Berlim no fundo do poço

"Na 59ª edição do tradicional festival alemão, curadoria põe à baila filmes que giram em torno da crise econômica mundial, e diretor de mostra diz que momento favorece cinema independente

Carlos Helí de Almeida, JB Online

A 59ª edição do Festival de Berlim começa hoje com o desejo de investigar as causas e conseqüências da primeira crise econômica do mundo globalizado. O tom da maratona, que segue até o dia 15, pode ser medido pelo título escolhido para abrir, fora de concurso, a programação deste ano. Dirigido pelo alemão Tom Tykwer (Corra, Lola, corra) e protagonizado por Clive Owen e Naomi Watts, o thriller financeiro The international descreve as tentativas de um agente da Interpol, a Polícia Internacional, de desmascarar as atividades ilegais de uma poderosa instituição financeira, que incluem lavagem de dinheiro e comércio de armas.

– Do ponto de vista da situação atual, o filme de Tykwer é, praticamente, um documentário – afirma Dieter Kosslick, diretor da Berlinale, como o festival é chamado, ao anunciar a seleção oficial desse ano. – Iniciaremos o festival de 2009 com The international como uma declaração sobre o estado do mundo financeiro. Muitos dos filmes refletem sobre questões como globalização, bem-estar e finanças.

O Brasil contribui com a linha curadora da mostra com Garapa, de José Padilha, vencedor do Urso de Ouro do ano passado com Tropa de elite. É um documentário sobre sobre a fome no mundo, a partir da vivência de três famílias brasileiras. O país também estará representado por Vingança, de Paulo Pons. Ambos fazem parte da grade da Panorama, a mostra paralela mais importante do festival, que em 2009 completa 30 anos. A edição de aniversário oferece títulos como Milk – A voz da igualdade, de Gus Van Sant, sobre o primeiro prefeito gay de São Francisco, indicado para oito Oscar, incluindo os de Melhor Filme, Direção e Ator (Sean Penn).

– A Panorama vai demonstrar que a crise financeira tem um efeito positivo no cinema independente, fazendo com que o nicho volte a ser audacioso – comentou Wieland Speck, diretor da mostra.”
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