Saramago e o Vaticano

Mauro Santayana, JB Online

“Há dias (Coisas da Política, 4/6, A compaixão e a esperança) comentávamos, neste mesmo espaço, texto do Dalai Lama sobre a visão de Deus como a essência da compaixão. Os humanistas, agnósticos ou ateus, tampouco desdenham a compaixão, que é a forma mais profunda, mais radical, da solidariedade entre os seres humanos. Compadecer-se é padecer em comum, é compartir do mesmo pão do sofrimento, chorar as mesmas lágrimas e, em casos extremos, comungar da mesma agonia, como ocorreu a Cristo e seus dois companheiros do Calvário.

O escritor José Saramago tem admiradores e críticos. Muitos o identificam com predecessores que marcaram a literatura, com seu estilo próprio, sua “oralidade”, que despreza alguns cânones da língua e subverte a pontuação. Como a estética (aesthesis) é sensação, cada um de seus leitores vê em Saramago aquilo que quer ver, ou pode ver. O escritor só se completa com o leitor e, também nesse ato, há uma forma de “compaixão”. Quem lê pode sentir ou não o autor, compartir ou não de seu juízo, de sua comiseração ou de seu desdém para com os personagens. Há quem chore diante de uma passagem de Bach, e quem sofra com um poema de John Donne. E há quem deteste uma página de Saramago.”
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