Inesquecível

Mirian Goldenberg (Antropóloga), JB Online

"Quando perguntei para alguns dos homens das camadas médias do Rio de Janeiro que pesquisei: "Existe alguma mulher inesquecível na sua vida?", tive muitas respostas do tipo: "Minha ex-mulher, ela é a mulher da minha vida"; "Minha esposa, ela me fez crescer como homem"; "Minha ex-namorada, eu aprendi muito com ela" ou "Minha namorada, ela me transformou em um outro homem".

Ouvi dos meus pesquisados a seguinte máxima: o homem brasileiro quer ser o primeiro na vida de uma mulher; já a mulher brasileira quer ser a única na vida de um homem.

A mulher inesquecível, para eles, é aquela que ensina, transforma, instiga, provoca, desafia. Não é alguém que quer mudar o marido ou namorado com suas reclamações, cobranças e exigências. Os homens que pesquisei não gostam de mulheres que demandam ou cobram muito. Eles querem mudar espontaneamente, para corresponder ao que será amado, admirado ou reconhecido pela "mulher da minha vida".

Uma ideia recorrente aparece nos seus depoimentos sobre a mulher inesquecível: "Ela me ensinou a ser alguém que eu sempre quis ser", que se traduz em diferentes âmbitos: "Ela me fez estudar o que sempre quis estudar, mas achava que não tinha capacidade"; "Ela me fez investir muito mais seriamente no meu trabalho"; "Ela mudou completamente o meu modo de vestir e de agir, eu era muito infantil antes dela"; "Ela me abriu o mundo da filosofia e dos livros"; "Se hoje estou fazendo doutorado, é mérito dela, eu nunca conseguiria sozinho".

Há uma característica fundamental para se tornar uma mulher inesquecível: ela deve provocar a admiração do parceiro, muito mais do que o desejo. "Você é a mulher que eu mais admiro neste mundo", disse o marido de Mônica, no meu livro Infiel. "Eu sempre te amei, te amo e vou te amar, sempre, você é o grande amor da minha vida".
Artigo Completo, ::Aqui::

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