candidato de extrema-direita ainda
por cima se chama Jair MESSIAS Bolsonaro. A maior parte das fake news
que <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanha-contra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml" rel="noopener" target="_blank">a campanha do candidato está espalhando ilegalmente nas redes</a>
tem como característica usar a fé cristã das pessoas para acusar o
adversário Fernando Haddad, do PT, das maiores barbaridades, e assim
angariar fotos entre os evangélicos.<br />
<br />
Os próprios ataques da extrema-direita <a href="http://www.socialistamorena.com.br/as-senhoras-de-santana-agora-tem-20-anos-e-se-chamam-movimento-brasil-livre/" rel="noopener" target="_blank">a peças de teatro e exposições de arte</a>
têm como pano de fundo fazer as pessoas crerem que estas expressões
artísticas são “pecaminosas” à luz da religião que professam. Quer
dizer, baseiam a censura em supostas ideias “cristãs”. Mas este Cristo
que tudo proíbe, tudo pune, que só pensa em bens materiais e que vê
maldade em tudo não está nos evangelhos. Desafio qualquer um destes
fundamentalistas religiosos a me mostrar onde, no Novo Testamento, Jesus
ensina a agir como eles agem.<br />
<br />
<b>Não existe homofobia no Novo Testamento</b>. Jesus nunca falou nem uma só palavra contra os homossexuais.<br />
<br />
Ao contrário dos pastores que apoiam Bolsonaro, todos milionários às custas da fé dos ingênuos, <b>Jesus tinha desprezo pelo dinheiro</b>. “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus” (<a class="extiw" href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Lucas/XVIII#18:18" title="s:Tradução Brasileira da Bíblia/Lucas/XVIII">Lucas 18:18-30</a>).<br />
<br />
Jesus não só não dava a menor importância aos bens materiais, como<b> expulsou os vendilhões do templo</b>. “Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai uma casa de negócio” (<a class="extiw" href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Jo%C3%A3o/II#2:15" rel="noopener" target="_blank" title="s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/II">João 2:15-16</a>).
Esses pretensos líderes religiosos em torno de Bolsonaro seriam todos
tratados por ele como vendilhões do templo e expulsos a pontapés das
igrejas. Este, aliás, é o único momento dos evangelhos em que Jesus usa
violência física.<br />
<br />
<b>Dizer que “as minorias devem se curvar às maiorias”</b>,
ser xenófobo, dizer que os pobres são pobres “porque não se esforçaram”
ou falar que “bandido bom é bandido morto”, como defende o candidato de
extrema-direita, tampouco são atitudes cristãs. Jesus Cristo disse com
todas as letras para dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem
sede, receber bem os estrangeiros e tratar os presos como gente (<a href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Mateus/XXV#25:1" rel="noopener" target="_blank">Mateus 25:31-46</a>). Jesus, ao contrário dos bolsonaristas, era um grande<a href="https://cebi.org.br/2017/11/20/para-jesus-quais-sao-os-seis-principais-direitos-humanos/" rel="noopener" target="_blank"> defensor dos direitos humanos</a>.<br />
<br />
A mensagem de Jesus não era de punição aos “pecadores” e sim de
compreensão com quem “pecou”, de estender a mão e erguer os caídos. <b>Os
fundamentalistas religiosos bolsonaristas atiram pedras e incitam o
povo a atirar pedras. Estariam, portanto, do lado oposto de Jesus</b>
na cena contada no episódio da adúltera, que muitos identificam com
Maria Madalena. “Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro
que lhe atire uma pedra” (<a class="extiw" href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Jo%C3%A3o/VII#7:53" rel="noopener" target="_blank" title="s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/VII">João 7:53</a> até <a class="extiw" href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Jo%C3%A3o/VIII#8:1" rel="noopener" target="_blank" title="s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/VIII">João 8:1-11</a>).
Ao fazer isso, Cristo se impunha contra a lei de Moisés, que condenava o
adultério. Ou seja: já naquela época, o Velho Testamento, seguido ao pé
da letra por estes “cristãos” de hoje em dia, era considerado
ultrapassado. E Jesus, afinal, era a Boa Nova.<br />
<br />
Bolsonaro, Malafaia e companhia, portanto, <b>não seguem os preceitos cristãos</b>.
Eles se guiam pelos conceitos do Velho Testamento, onde, além de
condenar a homossexualidade, havia coisas como promover sacrifícios de
animais, não comer carne de porco e frutos do mar, não fazer tatuagem,
proibir sexo antes do casamento, chicotear criminosos, apedrejar pessoas
até a morte… Quem segue isso? O que essa gente faz é falar em Jesus,
mas utilizam como base o Velho Testamento, que de certa forma Cristo
aboliu ao nascer. Malafaia, Bolsonaro, Feliciano et caterva na verdade
não são cristãos, porque tecnicamente Jesus Cristo ainda não nasceu para
eles. Ainda estão na Velha Bíblia de Jeová, antes do nascimento de
Cristo.<br />
<br />
A maior evidência disso é que, <b>ao pregarem o ódio ao PT e à
esquerda, Bolsonaro e seus fundamentalistas descumprem a principal
mensagem de Jesus Cristo, que era de amor ao próximo</b>, já que
ele resumiu os Dez Mandamentos de Moisés em apenas dois: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos depende toda a lei e os profetas” (<a href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Mateus/XXII#22:35" rel="noopener" target="_blank">Mateus 22:37-40</a>).<br />
<br />
Os verdadeiros cristãos devem abrir os olhos. Também está no Novo
Testamento que chegariam falsos Messias falando em nome de Jesus. “<b>Cuidado
com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas,
mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus
frutos</b>.<br />
<br />
Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de
ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a
árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem
a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons
frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os
reconhecerão! ‘Nem todo aquele que me diz: <i>Senhor, Senhor</i>, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: <i>Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?</i> Então eu lhes direi claramente: <i>Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!</i>” (<a href="https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/Mateus/VII#7:15" rel="noopener" target="_blank">Mateus 7:15-20</a>)<br />
<br />
Para terminar, peço aos bolsonaristas que me respondam com
sinceridade: Jesus, que foi chicoteado, apedrejado e por último
crucificado, defenderia sob qualquer hipótese a tortura de seres
humanos, como faz Bolsonaro? Segundo o papa Francisco, jamais, porque <b>tortura é pecado mortal</b>.<br />
<br />
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="281" src="https://www.youtube.com/embed/pkayGfnZPUU" width="500"></iframe>Nogueira Jr.http://www.blogger.com/profile/13212432592858847584noreply@blogger.com0