Como pisar no coração de uma mulher

Eberth Vêncio, Revista Bula

Eu sei como pisar no coração de uma mulher / Já fui mulher, eu sei / Já fui mulher, eu sei”— Chico César, cantor popular

Quer mesmo ferir uma mulher? Então a estupre. Faça isso com o pênis, os dedos das mãos, um objeto de aparência fálica ou, simplesmente, com palavras. Aliás, ferir com as palavras é bastante eficaz ao ofensor e edifica morada duradoura na memória de uma mulher, quiçá por toda a vida. Foi Múcio, o médico guru, quem me contou: ele cuida de uma paciente que nunca mais teve um orgasmo desde que o marido a repreendeu que ela parasse de gritar e uivar de tesão, pois mais se parecia com uma puta. Percebem como é fácil pisar no coração de uma mulher?!

A sexualidade humana provê matéria prima abundante para devaneios de leigos e ensaios dos estudiosos. Entendê-la, aceitá-la são desafios. Salvo algumas poucas espécies de primatas, o homem é o único animal na natureza que busca no sexo instrumento para obter divertimento e prazer, ou seja, o chamado sexo sem fins reprodutivos, tão abominável nas sagradas escrituras.

Recentemente, brasileiros que trabalham clandestinamente em garimpos do Suriname foram atacados de forma massiva pelos nativos. Mais conhecidos como “marrons”, os agressores descendentes de escravos fugitivos invadiram uma área habitada por brasileiros para barbarizar, surrar, matar, e vingar o suposto assassinato de um surinamês por um brasileiro.

O ataque aconteceu na noite de Natal, pegando a todos de surpresa. Não bastassem pauladas e linchamentos, sabe-se que várias brasileiras foram atacadas sexualmente pelos algozes. Tento imaginar o cenário da barbárie, mas não consigo. Faço esforço descomunal para entender de que forma a introdução, à força, de um pênis dentro da vagina (ou do ânus) de uma mulher desconhecida apaziguaria o sentimento de revolta e faria justiça de verdade. Os “marrons” não pensavam assim ao ejacularem em suas vítimas.”
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