Os perigos do fanatismo

Mauro Santayana, JB

“Vejamos os fatos com serenidade, não obstante o ensandecido comportamento de militantes das duas candidaturas. Podemos debitar a Serra a aproximação com o neoliberalismo globalizador e antinacional, como ministro de Fernando Henrique, mas isso não o transforma em traidor do povo e da pátria. Os adversários de Dilma incriminam-na por ter participado da luta armada, embora não haja, até o momento, provas de que tenha realmente alvejado alguém. Ainda que ela tivesse participado de combates guerrilheiros, isso não a tornaria menos humana e menos brasileira. A história dos povos é plena de exemplos de como o insurrecto de ontem é o estadista de hoje. Em princípio, todos os que abraçam uma causa o fazem por considerá-la justa.

Postular a mais alta posição republicana é direito de todos os possuidores de um título de eleitor que preencham as condições exigidas pela justiça, com a observação de que a lei é muito condescendente nesse particular. Pelo que se sabe, tanto Dilma quanto Serra obtiveram o registro normal e correto de suas candidaturas. Neste segundo turno está bem definida a posição de cada candidato, em que Dilma representa a coligação no poder, e que nele pretende continuar, e Serra é o escolhido pela oposição. E, a menos que mintam, o que também é possível, embora não muito provável, ambos prometem avançar na construção de uma sociedade justa e desenvolvida, sem violar o contrato republicano ratificado pela Constituição. É certo que eles têm sido, em seu proselitismo, muito avaros na revelação de sua inteligência política e de seus conhecimentos doutrinários, dando aos observadores a impressão de que não sabem exatamente o que é Estado e o que é o Brasil.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Unknown disse…
Mestre Santayana, como sempre, brilhante.

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