“Tempos de crise sistêmica como os nossos
favorecem uma revisão de conceitos e a coragem para projetar outros mundos
possíveis que realizem o que Paulo Freire chamava de o “inédito viável”.
É
notório que o sistema capitalista imperante no mundo é consumista,
visceralmente egoísta e depredador da natureza. Está levando toda a humanidade
a um impasse pois criou uma dupla injustiça: a ecológica por ter devastado a
natureza e outra social por ter gerado imensa desigualdade social.
Simplificando, mas nem tanto, poderíamos dizer que a humanidade se divide entre aquelas minorias que comem à tripa forra e aquelas maiorias que se alimentam insuficientemente. Se agora quiséssemos universalizar o tipo de consumo dos países ricos para toda a humanidade, necessitaríamos, pelo menos, de três Terras, iguais à atual.
, Congresso em Foco
Simplificando, mas nem tanto, poderíamos dizer que a humanidade se divide entre aquelas minorias que comem à tripa forra e aquelas maiorias que se alimentam insuficientemente. Se agora quiséssemos universalizar o tipo de consumo dos países ricos para toda a humanidade, necessitaríamos, pelo menos, de três Terras, iguais à atual.
Este sistema pretendeu encontrar sua base
científica na pesquisa do zoólogo britânico Richard Dawkins que há
trinta e seis anos escreveu seu famoso O
gene egoísta (1976). A nova biologia genética mostrou, entretanto,
que esse gene egoísta é ilusório, pois os genes não existem isolados, mas
constituem um sistema de interdependências, formando o genoma humano que obedece
a três princípios básicos da biologia: a cooperação, a comunicação e a
criatividade. Portanto, o contrário do gene egoísta. Isso o demonstraram nomes
notáveis da nova biologia como a prêmio Nobel Barbara McClintock, J. Bauer, C.
Woese e outros. Bauer denunciou que a teoria do gene egoísta de Dawkins “não se
funda em nenhum dado empírico”. Pior, “serviu de correlato biopsicológico para
legitimar a ordem econômica anglonorteamericana” individualista e
imperial (Das kooperative Gen, 2008, p.153) .”
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