A morte anunciada das livrarias e bibliotecas

Marcelo Carneiro da Cunha, Terra Magazine

“Estimados leitores, essa não está sendo uma semana fácil, em um ano que não começa nada fácil. Na quarta-feira, Steve Jobs apresentou o seu Ipad, um forte candidato a ser o que faltava para os jornais, as revistas, e os livros finalmente deixarem para trás seus corpos de papel e se mandarem para o novo mundo onde tudo será bits e servido via download.

Na quinta-feira morreu J.D. Salinger, um dos escritores que melhor justificaram o título de escritor, criador de um texto de uma agilidade e fluidez até hoje sem igual, acho.

Eu acho que ler Salinger é tão bom, que vamos ler e adorar, independentemente do suporte, papel, tela de lcd, o que for. Os livros, vão seguir vivendo, de um outro jeito.

Mas e as livrarias? E as bibliotecas?

Eu, que me orgulho de ser uma metamorfose semi-ambulante, acho que precisamos ser todos seres muito adaptáveis, para vivermos felizes nesses tempos de mutações contínuas e por todos os lados. Eu vi a televisão preto-e-branco sumir, sem soluçar de saudades. Vi as salas de cinema de rua sumirem, trocadas pelas salas dos shoppings, onde se pode comer pipoca à vontade, infelizmente. Vi o disco de vinil e o toca-discos com agulha virar CD, e assim, num átimo, virar mp3 e mais nada. As lojas de discos, onde a gente escutava LPs dos Beatles em cabinezinhas pra ouvir antes de comprar, desapareceram, e nem choramos muito por elas.

O vídeo, VHS, pffffui, notaram? As locadoras se foram, ou estão indo, porque o YouTube já começa a distribuir filmes pela internet. Com todas essas perdas eu lidei, ou vou lidar, com alguma naturalidade, mesmo que com uma lágrima de tristeza, ocasionalmente.

Agora, meus bons leitores: as livrarias? As bibliotecas? Ficar sem elas? Viver sem elas? Como? (Pronto, começou a choradeira aqui em casa, alguém aí tem um lenço?)”
Artigo Completo, ::Aqui::

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