Cacoetes modernos

Flávio Paranhos, Revista Bula

"Assistia “Capitu”, série da Globo dirigida por Luiz Fernando Carvalho, com o intuito de escrever a respeito em minha coluna de Filosofia & Cinema na revista “Filosofia Ciência e Vida” (Editora Escala, momento propaganda), quando aproveitaria para falar sobre a virtude da coerência, valendo-me do gancho de minha polêmica com o escritor Domingos Pellegrini, no jornal literário “Rascunho” (outro momento propaganda, estou parecendo até o filme “Amor sem Escalas”, uma propaganda atrás da outra).

(O link para o citado artigo no “Rascunho” vai aqui mas para quem tiver preguiça de buscar e ler, resumo: Pellegrini critica “Dom Casmurro” por ter um personagem de moral duvidosa (Bentinho), desaconselhando-o para colegiais, mas, ao mesmo tempo, confessa nunca ter lido pra valer, parasitando seus colegas nos trabalhos de escola).

Enfim, assistia “Capitu” no conforto de minha casa, quando, numa das cenas inicias, ouvi Dona Glória (mãe de Bentinho) soltar um “onde” no lugar de um “quando”. Li “Dom Casmurro” sei lá quantas vezes, não me lembrava dessa derrapada de Machado. Transcrevo abaixo a versão da TV:

— Mas, Sr. José Dias, tenho visto os pequenos brincando, e nunca vi nada que faça desconfiar. Basta a idade; Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze a semana passada; são dois criançolas. Não se esqueça que foram criados juntos, desde aquela grande enchente, há dez anos, ONDE a família Pádua perdeu tanta coisa; daí vieram nossas relações.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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