Dê balões à sua imaginação

Animação convoca espectador à reflexão sobre o ato de seguir em frente

Túlio Moreira Rocha, Revista Bula

“Up – Altas Aventuras”, novo Disney/Pixar, começa com uma interessante premissa metalinguística: o cinema povoa o imaginário infantil e cria ídolos para toda a vida. No entanto, o que se descobrirá, no decorrer do belo filme, é que muitas vezes o que a telona mostra é resultado de maquiagem e truques de edição, capazes de disfarçar a insanidade dos tais heróis.

A animação é sobre a superação de um passado ainda muito presente pela força das memórias afetivas. Carl Fredricksen, numa dublagem inesquecível de Chico Anysio na versão brasileira, é um velhinho rabugento e simultaneamente simpático, que perde o grande amor de sua vida, Ellie. O casal viveu décadas de felicidade sustentada por um pacto feito ainda na infância: partir em busca de um paraíso perdido na América do Sul. Viúvo, Carl mora em uma singela casa de campo encravada em meio ao caos de uma grande metrópole. A imagem de sua pequena residência incrustada no coração de uma cidade em expansão é também o retrato dos velhos tempos que insistem em ficar. E não só o passado: o sonho também persiste.

A partir daí, a animação mostrará a aceitação, gradual, de sua nova realidade. Ele não só não poderá mais viver suas aventuras ao lado de Ellie, como terá que escolher entre ficar preso aos objetos e sentimentos das décadas anteriores ou aproveitar a oportunidade de partir em busca de novas conquistas. Entenda, “Up – Altas Aventuras” não pretende dizer ao espectador que é preciso desconsiderar sua história de vida, mas é uma mensagem bem direta àqueles que parecem não ter vontade de seguir em frente, de escrever novas páginas de seus livros de aventuras.”
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