De Guernica a Gaza

“Ao olhar para cima já não se vê uma lâmpada, mas uma bomba que explode. Membros espalhados nas montanhas de destroços de casas, de animais, de gente. Ao centro, um cavalo, um país, relinchando em agonia enquanto o mundo explode. Uma mãe com a cabeça inclinada para trás, a olhar o céu, numa mistura de choro, oração e urro, com lenço cobrindo os cabelos e os braços segurando o corpo inerte do bebê morto. Os mortos com expressões de dor lancinante e horror. Os vivos com olhar chocado e nervoso de quem só avista destruição por todos os lados e tem que decidir entre a paralisia ou a fuga desesperada, sem saber onde a morte lhe espera.

Foi assim em Guernica aos dias 26 de abril de 1937 - momento de horror de um povo indefeso eternizado por Picasso. É assim diariamente em Gaza desde 27 de dezembro de 2008. É assim sempre que se bombardeia um povoado, uma cidade indiscriminadamente. Foi assim nos bombardeios massivos a cidades européias na Segunda Guerra Mundial. Foi assim também cá pras nossas bandas quando em 1897 o Exército brasileiro massacrou milhares de sertanejos em Canudos, alvejando os casebres de Belo Monte com canhões postados em cima do Morro da Favela, e quando a FAB (Força Aérea Brasileira) bombardeou a Chapada do Araripe em 1937 para destruir os remanescentes da comunidade de Caldeirão, massacrando mais de setecentas pessoas.Será assim até quando? Até quando a humanidade assistirá o bombardeio sobre civis para os poderosos satisfazerem suas veleidades econômicas e políticas?”
Igor Moreira, Adital
Artigo Completo, ::Aqui::

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