Lúcia Guimarães, O Estado de S.Paulo
A não carreira de escritora me veio à mente ao acompanhar este verão recheado de vexames de escritores-jornalistas e jornalistas-escritores.
Jonah Lehrer, autor de Proust Foi Um Neurocientista e, mais recentemente Imagine, Como a Criatividade Funciona foi defenestrado pela, ó, céus, New Yorker, porque colocou palavras na boca de Bob Dylan e, questionado por um dylanófilo da revista Tablet, mentiu repetidamente. Não foi demitido pelo editor-chefe David Remnick quando, semanas antes, ficou claro que se autoplagiava na sua coluna Frontal Cortex, na New Yorker. Publicava, ipsis litteris, trechos de artigos que já havia publicado no Wall Street Journal. Lehrer, com apenas 31 anos e uma Rhodes Scholarship no currículo, pertence a esta estirpe de autores, como Alain de Botton, que mistura ciência com autoajuda para formar uma espécie de Britney Spears do conhecimento.
Já Fareed Zakaria, autor de O Mundo Pós-Americano, sofreu um
açoitamento público tão violento que acabou por despertar uma brigada de
defensores. Zakaria citou na sua coluna sobre o controle do porte de armas, na Time, um excelente artigo da revista New Yorker que citava um livro sem
citar a autora do artigo. Copiou o parágrafo. Em seguida, foi acusado
erroneamente de ter roubado outra citação em seu livro, numa caça às bruxas que
cheirava a inveja.”
Artigo Completo, ::AQUI::
Comentários