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Adriana Baggio, Digestivo Cultural

“Meu primeiro post foi aos 26 anos, no início de 2001. Havia acabado de trocar Curitiba por João Pessoa e ainda não tinha emprego, ocupações e vida social na nova cidade. Passava boa parte do tempo escondida do sol no fresquinho do apartamento. E nessas horas eu escrevia.

Aliás, quando soube que iria para João Pessoa, a primeira coisa que pensei foi em aproveitar a mudança geográfica para mudar também de vida. Em Curitiba, um ou dois anos após a faculdade, passei em uma seleção para o cargo de redatora em uma agência de marketing direto. Eles nem me pagavam salário com a justificativa de era um "período de experiência". Mesmo assim eu curtia. Durou umas 2 semanas até me chamarem de uma outra agência, bem maior e mais famosa, desta vez para a área de atendimento.

O glamour e a perspectiva de ganhar algum salário, ainda que não fosse muito, me seduziram. A experiência foi ótima e serviu para eu descobrir que escrevia briefings excelentes, mas era péssima na politicagem com os clientes. Nos anos seguintes zanzei por uma e outra área da comunicação. Quando surgiu a oportunidade da mudança, decidi aproveitar e voltar para a área de redação.

Escrever blogs não tem nada a ver com ser redatora. Contei essa historinha pra explicar que, quando fiz meu blog, estava com muita vontade de escrever, coisa que eu sempre gostei. Só que escrever sem ninguém para ler não tem graça. Os diários secretos nunca tiveram apelo para mim. Na adolescência, adorei quando chegou a moda das agendas. A gente escrevia, às vezes em código, e mostrava para as amigas. Elas liam, comentavam, davam conselhos. Além do texto havia os desenhos com canetinha, os adesivos, os recortes de revista. Vivia atrás dos anúncios do Club Med porque tinha escolhido o tridente da marca do resort como sinal de conteúdo relativo a um certo menino por quem era apaixonada - veja só, mesmo na agenda já usava tags!

Nos primeiros dias de João Pessoa, teria sido mais romântico sentar nas areias da praia de Manaíra, pedir uma água de coco e preencher páginas e páginas de um lindo caderno com capa em rosa pálido e folhas de papel creme. Ele seria o único testemunho da solidão que acomete os forasteiros em novas cidades ou da incredulidade em relação a costumes tão diferentes do seus.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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