“Filme recria história dos meninos do
trapiche de Jorge Amado com ótimo elenco, muito humor e música de Carlinhos
Brown
Maria do Rosário Caetano, Brasil de Fato
Os Capitães da Areia estão de volta ao
cinema. Há que se prestar atenção: são capitães da areia e não capitães de
areia. Jorge Amado quis situar seus meninos em espaço preciso: um trapiche
plantado nas areias quentes do mar da Bahia. Um trapiche-esconderijo. Se seus
capitães fossem “de areia” seriam frágeis e desmanchariam como castelos feitos
por meninos-escultores em dias de lazer praiano.
O romance, que já vendeu milhões de
exemplares desde sua primeira edição (1937), ganhou, em 1970, versão
cinematográfica gringa: The Sandpit Generals (ou The Wild Pack), dirigida por
Hall Bartlett, falada em inglês e premiada no Festival de Moscou. No Brasil,
esta versão só chegou às madrugadas televisivas, rebatizada de Dora. O sexto
romance de Jorge Amado resultou, também, em minissérie de TV, dirigida por
Walter Lima Jr, e em várias montagens teatrais. A adaptação atual traz na
direção a estreante Cecília Amado, neta do escritor que faria 100 anos em 2012.
A jovem realizadora, filha de Paloma Amado,
trouxe a trama original dos capitães da areia, ambientada nos anos 30, para a
década de 50. E fez dos protagonistas Pedro Bala e Dora adolescentes morenos
(ao contrário dos loiríssimos personagens do romance). Cecília embalou a
narrativa em arrebatadora trilha de Carlinhos Brown e, o que é melhor, ampliou
as tiradas de humor dos “capitães”. Jorge Amado, afinal, sempre encontrou
espaço para exercitar duas de suas características mais sedutoras: o erotismo e
o riso (às vezes rasgado, às vezes mordaz). O humor está até em seus romances
mais raivosos (caso de O País do Carnaval, escrito aos 19 anos).”
Artigo Completo, ::Aqui::
Comentários