Vitor Hugo Soares, Terra Magazine / Blog do
Vitor Hugo Soares
“O livro-bomba lançado esta semana…
…e
Duda Collier: preso, morto (e incinerado?)
"Ouça
um bom conselho/ Que eu lhe dou de graça/ Inútil dormir que a dor não
passa"
Os versos da canção "Bom
Conselho" bem poderiam ilustrar o momento de insônia, desespero,
agressividade e confusão a granel, detectados em diferentes áreas e segmentos
do País – políticos, governantes, jornalistas e empresários, principalmente –
nas preliminares e início dos trabalhos da CPMI do Cachoeira e seus insondáveis
desdobramentos. Pelo visto, tudo pode acontecer, inclusive nada.
Nas linhas seguintes deste artigo, no
entanto, os versos de Chico Buarque de Holanda auxiliam a disfarçar, com
poesia, o assombro e a indignação do jornalista diante das confissões do
ex-delegado do DOPS (polícia política da ditadura nos anos loucos no Brasil),
Cláudio Guerra, no livro “Memórias de uma Guerra Suja”, de autoria dos
jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, lançado esta semana em São Paulo.
No livro (que ainda não li e até onde sei
ainda não chegou nas livrarias de Salvador), o ex-delegado capixaba, aos 71
anos, confessa ter participado da morte de, ao menos, 12 guerrilheiros e
incinerado os corpos de outros 10 desaparecidos políticos na ditadura militar.
Isso li em reportagens publicadas no jornal
Folha de S. Paulo, que tem mostrado interesse jornalístico e aberto ao assunto
o espaço que ele merece. Os demais veículos, incluindo os blogs e portais
eletrônicos, somente aos poucos e com algum atraso vão despertando para a
gravidade e o interesse do tema.
No seu relato, o ex-agente, que promete
depor, também, na Comissão da Verdade, afirma que os 10 corpos foram queimados
no forno de uma usina de açúcar de propriedade de um ex-governador do Rio de
Janeiro. “Fui responsável por levar dez corpos de presos políticos para lá,
todos mortos pela tortura”. Guerra enumera entre essas vítimas David
Capistrano, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, João Massena Mello, José
Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho, do PCB (Partido Comunista Brasileiro).”
Artigo Completo, ::Aqui::
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