Anna Dutra, GGN
Sendo de cada um a responsabilidade pelo caminho escolhido e únicas as chances de alcançar o porto pretendido - o retorno não se dará nas mesmas condições - independência e intuição são pilares para a escolha, não importando como sempre foi feito e nem o que todos estão fazendo. E, mesmo, ainda que a escolha da estrada tenha que ser revista de uma próxima vez.
A diferença na vida deriva da escolha feita com atenção a quem somos e a o que queremos; não pode estar na realização do outro, ainda que esta seja uma tentação quase irresistível. Seguir o outro, sobreviver. Seguir a individualidade que nos acompanha e que tentamos conduzir e alterar, sem muito sucesso, realmente viver.
A ESTRADA NÃO ESCOLHIDA
Duas estradas se separavam em um bosque amarelado,
E infelizmente eu não poderia percorrer as duas
E, sendo um viajante, fiquei muito tempo ali parado
E olhei uma delas até tão longe quanto pude
Até onde fazia uma curva na vegetação;
Depois peguei a outra, também satisfatória,
Talvez com uma pretensão melhor,
Porque era cheia de grama e queria ser aparada;
Entretanto no que dizia respeito à passagem
As duas estavam realmente quase iguais,
E ambas naquela manhã
Estavam cobertas de folhas ainda não pisadas.
Oh, deixo a primeira para outro dia!
Sabendo que um caminho leva a outro,
Duvidei de que algum dia iria voltar.
Conto isso com um suspiro
Em algum lugar há muito, muito tempo:
Duas estradas se separavam em um bosque, e eu –
Escolhi a menos percorrida,
E aquilo fez toda a diferença.
ROBERT FROST
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