Advertência: liberdade de imprensa é enfiar o dedo na cara do Presidente

Marco Antonio Araujo, R7/ Blog: O Provocador

“Esta semana entrou para a história do jornalismo botocudo. No domingo, 26, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, cada qual no seu quadrado, caíram do muro e tascaram porrada no Lula. Assim que é bom.

Cara a cara. Na bucha. Sem rodeios. Não gostam dele e pronto. O Estadão foi mais atrevido e manifestou apoio ao Serra. Não que não soubéssemos. Mas é melhor quando o óbvio fica evidente.

Pena que o editorial de declaração de voto do Estadão seja tão mal redigido. A ocasião merecia mais solenidade. Não deviam deixar o dono escrever nessas horas. Pagam redator pra quê?
O editorial da Folha, na primeira página, todo pimpão, é mais limpinho, mas nem por isso deixa de ser meio doidão, esquizofrênico. Fica enrolando meia hora naquela conversinha de ser apartidário, independente e ruralista. Algo assim.

Só diz a que veio no último parágrafo. A chefia mandou pegar pesado. Sem nenhum constrangimento, dão um pito no atual presidente. E na futura. Ato falho: acreditam que tudo se resolve no primeiro turno.

Com um tom bem mal-educado, descascam essa: "Fiquem ambos advertidos, porém, de que tais bravatas somente redobram a confiança na utilidade pública do jornalismo livre".

Depois, dão chilique de novo: "Fiquem advertidos de que tentativas de controle da imprensa serão repudiadas". Ui.

Se falam com o dirigente máximo da nação assim, imaginem como tratam os funcionários. E ainda vêm com esse papinho de bravatas. Olha quem diz. Fanfarrões.

Teve gente que ouviu na sala mais imponente da Folha que o jornal dará a manchete que seria o tiro de misericórdia na campanha da Dilma. A bala de prata. Seria bem divertido ver isso.

Nada como a liberdade de imprensa. Só em um país democrático, no pleno estado de direito, jornais podem enfiar o dedo na cara do presidente da República. "Numa nice", como diria o Serra. Como tem que ser.

Declarar voto a favor e voto contra é positivo e transparente. Agora só faltam O Globo, a Globo e a Veja. Cada qual no seu quadrado, bem apertadinho.

Fiquem os leitores advertidos: imprensa livre é bom e eu gosto! Pena que estejam todos de um lado só. Para que ser livre, então?”

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