O drama e o humor

José Pedro Goulart, Terra Magazine

“O Guel Arraes, ao apresentar o último filme dele, "Romance", no Festival do Rio do ano passado, disse que "pela primeira vez ficaria chateado se pessoas rissem muito durante a projeção". O Guel, um cara acostumado com a comédia, temeu o riso . Imaginou a gargalhada como uma subversão à sua idéia de fazer um filme com profundeza dramática. Temeu perder as pessoas, a concentração delas, se estivessem subjugadas pelo riso. E o pior é que ele deve ter ficado bem chateado, consta que as pessoas deram boas risadas durante o filme.

E o Guel não está sozinho nas suas aflições, nada menos que o Woody Allen concorda com ele: "Também não tenho nenhuma dúvida de que a comédia tem menos valor do que a coisa séria." Ele disse isso no livro/entrevista, "Conversas com Woody Allen", recentemente lançado. E disse mais, disse "que quando a comédia aborda um problema, ela brinca com ele, mas não resolve." E foi mais longe: "Não quero parecer brutal, mas existe algo de imaturo, de segunda linha, em termos de satisfação, quando se compara a comédia com o drama". Woody Allen também falou do seu desejo de fazer filmes sérios: "...todas aquelas coisas dramáticas que são feitas pelo Bergman, pelo Antonioni..." E ainda saiu-se com uma pérola: "Os diretores sérios são os que mais se divertem." He, he. Não é engraçado?”
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