Por trás da falta de palavras

"Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo". Esta e outras afirmações foram feitas no exame nacional do ensino médio.

São as famosas "pérolas do Enem", que circulam todo ano na internet. Sempre tenho dúvidas sobre a veracidade desses relatos, mas, desta vez, li a respeito no texto de um colunista do jornal Correio Braziliense ("Amazonologia", Eduardo Reis, 15/11/2008), que os trata como autênticos.

Se as frases por ele reproduzidas são de fato provenientes das redações do Enem sobre meio ambiente e Amazônia, estamos diante de um gravíssimo adoecimento educacional do país, que essas provas deixam mais evidente. E, o que é pior, os jovens vítimas dessa situação são ridicularizados, como se fossem uma espécie de "palhaços" trágicos da nossa incapacidade coletiva de superar um dos piores passivos nacionais, que é o da educação.

Duas situações convivem nesse universo. Uma, a dos estudantes cujas famílias têm meios para lhes dar suporte escolar e um ambiente doméstico com bom acesso à informação. Outra, a dos estudantes que remam contra a maré da pobreza, da falta de condições materiais em casa e do arremedo de escola. Estes são duplamente atingidos porque são também humilhados, como se a condição de pobreza, que os afasta dos meios para melhorar a performance escolar, significasse uma incapacidade inata.”
Senadora Marina Silva (PT-AC), Terra Magazine / Foto: Eduardo Lopes, Terra
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