"Rio Bravo", de Howard Hawks

André Setaro, Terra Magazine

“Assim como o ano de 1939, pleno de filmes excelentes, obras magistrais, a exemplo de 'O mágico de Oz', de Victor Fleming, 'No tempo das diligências' ('Stagecoach'), de John Ford, 'A regra do jogo', de Jean Renoir etc, o ano de 1959 foi, também, emblemático para a história do cinema com obras do quilate de 'Onde começa o inferno', de Howard Hawks, 'Intriga internacional' ('North by northwest'), de Hitchcock, 'Pickpocket', de Robert Bresson, 'Hiroshima, mon amour', de Alain Resnais, 'Acossado' ('A bout de souffle'), de Jean-Luc Godard, 'A aventura', de Michelangelo Antonioni etc - a citação apressada e de memória pode fazer escapar algum grande filme.

No ocaso dos anos dourados, houve um 'boom' de filmes inovadores que, muitos deles, tornaram-se 'filmes-faróis', a contribuir sobremaneira para a evolução da linguagem cinematográfica. O cinema francês se modificava, a apontar novos caminhos, novas possibilidades expressivas, com a explosão de Nouvelle Vague. O italiano renovava o modelo narrativo pela introdução da 'desdramatização' e da 'antinarrativa', principalmente na famosa trilogia de Antonioni composta por 'A aventura', 'A noite' e 'O eclipse'. Resnais, com 'Hiroshima, mon amour', mudou completamente o cinema, passando a existir um cinema antes de 'Hiroshima' e outro depois dele. Mas, nesta coluna, vamos nos deter em um filme carismático e de particular intensidade: 'Onde começa o inferno' ('Rio Bravo'), de Howard Hawks.

Em 'Onde começa o inferno' ('Rio Bravo'), resposta desse grande mestre ao 'western' psicológico que então emergia no cinema americano, há uma cadência que o distingue dos filmes do gênero que foram seus contemporâneos e, de certa forma, o que interessa ao autor é o estudo de comportamentos de homens numa dada situação. Excetuando-se o tiroteio final, e uns poucos tiros aqui e ali, os seus 144 minutos de projeção se concentram num espaço exíguo, a delegacia da qual é xerife John Wayne, com algumas deslocações dos personagens pelas ruas e pelo hotel onde se hospeda a bela Angie Dickinson - uma das pernas mais bonitas de toda a história do cinema.”
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Rio Bravo (The Song Scene)

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