Diploma e Controle da informação

Eliakim Araujo, Direto da Redação

“Com ou sem diploma, a mídia conservadora vai continuar fazendo o que bem entende em matéria de jornalismo chapa branca, não em favor do governo, mas de seus ínteresses. Jornalistas que passaram ou não por uma escola de comunicação vão continuar escrevendo (ou omitindo) o que o patrão mandar, porque eles precisam do emprego.

Esse é o primeiro ponto, talvez o mais importante, da discussão em torno da exigência do diploma: a questão do mercado de trabalho do jornalista, injusto e cruel. Escolas de comunicação são abertas a torto e a direito. Não sei quantas são hoje no Rio, mas imagino que devam ser mais de uma dúzia, quando na década de 60, só havia uma, na verdade o curso de jornalismo na antiga FNFi, como era conhecida a Faculdade Nacional de Filosofia. Hoje abre-se uma escola de comunicação como se fosse um negócio qualquer, nada se exige em matéria de qualificação acadêmica. Milhares de bacharéis são ejetados todos os anos sem que o mercado tenha capacidade de absorver a grande maioria.

Na verdade, apesar da obrigatoriedade do diploma, imposta por um decreto-lei de 1969, ela nunca foi respeitada. Quem não se lembra, por exemplo, do SBT quando criou o apelidado jornal das pernas, quando duas apresentadoras sentavam-se numa bancada aberta em que suas pernas eram mais importantes que a nóticia. Se eram ou não bacharelandas em jornalismo, isso não tinha a menor importância.

O tal jornal não foi uma exceção. A desobediência ao dispositivo legal vinha acontecendo há muito tempo em todas as mídias brasileiras. Só pra ficar no exemplo maior, no sistema Globo de comunicação, em seus vários veículos, estão empregados professores, humoristas, cientistas políticos, cineastas, sociólogos, economistas, etc, todos trabalhando sem diploma e, pior, fazendo a cabeça de incautos consumidores de notícias que acreditam piamente no que eles dizem.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Recomendado para Você..