Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação
“No filme “A música segundo Tom
Jobim”, de Nelson Pereira dos Santos, o universo criativo do compositor é
apresentado sem discursos. A mensagem é encadeada pela sequência de músicas e
imagens que constituem inesquecível registro de um tempo, não tão distante
assim, em que a sensibilidade dos artistas de então – Tom, para muitos, o mais
expressivo – pôde gerar obras de perenidade indiscutível. É um documento de uma
época de efervescência criativa que devemos estar sempre trazendo de
volta, quem sabe para que se possa estimular a nova geração, que anda por
aí perdida na tentativa de fugir à mesmice de composições repetitivas,
vulgares, insípidas, bem ao gosto dos tempos que correm, de valorização do
descartável e de consumo de algo que já vem estragado pelos interesses “de
mercado” da indústria musical brasileira e de seus cúmplices midiáticos.
O filme dá bem a dimensão planetária do
compositor, que teve sua música levada a todos os rincões do mundo, com versões
em inglês, francês, alemão, japonês... (Re)ouvir as músicas do Tom na voz de
Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, já pagaria o ingresso, mas
o encanto é saber que foi aqui, no Brasil, que elas surgiram para o mundo, em
vozes como as de Maysa, Dolores Duran, Silvinha Telles, Nara Leão, Ellis Regina
e tantos outros. Isso tudo prova, para usar as palavras do próprio Tom, que, em
muitos casos, "a linguagem musical basta". Essa frase, aliás, aparece
ao final do documentário, quase que como a justificar a sua concepção
exclusivamente musical (que, para ser honesto, tem merecido algumas
críticas, por fornecer poucas informações, principalmente para o público mais
jovem).
Difícil escolher os melhores momentos do
filme, mas entre eles estarão, seguramente, os duetos com Frank Sinatra
(“Garota de Ipanema”) e Ellis Regina (“Águas de Março”) e as deliciosas
interpretações de Silvinha Telles para “Samba de uma nota só” ou de Ella
Fitsgerald para “Desafinado”.
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