Jardim Santo André na Galeria Vermelho

“Um espaço badalado das artes de São Paulo reproduz os grafites que estão mudando a paisagem de um dos bairros mais violentos do ABC. Retrato de um país secularmente desigual — onde, no entanto, a periferia cobra seus direitos, e se expressa cada vez mais por meio da criação simbólica

Em 17 de outubro, a neblina que normalmente encobre o Jardim Santo André, na periferia do ABC Paulista, formou um denso véu, como se fosse um recurso de cena para a tragédia iminente, cujo desfecho teve transmissão ao vivo em cadeia nacional. Às seis da tarde daquele fatídico dia, Eloá Cristina, uma jovem de 15 anos, foi assassinada pelo seu ex-namorado, que a havia mantido em cativeiro por cinco dias em sua própria casa.

Numa manhã comum de um dia qualquer no mês de setembro, no mesmo Jardim Santo André, Richard, garoto de dez anos, foi atropelado por um motorista imprudente que conduzia seu carro em alta velocidade nas estreitas ruas do bairro.

Viver nesse bairro é estar exposto ao risco permanente. Encravado na parte serrana de Santo André, o Jardim é cercado de mata, que serve de local de desova de corpos de vítimas do conflito entre grupos rivais ligados ao narcotráfico. Somente no primeiro semestre de 2008, foram registrados 45 homicídios no local. Isso representa 75% de todos os casos da cidade e 20% de todo o ABC. Nesse bairro, formado por seis favelas em processo de urbanização, vivem 7,5 mil famílias, mais de 30 mil pessoas. Um terço da população não tem fonte de renda e 75% têm menos de 40 anos e baixíssimo índice de escolaridade.”
Eleilson Leite, LMD Brasil
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