Quem manda nos terremotos e tsunamis ?

Rui Martins, Direto da Redação

"Quando criança pobre em Santos, gostava de estudar o comportamento de certos bichos que criava dentro dos antigos vidros de leite de um litro. Tinham um bocal grande, eram largos e transparentes, facilitando minhas observações (na verdade eu deveria ter me dedicado a esses estudos, em lugar de ter me viciado nessa profissão de jornalista).

Assim, passava horas vendo como se alimentavam os caracóis, como se moviam e construiam túneis as formigas introduzidos naqueles vidros, onde eram alimentados com fartura (às vezes demasiada) fosse com pedaços de banana, migalhas de pão ou mesmo moscas.

Eram meus bichinhos de estimação, como seriam mais tarde meus peixes de aquário, e o gatinho que dormia nos meus pés enquanto preparava minhas lições de escola. Mal chegava da escola, corria para ver os vidros em que viviam, apesar dos resmungos de minha mãe enojada com aqueles caracóis de baba viscosa e sempre prometendo jogar tudo no lixo, na minha ausência.

Essa oposição materna me obrigava a escolher bem os lugares onde deixasse os litros com seres vivos, durante minha presença na escola. Se deixasse num lugar onde batesse sol, seria uma tragédia, com os caracóis se derretendo e se desfazendo com o calor de estufa gerado dentro do litro, cuja tampa estava fechada.

As formigas até que resistiam, dizem que nos sucederão na Terra com os escorpiões, mas o risco com elas era o litro cair e se despedaçar. Ocorria um verdadeiro terremoto que destruía seus túneis, seus armazens de alimentos, seus berçários e nem valia a pena querer catar de novo aquelas formigas sobreviventes desesperadas, correndo pelo chão.”
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