50 anos depois, "Hiroshima" ainda encanta

André Setaro, Terra Magazine

“Entre os grandes autores de cinema de todos os tempos (Chaplin, Welles, Fellini, Dreyer, Bergman, tantos!), um dos meus preferidos é Alain Resnais, inventor de fórmulas, realizador do específico cinematográfico, e não poderia, neste 2009, deixar de registrar, aqui, os 50 anos de uma obra-prima, de um filme "divisor-de-água", que traumatizou durante a linguagem cinematográfica então estabelecida. E este filme é "Hiroshima, mon amour", que nos introduz, pela primeira vez, como notou a ensaísta Nathalie Weinstoc, no procedimento dialético da consciência, no processo da subjetividade. Em imagens de cinzas, noite e luz.

E Alain Resnais, ainda que com seus provectos 87 anos de idade, apresenta, no recente Festival de Cannes, seu último "opus": "Les herbes folles", com seus atores constantes e queridos: André Dussolier e Sabine Azéma. Pode parecer incrível que um cineasta ainda possa ter a capacidade de inventar cinematograficamente. Mas Resnais consegue a proeza em "Amores parisientes" ("On connaît la chanson", 1997), "Beijo na boca, não!" ("Pas sur la bouche", 2003) e "Medos privados em lugares públicos" ("Coeurs", 2006), este último considerado o melhor filme do ano retrasado e em cartaz na capital paulista por mais de um ano sem interrupção.

A visão de "Hiroshima, mon amour" ainda adolescente me fascinou e se constituiu num filme "propulsor" para o meu entendimento do cinema como um veículo de expressão artística. Não o vi, porém, em seu lançamento, mas quatro anos depois numa sessão matinal no cine Guarany, de Salvador, quando, aos sábados, acontecia as projeções do Clube de Cinema da Bahia patrocinadas por Walter da Silveira.”
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