O Bloco dos Unidos pela Carne

Marcelo Carneiro da Cunha, Terra Magazine

“Como todos sabem, somos unidos por ela, nós brasileiros. Ao menos os gaúchos, paulistas e mineiros, com certeza. Pois que quando descobrirão ouro nas Gerais, o ouro se recusava a sair sozinho dos terrenos onde ele vivia, feliz e brilhando ao longo de milhões de anos. Era necessário trabalho, mãos, milhares e milhares delas, pra extrair minério e fazer Portugal feliz, naqueles tempos pré-dinamite. Creio que levaram muita gente, escravos em sua maioria, pra ralar as montanhas de Minas e dar trabalho ao Aleijadinho e companheiros artesãos daquelas igrejas todas.

E como todos sabem, gente come. E então surgiu a questão de o que oferecer para aquela Serra Pelada do século 18 comer.
Breve pausa. Vamos agora ao Rio Grande do Sul.

Lá, não havia ouro, e, provavelmente, não havia mais nada. Mas, para sorte de todo mundo, havia muitas, mas muitas mesmo, vacas. Os jesuítas tinham trazido gado para as Missões, parece, e a vacaria tinha apreciado muito o pampa. Bons cristãos, as vacas e touros jesuítas tinham crescido e se multiplicado e lá estavam, prontinhos para virarem decoração de feijoada nas Minas Gerais. Faltava quem fizesse a logística, claro.

E lá estavam eles, nossos bravos desbravadores paulistas. Que criaram um sistema de busca e apreensão das vaquinhas missioneiras, vindo até ali pelo mar, subindo o planalto da costa e levando de volta carne para as minas de ouro.

Essa coluna também vale por uma verdadeira aula de história.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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