Gil: "O mundo me tirou a régua e o compasso"

Claudio Leal e Ceci Alves, Terra Magazine

"Na segunda-feira de Carnaval, 23, em Salvador, Gilberto Gil termina de sorver um chá. Sentado num banquinho de sua casa baiana, refaz-se da noite passada na "varanda elétrica" do Camarote Expresso 2222, organizado pela mulher, Flora Gil. Encostara no travesseiro às cinco horas da matina; olhos pregados, mesmo, às 6h. Ao meio-dia, despertou para receber amigos e convidados.

Na tarde carnavalesca, o tom de voz reflexivo é gradualmente substituído por um ritmo mais acelerado, como se as idéias passassem por carvão em sua locomotiva.

Depois da despedida do Ministério da Cultura, em 2008, o compositor ganhou tempo para dedicar-se à música e, bem além, a reflexões e cogitações humanas. Recupera a voz e o ânimo para debates.

E segue a discutir com os amigos Jorge Mautner, Caetano Veloso e Hermano Vianna, entre os mais próximos. "No papo eu me safo", brinca Gil. "Caetano sempre diz que no papo eu sou insuperável. Se deixarem, eu fico horas conversando...".

Não delimita uma zona de interesses. Antes de o gravador ser acionado, já aponta a interligação entre a política e o mundo digital - uma mistura que só aprofunda as experiências democráticas.
Gilberto Gil acredita que o exemplo da campanha de Barack Obama nos Estados Unidos vai se espraiar na política brasileira. "Em 2010, os candidatos não vão poder desprezar a mobilização que Obama fez na internet. Vai ser completamente diferente da última eleição. A inclusão digital no Brasil é cada vez mais veloz. E ainda vem aí um computador de dez dólares...".

Nesta entrevista a Terra Magazine, Gil expõe suas idéias sobre política, cultura e novas tecnologias. Novamente: sem impor fronteiras a esses campos. Mas se torna impossível iniciar a conversa sem refletir as transformações do Carnaval que corre além-muro."
Foto: Claudio Leal
Entrevista Completa, ::Aqui::

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