Edival Lourenço, Revista Bula
“Pode parecer maluquice, mas acho que pelo princípio da igualdade social, gay deveria ter licença para andar armado. Transportador de numerário não tem porte de armas para se defender da sanha dos meliantes? Pois então. Por que os gays não poderiam andar armados para se defender dos homofóbicos pitibuls neonazistas? De que adianta dizer que o gay pode casar, andar agarradinho, beijar em público, adotar criança, herdar um do outro, essas coisas que constitui o princípio da dignidade humana, se ele na prática não pode sair à rua que logo vem um bando de celerados que lhe dá nos costados até matar? Para permitir, de fato, é preciso proporcionar os meios.
Divaguemos um pouco. Um dos princípios mais estimados da democracia é que todos sejam contemplados pela igualdade. A constituição em seu artigo 5º garante que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Esta é uma das cláusulas pétreas mais paparicada e ao mesmo tempo mais desobedecida, porque para proporcioná-la, o estado de direito (aquele em que estado promulga a lei e a ela se submete, segundo a vontade da população livre e esclarecida) precisa fazer cumprir um princípio auxiliar igualmente importante: o da isonomia. Que consiste em “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”. Isso é aristotélico, mas não perdeu a atualidade, nem alcançou sua plenitude. Estado nenhum conseguiu até hoje proporcionar essa igualdade tão plena.
Os regimes socialistas costumam reduzir o mérito dos mais capacitados para permitir que os menos capazes àqueles se igualem. Igualdade por baixo. Uma coisa tosca. Essa é uma das razões que os regimes socialistas viraram munha. A democracia clássica, pelo viés da livre iniciativa, favorece os mais bem dotados e mais bem-postos socialmente, de tal forma que os mais desprovidos vão se afastando inexoravelmente dos bens produzidos pelo conjunto da sociedade, fomentando o surgimento e a manutenção de um vasto contingente na faixa da escória humana. Sem lhes dar, no entanto, a tão sonhada oportunidade equânime.”
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