Duas notas

Sírio Possenti, Terra Magazine

(...)
“Vou dizer duas palavras sobre o caso Cesare Battisti:

a) todos os que se posicionaram contra a decisão do ministro Tarso Genro destacaram que ele foi contra um parecer do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados). Mas ninguém deu importância ao fato de que o resultado da votação final nesse órgão foi 3 a 2. Ou seja, não houve unanimidade.

De vez em quando ouço ou leio pedaços de notícias sobre julgamentos e assim fiquei sabendo que resultados não unânimes em júris são bom argumento para recursos. Dito de outra forma, Tarso Genro estava acompanhado, em sua decisão, por pelo menos dois membros do Conare.

b) não conheço quase nada sobre o funcionamento de justiça italiana, mas desconfio seriamente da movimentação política e das pressões que ministros e parlamentares daquele país fizeram para tentar alterar a decisão do ministro brasileiro. Em casos assim, tomo posições pelo faro: entre as posições de Berlusconi e as de Tarso Genro, nunca terei dúvidas.

Aliás, este é um princípio que sigo mais ou menos religiosamente: como é impossível inteirar-me de todos os assuntos, em muitos casos sigo critérios ideológicos. Na dúvida, não fico jamais com as posições da direita. Posso dar exemplos: se ligar a TV Senado e o Agripino Maia estiver na tribuna criticando uma posição qualquer, passada ou futura, de nosso governo ou de outro, já sei que minha posição seria defender o que ele critica. É óbvio que a mesma posição vale para Berlusconi e para seu ministério. Reconheço que decisões tomadas segundo esse critério podem me levar a arrependimentos e a mudanças posteriores.”
Matéria Completa e “Primeira Nota”, ::Aqui::

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