Podem rir de mim

"Por que algumas pessoas aceitam ser humilhadas pelo grupo de amigos ou em programas de tevê

Verônica Mambrini, ISTOÉ

“Para muita gente, falar em público é a imagem do terror. Começa com o medo de ser julgado e o pavor de gaguejar ou suar frio. A possibilidade de um sorriso maldoso ou uma crítica aberta é suficiente para fazer as pernas tremerem e a vergonha ruborizar a face. Por que então cada vez mais pessoas optam por se expor espontaneamente a situações vexatórias? Por todos os lados, é fácil achar alguém que desafina no karaokê, vive dando bola fora no futebol ou tropeçando na pista de dança e parece não se incomodar em ser ridicularizado. Na internet e na televisão, pipocam situações constrangedoras, divulgadas pelo próprio protagonista ou por amigos.
Desafinar não é problema para a analista de sistemas Melissa Pissuto, 30 anos. Com cerca de mil músicas no karaokê de casa e muita vontade de cantar, ela solta a voz até sozinha. "Uma vez, me empolguei tanto que, quando percebi, os vizinhos estavam vaiando", conta Melissa, que não se sentiu inibida de continuar subindo ao palco para testar os limites do gogó. Ela não se preocupa se sua voz agrada ou não. O importante é se divertir com o grupo. A gerente de novas mídias Eli Mafra, 21 anos, está no mesmo time. "Não me importo de pagar mico no karaokê desde que esteja com os meus amigos, que vão rir comigo", diz.

Uma coisa é certa: só mostra a cara quem tem algo a ganhar. "As pessoas só expõem aquilo que dão conta, e com motivo. Pode ser crescimento pessoal ou algo que ajude a dar significado à situação", diz a terapeuta e professora da Unifesp Ana Lucia Horta. "A vergonha está muito ligada a valores impostos socialmente." A secretária Adriana Masetti, 41 anos, passou por situações embaraçosas quando se interessou pelo universo do vinho. "Certa vez, peguei a taça de forma errada, e percebi que as pessoas reparavam, olhavam feio", conta ela, que resolveu estudar o assunto.

Ao contrário do que prega o senso comum, um estudo da Universidade de Michigan, do ano passado, demonstrou que crianças com maior autoestima tendem a se tornar agressivas quando expostas à humilhação. Na pesquisa, elas disputaram uma partida contra um computador, induzidas a acreditar que estavam jogando contra alguém do mesmo sexo e idade. As que tinham a autoestima mais elevada tiveram respostas mais agressivas quando acharam que tinham perdido para um oponente semelhante. "A vergonha é paralisante e destrutiva.”
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Comentários

Anônimo disse…
Burro e estúpido você.
Gayzinho é quem faz blog

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