Parece que foi ontem


Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

“Os leitores mais velhos e os estudiosos da história brasileira vão se lembrar deste trecho de um documento histórico de 56 anos atrás, ainda muito atual:

Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim! Não me acusam, me insultam; não me combatem, me caluniam. E não me dão o direito de defesa” .

Trata-se do trecho inicial (acima) da Carta Testamento de Getúlio Vargas, tornada pública a 24 de agosto de 1954, quando ocorreu o desfecho de uma crise fabricada pela direita. Como agora, a direita se valia dos grandes proprietários dos veículos de comunicação para fabricar crises. Um deles, o histórico Roberto Marinho, com O Globo, que tem a UDN em seu DNA. O jornal da família Marinho transformou-se nesta véspera de eleição de agora em um partido político de direita, da mesma forma que a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Veja nem se fala. Perderam a compostura.

Como se tudo isso não bastasse, o Clube Militar, que reúne a maior quantidade de golpistas de 64 por quilometro quadrado no Brasil, decidiu promover um seminário com o título “A democracia ameaçada: restrições à liberdade de imprensa”. E sabem quem serão os palestrantes? Merval Pereira, de O Globo, Antonio Carlos Pereira, mais conhecido como Tonico Pereira (TV Globo), Reinaldo Azevedo (Veja), Ives Gandra Martins (Opus Dei) e Valdemar Zweiter, integrante de uma família que sempre teve vínculos profundos com a clã dos Marinhos.

O Clube Militar em vários momentos históricos esteve dividido. Em 1954, uma parte estava de mãos dadas com o conspirador mor Carlos Lacerda, Na época da criação da Petrobras, parte dos associados apoiou a campanha do Petróleo é Nosso. Em 1964 reuniu os golpistas que levaram o país para uma longa noite escura.

Na sede do Clube há placas alusivas ao fato.

E, vejam bem, apoiaram todos os tipos de restrições à liberdade de imprensa. Muitos dos associados tiveram participação ativa nos anos de terror que se seguiram a derrubada do Presidente constitucional João Goulart. E agora, a diretoria, integrada por golpistas históricos, promove o tal seminário que conta com o apoio do Instituto Millenium, uma entidade semelhante a outras do gênero que foram criadas para dar respaldo aos golpistas de 64.”
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