Fernando Brito, Tijolaço
"Punir a agressão, o preconceito, a injúria racial e social não é um ato de ódio ao agressor ou ao racista.
É uma tarefa civilizatória, porque é pedagógica.
Ensina aos integrantes de uma sociedade que não se pode incitar ao ódio.
Ontem, todos nos chocamos com a pesquisa do Ipea que revelou que a maioria dos brasileiros acha que a roupa usada por uma mulher poderia justificar ataques sexuais.
É o resultado tanto da falta de punição aos abusos sexuais quanto, também, de uma mídia que estimula a erotização do corpo como a essência das relações humanas.
Não importa, porém, o quanto alguém se sinta provocado, simplesmente não pode atacar outra pessoa e ponto.
Duas boas notícias, entretanto, estão aí para ajudar a mostrar que nem mesmo no campo das palavras se pode aceitar o desrespeito.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido da bancada do PC do B para abrir uma investigação sobre Raquel Sheherazade e o SBT por defenderem, num meio de comunicação público, o acorrentamento de um rapaz a um poste.
Não é o caso de discutir se “merecia” ou “não merecia”, como no ataque sexual: não se pode fazer e ponto.
A outra é a demissão do co-piloto da Avianca que xingou o povo nordestino de porco em seu Facebook, por ter sido mal atendido num restaurante. Podia reclamar o quanto quisesse do restaurante, não dizer que os nordestinos são porcos.
Aliás, fez pior, porque quando começaram as reações disse que “O Brasil é outra grande merda em geral”.
É uma pena que tenha perdido o bom emprego, mas não é compatível com a dignidade humana nem com a função que desempenha num país que, finalmente, está a caminho de tornar a aviação comercial um serviço democrático, com um recorde 89 milhões de passageiros transportados ano ano passado, boa parte deles nordestinos.
Este país e seus profissionais, sejam pilotos, sejam médicos, sejam professores como os do “aeroporto perdeu o glamour”, tem de aprender a respeitar todas as pessoas, seja qual for sua etnia, origem ou poder aquisitivo."
"Punir a agressão, o preconceito, a injúria racial e social não é um ato de ódio ao agressor ou ao racista.
É uma tarefa civilizatória, porque é pedagógica.
Ensina aos integrantes de uma sociedade que não se pode incitar ao ódio.
Ontem, todos nos chocamos com a pesquisa do Ipea que revelou que a maioria dos brasileiros acha que a roupa usada por uma mulher poderia justificar ataques sexuais.
É o resultado tanto da falta de punição aos abusos sexuais quanto, também, de uma mídia que estimula a erotização do corpo como a essência das relações humanas.
Não importa, porém, o quanto alguém se sinta provocado, simplesmente não pode atacar outra pessoa e ponto.
Duas boas notícias, entretanto, estão aí para ajudar a mostrar que nem mesmo no campo das palavras se pode aceitar o desrespeito.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido da bancada do PC do B para abrir uma investigação sobre Raquel Sheherazade e o SBT por defenderem, num meio de comunicação público, o acorrentamento de um rapaz a um poste.
Não é o caso de discutir se “merecia” ou “não merecia”, como no ataque sexual: não se pode fazer e ponto.
A outra é a demissão do co-piloto da Avianca que xingou o povo nordestino de porco em seu Facebook, por ter sido mal atendido num restaurante. Podia reclamar o quanto quisesse do restaurante, não dizer que os nordestinos são porcos.
Aliás, fez pior, porque quando começaram as reações disse que “O Brasil é outra grande merda em geral”.
É uma pena que tenha perdido o bom emprego, mas não é compatível com a dignidade humana nem com a função que desempenha num país que, finalmente, está a caminho de tornar a aviação comercial um serviço democrático, com um recorde 89 milhões de passageiros transportados ano ano passado, boa parte deles nordestinos.
Este país e seus profissionais, sejam pilotos, sejam médicos, sejam professores como os do “aeroporto perdeu o glamour”, tem de aprender a respeitar todas as pessoas, seja qual for sua etnia, origem ou poder aquisitivo."
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