Direita repete a velha cantilena

Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

“Para desespero dos oposicionistas de todas as matizes, o governo de Lula está na ordem do dia em muitos rincões deste Planeta. Aqui em Montevidéu, por exemplo, uma das primeiras perguntas dos amigos e de quem fica sabendo que você é brasileiro é perguntar sobre Lula, Copa do Mundo e Olimpíadas 2016. Há quase uma unanimidade em relação à importância hoje do Brasil no cenário internacional.

Tudo isso me ocorre depois de acompanhar os últimos lances de política externa do governo, desde a visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad até os questionamentos de Lula em relação ao posicionamento de Barack Obama na questão do meio ambiente. Sobre Ahmadinejad me veio à lembrança a entrevista feita por Jô Soares com o âncora William Waack e os comentários do jornalista e do próprio entrevistador sobre o vilão que veio do Irã. Na verdade, não se pode nem considerar o encontro Waack-Soares como uma entrevista, mas sim um exemplo concreto de utilização do jornalismo como instrumento para desinformação e acirramento de preconceitos, no caso contra o islamismo.

Não se trata de fazer um juízo de valores sobre Ahmadinejad, por sinal uma figura polêmica, mas que quando passou pelo Brasil fez declarações equilibradas que até desnortearam os seus adversários, que tiveram dificuldades em responder. Waak, por exemplo, chegou a dizer que o dirigente iraniano recuou em algumas questões. Lula deixou bem claro a Ahmadinejad posições opostas as dele em relação a várias questões relacionadas com o conflito palestino-israelense. O Brasil credencia-se como país importante nas gestões que visam a terminar com o banho de sangue que jorra no Oriente Médio há pelo menos 60 anos. Dialoga com palestinos, israelenses e persas. Aliás, no tal programa do Jô, deliberadamente ou não o “entrevistador” de Wiliam Waack em um só momento assinalou que iranianos não são árabes, colocando-os como se o fossem. Fica o registro.

Neste domingo, 29, à noite, se conhecerá o resultado do segundo turno da eleição presidencial uruguaia. Todas as pesquisas indicam a vitória do candidato da Frente Ampla, José Pepe Mujica por uma margem entre sete e nove pontos. E quando todos os institutos de pesquisa apresentam tais índices e com um pequeno número de indecisos (entre quatro e sete por cento) todos acreditam que não haverá surpresas. Só mesmo o candidato de direita, Luis Alberto Lacalle andou falando em “revolução silenciosa”, ou seja, que uma parte ponderável do eleitorado está indeciso e não apareceu nas pesquisas, mas na última hora vai decidir por ele. Nesta altura do campeonato, comentam alguns analistas, é o mesmo que acreditar em Papai Noel... Declaração desse tipo faz parte do jogo de não deixar os militantes desestimulados e evitar até que eles deixem de votar.”
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