“Era uma vez o conto de fadas, textos puros e ingênuos de fundamental importância para a formação dos valores infantis num tempo em que as crianças obedeciam mais, ouviam mais, eram, enfim, mais crianças.
Como é tentador começar o texto assim, mas seria ridículo! Ou, pelo menos, tão ingênuo e superficial quanto a versão que nossa geração ouviu dos contos de fadas. Porque se por um lado é verdade que os contos de fadas leves e bem desenhados da Disney marcaram nossa infância, também é verdade que na sua origem tais contos divertiam homens, mulheres e crianças ao redor de uma fogueira, falando de lobos e princesas, amor e morte. Isso num tempo em que sequer existia infância, e a literatura era transmitida oralmente.
Centenas de anos depois, tais histórias não perderam sua força nem popularidade, e são fonte de inspiração constante para escritores infanto-juvenis (figura inexistente até bem pouco tempo) e até para contistas experimentados, como a escritora Lívia Garcia-Roza. Em Era outra vez (Companhia das Letras, 2009, 88 págs.), seu mais recente livro de contos, Lívia revisita as narrativas infantis a partir de abordagens contemporâneas, atualizando conflitos e personagens num mundo sem tanto espaço para a imaginação ― nem tempo para magias.
A ideia não é original. Nós mesmos, aqui
É esse tipo de história que ficou conhecida como "conto de fadas", ainda que haja mais a presença de animais do que propriamente de fadas, e que hoje repetimos a exaustão para relembrar ou recriar. No caso de Lívia, uma recriação não apenas temática, como também estética.”
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