O mago

Gian Danton, Digestivo Cultural

“Paulo Coelho é um dos escritores mais lidos do mundo. Já vendeu mais de 100 milhões de livros. É o escritor vivo mais traduzido do planeta. Já foi homenageado por reis, rainhas, xeiques e presidentes, sendo tratado como popstar. No entanto, é linchado pela crítica literária brasileira. Uma figura tão contraditória acaba se tornando um personagem tão ou mais interessante que seus personagens. Assim, não é surpresa que Fernando Morais tenha tido a ideia de escrever sua biografia.

Seguindo uma fórmula já consagrada por Fernando Morais, O mago (Planeta, 2008, 632 págs.) começa de maneira não cronológica: Paulo Coelho, já famoso, desce no aeroporto de Budapeste e não encontra ninguém. Nessas primeiras páginas o leitor já percebe que não se trata de uma biografia chapa-branca (feita para engrandecer o biografado). Enfezado, ele liga para um assistente e rosna: "Não há ninguém à minha espera em Budapeste! Sim! Foi isso mesmo que você ouviu". E repete cada palavra, lentamente, martelando-as na cabeça do interlocutor. Depois desliga sem se despedir. Então ouve um barulho e, ao se virar, abre um sorriso de felicidade: uma multidão de repórteres e fãs se aproxima.

Algumas das facetas de Paulo Coelho já estão ali, nesse capítulo: a arrogância (que fez com que ele perdesse um emprego, na década de 1970) e o fascínio pelo sucesso, a ganância pelo dinheiro.

Paulo Coelho é do tipo que faria qualquer coisa pela popularidade (até mesmo vender sua alma ao Diabo, como de fato fez, na década de 1970). Seu sonho, desde os mais tenros anos, era se tornar um escritor mundialmente famoso. Ainda adolescente ele fazia planos sobre como realizar seu sonho. Em seu diário, ele anotava providências, como descobrir quem eram os editores de cultura dos grandes jornais e mandar-lhes textos, comparecer a noites de autógrafo e estreias de teatro travando conhecimento com os autores famosos e tentando conseguir um padrinho.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Recomendado para Você..