Leila Cordeiro, Direto da Redação
“Se a TV aberta brasileira não chegou a esse estágio, já está quase lá. Se
não, vejamos. O que são essas pegadinhas promovidas pelo SBT agora? De
inocentes e divertidas elas não guardam nem a sombra das feitas com humor no
passado, diga-se de passagem, não tão distante.
Primeiro, a menina que
lembra um personagem de histórias de terror das mais trash possíveis, quase
mata pessoas do coração no elevador. Depois, a de um caixão deixado também num
elevador, de onde pula um defunto que finge acordar da morte estendendo os
braços para suas vítimas que não poupam gritos de pavor.
Mas, pior do que isso,
é o que dizem sobre isso. Que a maioria das pessoas envolvidas sabia o
que iria acontecer antes e tudo, ou quase tudo, já estava combinado,
entre as “vítimas” e a produção do programa de Silvio Santos onde são
apresentadas as famigeradas pegadinhas.
Caso seja verdade, isso
mostra que o absurdo vai muito além das imagens e da busca incessante pela
audiência, ela chega à dignidade das pessoas que se prestam a esse papelão, o
de fingir susto para divertir e fazer o papel de bobo alegre na TV do SS. Seria
tudo por dinheiro ou por apenas 5 minutos de fama?
Mas o absurdo vai envolvendo
cada emissora, cada uma à sua maneira. Na Record o absurdo é a mistura dos
autodenominados “bispos” da Universal posando de diretores da TV,
mandando e desmandando, mudando alguns programas de horário de repente ou
acabando com outros sem explicação, mostrando que, de televisão, eles
entendem mesmo é de passar a sacolinha.
Como um rolo compressor,
ou se preferirem como máquina de moer gente, a direção da Record vai
anunciando demissões com a maior naturalidade, mais ou menos como fazem
com seus pastores que não leêm direitinho na bíblia do Bispo Macedo. Quantos
saíram por não orar na mesma sintonia do chefe?
Recentemente, o executivo
Carlos Geraldo de Oliveira foi afastado da presidência da Record Rio porque, de
acordo com colunas especializadas em TV, teria batalhado para que 300 profissionais
da emissora carioca não fossem demitidos, como queria a cúpula da rede em São Paulo.
E a Band, hein? Essa está
sempre anunciando programas que acabam sem nenhuma explicação, muitas vezes nem
mesmo para o próprio apresentador. Adriane Galisteu é uma das campeãs da
modalidade, acaba e volta. Desde que foi contratada pela emissora do Morumbi
ela estrelou pelo menos 3 programas que simplesmente desapareceram da grade em
poucas semanas. A Band alega falta de audiência, mas se o público não prestigia
a apresentadora em seus programas porque insistir com ela, não é verdade?
Na Rede TV, os
problemas e os absusrdos são mais graves pois envolvem a sobrevivência de
milhares de famílias. Enquanto os funcionários vivem com seus salários
atrasados e não recebem as bonificações a que têm direito, os donos desfilam
pela mídia anunciando a compra de mansões e apartamentos no exterior com a cara
mais cínica do mundo. Para os poderosos tudo, para o povo nada. Sempre na terra
e da TV do absurdo.
Na Globo, os absurdos
são mais discretos, mas existem também. Envoltos numa capa de bons efeitos de
edição e apresentação de imagens, apresentadores vão tentando desengessar seus
estilos pré-programados tentando uma naturalidade frente às câmeras, como
apresentar o telejornal com os braços debruçados sobre a bancada, que é
falsa na verdade, pois o ranço asséptico global se sobrepõe a tudo e a
todos, comprometendo especialmente o conteúdo das informações.
Uma pena ter que presenciar
tanto BBB, (baixaria, bobagem e babaquice) na TV aberta brasileira. Os
bons profissionais que existem em nossa TV mereciam melhor
aproveitamento nessa verdadeira terra de ninguém, nesse teatro do absurdo
que não informa, irrita e deixa um gosto amargo de decepção em quem assiste.”
Comentários
Lamento a franqueza, mas impossível conhecer e concordar com a postagem. SBT, BAND, REDETV, RECORD, GAZETA etc... juntando todos os defeitos dessas emissoras, fica longe da sujeira que é a globo e que nínguem quer ver, ou aceitar, é o caso do pior cego, aquele que não quer ver...