Invictus: uma jogada de mestre

Herondes César, Revista Bula

“Nelson Mandela tinha consciência que um abismo social, cultural e linguístico ainda separavam brancos e negros, e que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população

A África do Sul, em 1994, quando Nelson Mandela foi eleito presidente, era um país dividido, com duas bandeiras e dois hinos nacionais. De um lado os africânderes, minoria branca responsável por décadas de regime segregacionista, o “apartheid”; de outro, a população negra despossuída e à qual se negavam direitos elementares de cidadania.

Mesmo tendo amargado 27 anos de cárcere, Mandela descartou o revanchismo em favor da reconciliação nacional. E arquitetou uma jogada de mestre: usar a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995, cujo país-sede seria a própria África do Sul, para promover a pacificação entre negros e brancos e consolidar a multirracialidade no país.

O filme “Invictus”, de Clint Eastwood, dramatiza as etapas mais emocionantes dessa história, da posse de Mandela na presidência ao término da Copa, com ênfase no time de rúgbi mais importante do país, o Springbok, com apenas um jogador negro.

Num preâmbulo, quatro anos antes da eleição de Mandela, o filme apresenta a seguinte situação: isolados por uma sólida cerca de ferro, atletas brancos e robustos treinam o rúgbi com seu uniforme vistoso; do outro lado da rua, detrás de uma tela frágil, garotos negros descalços e mal nutridos correm atrás de uma bola de futebol. De repente passa entre os dois grupos o cortejo de carros que conduz Mandela para a liberdade. Os garotos correm para saudá-lo aos gritos, enquanto os atletas brancos remoem seus temores em silêncio.”
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