André Setaro, Terra Magazine
O realizador acadêmico também pode proporcionar um espetáculo de excelência, como penso ser este O discurso do rei, obra de perfeita reconstituição histórica, com ritmo adequado, interpretações notáveis, e o embate entre Colin Firth e Geoffrey Rush, que lembra, mudando o que deve ser mudado, o embate do Professor Higgins com Elisa no belíssimo My Fair Lady. A tendência atual parece a de ser considerar apenas o cinema que é de invenção. Tudo bem. Mas que haja talento. Por exemplo: considero O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, um dos cinco maiores filmes brasileiros de todos os tempos. Mas não vamos nos perfilar somente pelos caminhos de Ythaca.
Apoiando-me numa preciosa definição do
falecido crítico literário José Paulo Paes, tradutor e ensaísta de grande
renome, vou tentar expandir o seu conceito de cultura para o cinema. Disse ele
numa palestra: "Cultura não é acumulação de informação, é assimilação de
informação, é tudo aquilo de que a gente se lembra após ter esquecido o que
leu. A cultura se revela no modo de falar, de sentar, de comer, de ler um
texto, de olhar o mundo. É uma atitude que se aperfeiçoa no contato com a arte.
Cultura não é aquilo que entra pelos olhos, é o que modifica o seu olhar. Não é
preciso ler muito, mas ler bem".
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