Preconceitos e desvalorização da condição humana

Washington Araújo, Observatório da Imprensa

“É de impressionar a capacidade que nossa caixinha mágica tem de expor pessoas ao ridículo, fustigar valores universais como crença e etnia, trazer à tona velhos preconceitos e provocar na audiência a adesão a um tipo de humor de desvalorização da condição humana. É o que vem acontecendo com o Big Brother Brasil, já em sua 9ª edição, ao manter confinado um número de pessoas que busca o prêmio maior de R$ 1 milhão e prêmios menores, que incluem uma casa, vários carros, dezenas de celulares, computadores etc., toda essa vitrine de dar água na boca de seus ávidos consumidores, que chegam embalados pelo marketing dos produtos que patrocinam o "programa".

A inovação desta edição (pode até ter começado na edição 2008) é a criação de castigos semanais a serem cumpridos por um ou mais dos participantes. É aqui que está o ponto. Em geral, o escolhido precisa vestir uma roupa especial por um período de tempo que pode chegar a 48 horas, é privado de algum conforto físico e recebe o comando de realizar uma tarefa a cada toque de uma sirene. O que se espera dos "escolhidos"? Ora, que fiquem irritadiços, cansados e prestes a ter um ataque de nervos. A carga negativa dos "castigados" se volve primeiro para quem os indicou e depois transborda para o grupo. Ou seja, o castigo abre margem para muita discórdia. O BBB é um programa que fatura (e muito) expondo as mazelas da condição humana e é alavancado pelo nível de discórdia que impeça um clima mínimo de civilidade e bom relacionamento social dentro da casa da Globo em Jacarepaguá.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Teoria do Caos disse…
O programa é sadismo puro. É uma forma de esquecer da sua condição e colar no voyerismo que caracteriza nossa época. Penso que poderiam fazer algo relacionado com cultura, maratona de leitura, etc...mas isso não dá ibope.

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