O que importa

José Pedro Goulart, Terra Magazine

"Um. Abasteço o carro. É noite. Calor. Que tal uma picolé? Vou até a lojinha do posto. Perto da porta, três crianças me pedem que eu compre algo para elas. Pedem não, exigem. Dou-me conta que elas têm consciência da situação: são crianças pobres, com fome; e eu adulto com grana sobrando: xeque-mate.

Entro na loja, pego um saco grande de salgadinhos, mostro para a moça da caixa e aviso: "já pago". Abro a porta e entrego ao maiorzinho. Ele não sorri, nem agradece. Ok, decido, era isso. Mas logo noto que a questão ainda me incomoda. Talvez uma Fanta vá bem, crianças gostam de Fanta. Apanho uma grande e abro a porta - desta vez virá um sorriso, estou certo.

Não. Não estou. Pegam a Fanta sem sequer olhar para mim. E aí me vem uma indignação, é claro. Mas logo me dou conta da situação e trato de me conter: por alguma razão essas crianças não estão aceitando suborno. Ou será que imaginei que iria pagar a dívida que tenho com elas com um saco de salgadinhos e um refri?”
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