Celibatários nas praias do século XXI

Javier Darío Restrepo, Terra Magazine

"O mundo de hoje está curado de espantos sexuais: o sexo oral é tema de conversas desde que a imprensa xeretou as intimidades do presidente Clinton; as seções sobre sexo em jornais e revistas tratam, sem rubores, de tema que o Kama Sutra esqueceu e que o gênero picaresco deixou de lado, apesar da sua cínica acalmação. Nenhum segredo sobre o sexo parece ser-nos alheio.

No entanto, estão soando gritos de escândalo e de curiosidade adolescente diante do flerte de um casal em uma praia, porque ele é um gentil e popular sacerdote da televisão, da rádio e da imprensa. Escândalo sincero? Curiosidade? Hipocrisia?

Um sacerdote apaixonado em Miami, ou as mulheres seduzidas e grávidas do presidente Lugo, quando ainda usava a mitra, ocupam espaços e imagens na televisão, colunas na imprensa, fazem as beatas se benzerem e os incrédulos sorrirem, astutos e satisfeitos, e converteram em um tema deliciosamente picante o celibato dos sacerdotes.

O celibato no Concílio.
Apesar da imprensa de então ter afirmado que o Concílio Vaticano se reunia para autorizar o casamento dos padres, o certo é que não foi um tema da sua agenda, apesar da quantidade de folhetos, cartas, estudos e propostas que circularam pelos corredores da aula conciliar e pelas caixas postais dos quase 2.000 participantes nas suas sessões. Até um escrito assinado por 81 médicos, sociólogos e escritores, urgia um estudo sobre o tema. O Papa considerou inoportuno o debate público, mas deixou aberta a possibilidade de que os padres conciliares apresentassem os seus escritos, que a presidência do Concílio os faria chegar até as suas mãos.

Um desses escritos foi o do monsenhor Koop, bispo de Lins, no Brasil. Pedia clero casado para salvar a Igreja na América Latina, um continente com 35% dos fiéis de toda a Igreja e apenas com 6% dos seus sacerdotes. Calculava-se então que para o ano 2000 o continente precisaria de 125.000 sacerdotes mais e que a esse número somente se chegaria com sacerdotes casados. Um dos teólogos assessores do concílio escreveu naqueles dias que a Igreja deveria renunciar ao celibato como forma de encontrar um clero suficientemente numeroso.

Mas, além disso, como resolver o problema dos sacerdotes que não haviam sido capazes de cumprir os seus votos e que se haviam convertido em motivo de escândalo?”
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